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O CONCEITO DE EU NA RENASCENÇA

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Por:   •  1/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.696 Palavras (7 Páginas)  •  240 Visualizações

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O CONCEITO DE EU NA RENASCENÇA

SANTOS, José Wellington

Docente do Curso de Psicologia - – FASU/ACEG

zwell2@zipmail.com.br

AGOSTINHO, Márcio Roberto

Coordenador do Curso de Psicologia - FASU/ACEG – GARÇA/SP – BRASIL

e-mail: casteloagostinho@yahoo.com.br

PERES, Sílvio Lopes

Pedagogo, Mestre em Ciências da Religião e acadêmico do Curso de Psicologia – FASU/ACEG

e-mail: silviosilvia@ig.com.br

RESUMO

Este artigo nasce de uma pesquisa bibliográfica a partir de um viés psicossocial. A proposta deste trabalho é mostrar como o Renascimento, enquanto acontecimento fundador da modernidade, forjou um novo conceito de eu em contraste com a personalidade medieval. Faremos isto a partir de uma perspectiva psicossocial, destacando os principais movimentos que influenciaram o surgimento do homem moderno.

PALAVRAS CHAVE: Renascimento; personalidade; modernidade; individual; autonomia; capitalismo.

ABSTRACT

THE CONCEPTION OF ME FOR THE REBORNING PERIOD

This article is raised from a survey bibliography based on social-phycho aproach, The proposal of this work is to show how the reborning period, as the foundaion of the modernity, helped the new conception of ME, into a contract against the medieval personality. We Will do based on a social-phycho perspective, highlighting the main moviments that influed the ariseing of the modern man.

1. INTRODUÇÃO

O Renascimento, importante movimento de renovação cultural ocorrido na Europa durante os séculos XV e XVI, é considerado o marco inicial da era moderna. O Renascimento não foi apenas o início de uma nova era, mas também o surgimento de um novo homem. (Erich Fromm, 1980). A estrutura da sociedade modificou-se na fase final da Idade Média. A unidade e a centralização da sociedade medieval se enfraqueceram. O capital, a iniciativa econômica individual e a competição aumentaram de importância; surge uma nova classe social endinheirada, a burguesia, cujos membros estavam animados por um espírito de iniciativa, poderio e ambição.

O Renascimento, enquanto movimento de transformação cultural, afetou a personalidade na mesma direção em que os seguimentos político, econômico e social começaram a seguir. É comum falar das mudanças políticas e sociais ocorridas na passagem da idade média para o Renascimento, como: a diminuição do poder da igreja; o advento da reforma, a crise do sistema feudal, mas não se pode esquecer das mudanças do modo vida das pessoas implicadas nestas transformações.

O desenvolvimento ulterior da sociedade capitalista preparou o homem, psicologicamente, para o papel que deveria exercer na nova era. (1980). Isto é, nas palavras de Erich Fromm, esta nova ordem de coisas requeria um novo homem, em contraste com o homem medieval.

Neste trabalho, pretendo analisar a mudança que aconteceu no conceito de personalidade a partir da Renascença, principalmente, em contraste com o homem medieval, destacando os fenômenos culturais a partir dos quais se formou o conceito de personalidade moderno e contemporâneo. Trata-se de contextualizar, histórica e socialmente, o surgimento do conceito moderno de personalidade, de maneira a tornar compreensíveis as transformações pelas quais passou este campo do pensamento. Farei isto, sob o ponto de vista psicossocial, através de uma revisão bibliográfica, nas quais alguns autores se destacam, como: Erich Fromm (1980), Max Weber (2004) e outros.

2. CONTRASTES ENTRE IDADE MÉDIA E RENASCENÇA.

Ao falar de “sociedade medieval” e de “espírito da Idade Média”, em contraste com a sociedade moderna inaugurada pela renascença, refere-se a uma certa continuidade histórica, considerando que alguns elementos modernos começaram a surgir no final da Idade Média, e ao mesmo tempo às diferenças fundamentais entre a sociedade medieval e moderna.

O que caracteriza a era moderna, em contraste com a medieval, é a presença de liberdade individual e o espírito humanista que coloca o homem como a medida de todas as coisas. Na sociedade medieval, a vida particular, econômica e social era controlada por regras e obrigações, pois as pessoas estavam presas ao respectivo papel social, com poucas possibilidades de mudar socialmente de uma classe para outra, sequer tinha liberdade de vestir-se como quisesse ou de comer o que gostasse. Uma pessoa identificava-se com seu papel na sociedade: ela era um camponês, um artesão, cavaleiro, e não o indivíduo que por acaso tinha esta ou aquela ocupação. A ordem social era concebida como uma organização natural, e ser uma parte definida dela dava ao homem uma sensação de segurança e de relacionamento. (Erich Fromm, 1980).

A sociedade medieval não despojava o indivíduo de sua liberdade, porque o “individuo” ainda não existia: o homem estava ainda relacionado com o mundo pelos vínculos primários. Ele ainda não se concebia como um indivíduo, salvo através de seu papel social (que era então, igualmente, seu papel natural). Ele não encarava tampouco as outras pessoas como “indivíduos”. O homem só se dava conta de si mesmo como membro de uma raça, povo, partido, família ou corporação – através de uma categoria social qualquer. (Erich Fromm, p.43).

No final da Idade Média, surge uma nova classe de comerciantes animada por um espírito de iniciativa e ambição, era o surgimento do primeiro tipo de capitalismo, o comercial, onde a tradicional estratificação social foi abalada, dando lugar a uma nova organização social em que o berço e a origem eram menos relevantes que a riqueza. (Fromm, 1980). A unidade e a centralização da sociedade medieval, motivados pelo espírito de solidariedade, deram lugar ao individualismo e a fragmentação, motivados pela competição em busca de riqueza. (Fromm,1980).

Fica evidente, pela passagem acima, que houve uma mudança na concepção do lugar do homem no mundo. Há agora uma grande valorização do homem e, ao mesmo tempo, a idéia de que ele tem que buscar uma formação, ele deve se constituir enquanto um ser que escolhe

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