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O Conceito De ètica

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Por:   •  22/3/2015  •  6.503 Palavras (27 Páginas)  •  249 Visualizações

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Ética – Uma Definição Filosófica e Etimológica

A palavra portuguesa deriva de dois termos gregos muito semelhantes no seu significado e pronúncia. Éthos significa hábito ou costume - entendidos, com uma certa superficialidade, como maneira exterior de comportamento; êthos tem um significado mais amplo e rico: o de lugar ou pátria onde habitualmente se vive e o carácter habitual (ou maneira de ser ou até forma de pensar) da pessoa. Assim, o ético poderia traduzir-se por modo ou forma de vida, no sentido mais profundo da palavra, compreendendo as disposições do homem na vida, o seu carácter, costumes e, claro, também a moral.

O tema nuclear da Ética são os actos do ser humano, enquanto ser possuidor de razão a Ética estuda o Bem e, assim, o seu objectivo é a virtude na condução da vida Heinemann formula assim a questão central a que esperamos que a Ética responda:

Que devo escolher?

Há uma hierarquia de valores? Que espécie de homem devo ser? Que devo querer?

Que devo fazer?"

Ser ético, é muito mais que um problema de costumes, de normas praticas. Supõe uma boa conduta das acções, a felicidade pela acção realizada e a alegria da auto-aprovação diante do bem feito, no dizer de Aristóteles.

Ao longo da história humana, vários pensadores e doutrinas escreveram e teorizaram sobre Ética...

Sem querer entrar na história da Ética ao longo do tempo, estas foram algumas das doutrinas filosóficas e pensadores sobre Ética.

• Sócrates, Platão e Aristóteles, Estóicos e Epicuristas.

• Idade Media

• Kant

• Kierkegaard

• Marx

• Nietzsche

A caracterização geral de Ética baseia-se nos seguintes pressupostos:

• Liberdade

• Conhecimento, consciência

• O acto Humano

• A responsabilidade

Código de Ética profissional – O ideal e a realidade

Uma breve exposição dos motivos para a sua validação

São estes quatro pressupostos (Liberdade, Conhecimento, Acto Humano e a Responsabilidade) que devem estar intrinsecamente enraizados no profissional que faz da ciência psicológica o seu modus vivendi. Abre-se assim, um desafio à psicologia, como ciência que estuda e interpreta o comportamento humano, sujeito, ele mesmo, à complexidade de continuas e profundas transformações porque o mundo vive em constantes mudanças. A cada dia, torna-se mais complicado e difícil acompanhá-las devido à velocidade dos acontecimentos e à impossibilidade de se ter uma ideia das significações que estas mudanças representam.

Sendo o Homem um ser de relação, sujeito a continuas mudanças na sua labuta diária para ocupar, a cada dia, o espaço que lhe compete no mundo, e ao mesmo tempo, sendo o Homem o sujeito e o objecto de estudo da psicologia, um código de Ética na Ciência psicológica é fundamental para que exista uma uniformização dos actos éticos na prática profissional do psicólogo.

Dentro desta dimensão, o Código de Ética será a condensação das reflexões constantes do ser humano, como sujeito de mudanças, e por outro lado, a cristalização de normas e condutas comportamentais do agir psicológico.

O código de Ética, deve expressar de um lado, a dinamicidade própria da liberdade, do risco e da criação, e por outro lado, mostrar um conjunto de comportamentos que seja representativo da realidade social e cultural, com os quais o Homem convive diariamente inserido no meio ambiente em que se move.

O Código é a expressão da identidade profissional daqueles que procuram nele, inspirações, conselhos, normas de conduta... O código é uma resposta, porque encarna uma concepção da profissão, do profissional de psicologia dentro de um contexto social e político, e confere-lhe um selo de identidade, é o código que confere seriedade ao psicólogo.

O código é um conjunto de princípios gerais que fundamentam e ajudam a operacionalizar a pratica psicológica (o acto) e sugere normas que explicitam situações profissionais, indicando caminhos como soluções de problemas.

Estas 2 vertentes, retratam uma antiga preocupação humana, dividido entre o ideal que deveria gerar ideias ou comportamentos consequentes da realidade e a própria realidade em si, que tem que ser controlada, delimitada, seguida, para que o ideal não se perca. Èthos, segundo Aristóteles, expressa um-modo-ser, uma atitude psíquica, aquilo que o homem traz dentro se si na sua relação consigo mesmo, com o outro e com o mundo.

“Ser ético, é muito mais que um problema de costumes, de normas praticas. Supõe uma boa conduta das acções, a felicidade pela acção realizada e a alegria da auto-aprovação diante do bem feito “ (Aristóteles).

Neste sentido, o Código deve reflectir princípios gerais, pressupostos básicos que garantam ao agir do profissional, estes elementos de gratificação, quando este agir corresponde ao ideal ético reflectido pelo Código.

É esta Ética filosófica que apela para uma reflexão, para uma compreensão das singularidades, é ela que faz um apelo à criatividade humana, à liberdade e à espontaneidade.

É a Ética, que faz o profissional ver o seu cliente/paciente como pessoa, um ser de relação com o mundo, um ser singular à procura de uma compreensão que lhe é pertinente e procura nos profissionais de psicologia uma direcção para o auto conhecimento, uma ajuda, uma orientação.

É esta visão de totalidade existencial-filosofica que permite ao profissional de psicologia abrir as “janelas da sua mente” para ver o mundo como uma realidade social, política, comunitária e perca a mesquinhez de ver o indivíduo no seu imediatismo.

Será esta visão que o faz transcender do indivíduo para o grupo, do momento para a história, de soluções precárias para procuras globais.

O Código de Ética tem que ser fiel a esta dimensão, pois é esta dimensão da Ética do Homem, da pessoa e não do psicólogo. O Código é uma Ética para o homem que trabalha na ciência psicológica.

O Código falhará

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