O Comportamento Desviante

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_taxa_de_homic%C3%ADdio_intencional (taxa de crime)

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/09/110913_pobreza_eua_ac (pobreza EUA)

https://oglobo.globo.com/mundo/surto-de-pobreza-assusta-japao-3039873 (pobreza japao)

Sobre a nossa análise sobre o artigo Transferência de atitude e comportamento desviante: um

estudo comparativo no Japão e nos Estados Unidos de Emiko Kobayashi, Ronald L. Akers e Susan F. Sharp, podemos indicar numa primeira fase que foi objetivamente difícil de obter modelos comparativos, estudos empíricos sobre o tema, sobretudo na revista da APA, bem como monografias entre outros.

Também se relevou difícil a analise do tema, pela parca existência de dados sobre a cultura japonesa, mais concretamente, quanto à sua estrutura social, estrato socioeconómico, taxas de pobreza, que pudesse fornecer mais informação, sobre o nível de vida, que por sua vez possa ajudar a entender o efeito psicológico da educação transmitida aos filhos e sistema de controlo.

Do artigo analisado, verificamos que não há referencia às taxas criminais para o desvio em estudo, assim como, cada cultura efetua o controlo normativo desse desvio através dos seus sistemas judiciais e, como o individuo o interpreta. Com estes dados consideramos ter uma perspetiva mais detalhada sobre uma convergência ou divergência entre o sistema de controlo entre os pais e o sistema de controlo daquele país.

Podemos verificar a abordagem ao tema, que é transversal a algumas teorias Sociológicas, sendo as mais expressivas a Teoria da Associação Diferencial Sutherland (1947), Teoria de Autocontrolo Braithwaite, (2000), Teoria do Vínculo Social Hirschi, (1969).  

Das conclusões retiradas pelos autores, importa enunciar dois pontos relevantes que: numa cultura menos individualista, a influência dos pares é mais forte que dos grupos primários. Ora, na nossa opinião, tal fato, ocorre devido ao Japão ser menos individualista, tendo por isso uma educação para com os filhos menos rigorosa, apoiada no objetivo do sucesso académico, considerando por isso que as crianças não devem ser alvo de punição enquanto estudarem e obterem sucesso académico. É visível que o objetivo aqui será o sucesso de status e não o sucesso sobre o alcance de bens materiais e na falta de recursos, na tentativa para os obter, como acontece na cultura americana.

Assim, consideramos que uma educação com mais regras, leva a uma maior aceitação de conformismo. A falha do sistema de autocontrolo leva a que o individuo, não reconheça um sistema de punitivo e/ou recompensa, sendo por isso impossível o controlo comportamental do individuo por via deste sistema ou outro. Consideramos que a existência de um método de controlo pela via de vergonha reintegrativa Braithwaite (2000), será um método que pensamos que possa elevar a intensidade da influência dos pais em função dos pares.

No segundo ponto, em que os autores concluiem através do seu estudo que, a pessoa desvia, não pelos efeitos atitudinais dos seus grupos primários, mas pelas suas próprias atitudes. Perante este ponto consideramos que no processo de Associação Diferencial Sutherland (1947), embora o individuo se associe a um grupo com ideologias desviantes, sendo o seu grupo primário de ideologia convencional, a decisão do individuo depende de um processo interno que o mesmo avalia e decide de forma consciente. É importante por isso, olhar para a subjetividade do individuo e analisar como ele opera os estímulos sobre o desvio e como os processa para uma ação decisória, bem como, importa também observar os seus vínculos sociais que possui naquele momento e como são influentes para a sua tomada de decisão.

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