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O Bebê Imaginado e a Constituição das Identidades Materna, Paterna e do Bebê

Por:   •  2/5/2022  •  Resenha  •  1.688 Palavras (7 Páginas)  •  86 Visualizações

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O BEBÊ IMAGINADO E A CONSTITUIÇÃO DAS IDENTIDADES MATERNA, PATERNA E DO BEBÊ FICHAMENTO[pic 3][pic 4][pic 5]

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Esse artigo tem como objetivo investigar as expectativas parentais em relação ao bebê imaginado e suas influências na constituição da identidade materna, paterna e do bebê durante o terceiro trimestre gestacional;

O autor traz, a partir da hipótese de Golse (2002), que todas as representações do bebê no psiquismo materno e paterno vão ter influência no desenvolvimento do self da criança.[pic 7][pic 8]

Há também a transição da identidade do homem e da mulher para a parentalidade. Nisso, o autor destaca que:[pic 9][pic 10]

Citações destacadas

“A identidade é uma produção social e cultural que tem sua estruturação pautada, principalmente, através de atos de linguagem (Ciampa, 1987/2001; Silva, 2000/2005)”;[pic 11]

“É através da nomeação que uma identidade é produzida sendo que, sem isso, dificilmente será estruturada e atribuída a alguém (Silva, 2000/2005).” [...] o nome, o sexo do bebê e demais características tem um papel importante na constituição deste bebê imaginário (Solis-Ponton & Lebovici, 2004)"[pic 12][pic 13]

[...] como a identidade pressupõe uma mudança constante (Levita, 1965/1977)".[pic 14]

Definição de termos e conceitos

Para   Golse   (2002),   pais   e   mães teriam em seu psiquismo 4 tipos de bebês[pic 15]

Fantasmático: “existe na mente materna e  paterna separadamente, já que se relaciona com a história pessoal dos genitores, sendo formada com base nas representações inconscientes do pai e da mãe”; Imaginário: “faz parte do psiquismo do casal [...] e carrega as representações sobre como a criança será, em aspectos físicos (sexo, cor do cabelo, cor dos olhos) e psicológicos (será calmo, agitado, meigo)”;

Narcísico: “é a representante do ideal de perfeição dos pais e mães”;

Mítico: “varia de acordo com cada contexto social e histórico, já que se refere às representações culturais atribuídas à infância”.

"Esses bebês interagem no psiquismo materno e paterno influenciando a relação que será estabelecida entre mãe-pai-bebê.”


Para  Lebovici  (1987),  pais  e  mães teriam em seu psiquismo 3 tipos de bebês:

Edípico: “caracteriza-se por ser o mais inconsciente de todos, sendo resultado das experiências infantis maternas relativas ao complexo de Édipo e aos desejos infantis”; Imaginário: “constituído a partir da gestação com base nas expectativas em relação ao filho e nos desejos de maternidade”; Propriamente dito: “aquele que nasce e com o qual a mãe tem de se adaptar após o nascimento”.

“O processo da parentalidade, [...] começa pelo bebê imaginário [...]. Quando a criança nasce, a mãe pega no colo não somente o bebê real,  mas também o imaginário, que para o autor, é o portador da história transgeracional da mãe e do pai, constituindo-se, assim, um mandato para o destino da criança.”

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Participaram do estudo 3 casais primigestos, integrantes de um estudo maior intitulado “Família... cheguei![pic 17]

Os casais responderam a entrevistas durante o 3º trimestre gestacional;[pic 18]

Os        nomes        fictícios        usados        nesse        estudo        foram        escolhidos        pelos        próprios participantes, para manter a confidencialidade dos dados;[pic 19]

O estudo ocorreu conforme as normas éticas preconizadas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde;[pic 20]

No  projeto  maior  que  originou  este  estudo,  foram  realizadas  quatro entrevistas  semiestruturadas  com  cada  casal,  sendo  duas  durante  o terceiro trimestre gestacional e duas até o terceiro mês de vida do bebê.

Para fins do presente estudo foram analisados os dados referentes à primeira entrevista, que teve como base as seguintes questões: “Vocês já sabem o sexo do bebê?”, “Como foi saber que é menino(a)?”, “Vocês já escolheram o nome?”; “Como vocês imaginam que o bebê será?”. Cada entrevista teve duração média de 30 minutos, sendo que foram gravadas, transcritas e posteriormente analisadas.”

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"A análise dos dados se deu através da análise de conteúdo qualitativa (Bardin, 1977; Laville & Dionne, 1999), na qual foram elencadas categorias com base no quadro teórico e nos dados empíricos."

Nesse estudo foram selecionados 3 categorias para investigação:

  1. sexo do bebê: "investigou os sentimentos dos casais frente à revelação do sexo do bebê";
  2. escolha do nome: "abordou o processo de escolha do nome do bebê";
  3. características do bebê imaginado: "investigou as características físicas e psicológicas dos bebês imaginadas pelos casais".

Casal 1 - Maria (33 anos) e Rodrigo(40 anos)


Casal 2 - Antonela (26 anos) e Bruno (27 anos)


Casal 3 - Cléria (23 anos) e Joaquim (28 anos)

à espera do filho Rodrigo        à espera do filha Rafaella        à espera do filha[pic 22][pic 23]

Sexo do bebê: Maria continuou com a idealização como mãe de um menino e Rodrigo, que desejava uma menina, teve que transformar essa identidade que desejara antes.[pic 24]

Escolha do nome: Maria obteve a oportunidade de nomear o filho desejado. Rodrigo concordou com o nome, pois é parecido com o seu. Percebeu- se que através da nomeação houve expectativas de que o filho tivesse características paternas.[pic 25]

Características do bebê imaginado: Maria mencionou características físicas parecidas com o pai.[pic 26]

Rodrigo idealizou características vinculadas a valores familiares.


Sexo do bebê: O sexo do bebê foi de encontro ao desejo do casal. Antonela tinha receio de repetir a maternagem de sua mãe. O casal teve que reconstruir seu desejo e identidade, pois nunca havia imaginado como pais de uma menina.

Escolha do nome: Para esse casal a escolha do nome trouxe desentendimentos devido a frustação de não conseguirem gestar um menino. “Antonela escolheu para representá-la neste estudo o nome que desejou colocar na filha, mostrando algo de uma identificação com a menina. Bruno se nomeou com o nome escolhido para o filho menino o que, de certa forma, demonstra algo de um luto que continuava a ser realizado pelo casal em relação ao filho idealizado.”[pic 27][pic 28]

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