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O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE NA TEORIA PSICANALÍTICA

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Por:   •  30/1/2014  •  2.927 Palavras (12 Páginas)  •  632 Visualizações

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O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE NA TEORIA PSICANALÍTICA

O Inconsciente

A principal contribuição da Teoria Psicanalítica é o conceito de inconsciente. Sigmund Freud desenvolveu esse conceito porque acreditava que a maior parte do conteúdo da vida psíquica do homem não estava no nível da consciência. A primeira divisão que Freud propõe da estrutura do aparelho psíquico está descrita abaixo. O inconsciente é onde está a maioria dos conteúdos psíquicos e que não podem ser acessados pelo sujeito, no pré-consciente estariam os conteúdos que podem vir a ser acessados pelo sujeito e no consciente estariam apenas os conteúdos que são considerados inofensivos do ponto de vista de provocarem sofrimento psíquico.

Os conteúdos do inconsciente seriam reprimidos por expressarem desejos proibidos pela moral social. Freud dedicou-se a tentar decifrar o inconsciente e elaborou um método terapêutico para isso. Inicialmente, utilizou a hipnose acreditando que através desse método poderia chegar aos acontecimentos traumáticos da primeira infância, que seriam responsáveis pelos distúrbios mentais. Porém, verificou que na hipnose o que era relatado pelos pacientes não expressava a realidade, mas sim os desejos reprimidos pelo paciente. Observou, posteriormente, que os conteúdos inconscientes se expressavam através de códigos, principalmente através dos sonhos e dos lapsos na fala. Elaborou um método para decodificar as mensagens do inconsciente, o método da associação livre de palavras, que indicaria a estratégia do inconsciente para expressar os conteúdos suprimidos por serem incompatíveis com a realidade social e que, por isso, causariam sofrimento psíquico se chegasse à consciência.

A Sexualidade

O conceito de sexualidade na teoria psicanalítica é mais amplo do que o significado atribuído pelo senso comum ao termo. Relaciona-se com a realização de desejos, do quais o ato sexual é um deles. Freud viveu no final do século XIX e início do século XX, numa sociedade onde a expressão da sexualidade era reprimida e observou os efeitos dessa repressão no desenvolvimento de sintomas físicos debilitantes. Para Freud, o homem é regido por uma força vital ou pulsão que ele denominou “libido”. Seria uma espécie de energia, de natureza sexual, que garantiria a sobrevivência e a reprodução do ser humano. Algumas dessas pulsões primárias podem ser descritas como sexo, fome, sede etc. O aparelho psíquico humano, segundo os princípios psicanalíticos, desenvolve-se basicamente a partir de um princípio fundamental: “o princípio do prazer”. Dessa forma, o indivíduo se direciona sempre para as experiências que lhe causa prazer e, conseqüentemente, se afasta das que podem vir a lhe causar dor.

As Três Instâncias Psíquicas

Uma segunda divisão proposta por Freud do aparelho psíquico descreve as estruturas funcionais responsáveis pela dinâmica da personalidade. Desde que nasce, o homem tem que lidar com a não satisfação de seus desejos. A realidade constrange o homem pelas faltas constantes a que é submetido. O desenvolvimento seria o produto do conflito entre o princípio do prazer, que é regido pelo id, primeira instância psíquica que se desenvolve, e o princípio da realidade, que vai delineando aos poucos outras duas instâncias psíquicas, o ego e o superego. A doença mental seria uma forma do aparelho psíquico manter um certo equilíbrio entre o princípio do prazer e o princípio da realidade, quando as condições externas não são favoráveis ao desenvolvimento humano.

Dentro do útero o bebê é puro id, porque suas necessidades são satisfeitas totalmente e imediatamente, sem que ele precisa fazer nada. Mas quando nasce, ele já lida com a dor da respiração e da fome. Nesse sentido, o bebê precisa manipular o ambiente para satisfação de suas necessidades. Mesmo que a mãe procure satisfazer todas as necessidades do bebê, é impossível ela dar conta de todas elas. O bebê busca então substitutos para essas necessidades primárias. O chupar o dedo é uma substituição do objeto de desejo primário que é o seio materno, que adia a satisfação do desejo de sugar do leite materno para aliviar a tensão provocada pela fome. É uma das primeiras realizações do ego, que administra o conflito entre os desejos do id e o limite imposto pela realidade. A partir daí, o bebê vai construindo o ego de modo a minimizar a sua dor pela falta dos objetos que possam satisfazer seus desejos. O superego desenvolve-se mais tarde, quando outro tipo de constrangimento se impõe ao sujeito, no caso, as restrições advindas das relações sociais, os costumes, as regras sociais e a moralidade.

O id é a instância psíquica que direciona o indivíduo para a realização dos seus desejos. Ele é regido pelo princípio do prazer e, dessa forma, desconhece os limites impostos pela realidade e pelos costumes, pelas regras sociais e pela moralidade imposta pela sociedade. O ego é a instância psíquica que se desenvolve para proteger o sujeito dos perigos do mundo real e das sanções impostas pela sociedade, que os impulsos do id desconhecem. Ele é regido pelo princípio da realidade. Nesse sentido, ele funciona como um mediador que visa administrar os desejos do id através de mecanismos de defesa, para que o sujeito não sofra danos físicos ou psíquicos.

A dinâmica de inter-relação entre as três instâncias psíquicas, id, ego e superego, é determinada por um princípio econômico. O aparelho psíquico tenta gastar o mínimo de energia possível para o escoamento das pulsões. As restrições impostas pela realidade e pela sociedade fazem com que o ego tenha que criar direções alternativas para o escoamento da energia psíquica. Dependendo da intensidade desses limites, o sujeito pode adoecer tanto fisicamente como psiquicamente. A noção de doença, no entanto, é difícil de explicitar. O que vai determinar o que é doença e o que é normalidade é a cultura onde está inserido o sujeito.

Os Mecanismos de Defesa do Ego

As pessoas utilizam-se de mecanismos de defesa psíquica quando estão ansiosas, para distorcer o que de outra forma seria doloroso para o sujeito. Os mecanismos de defesa servem, então, como proteção. No entanto, muitas das vezes eles prejudicam o indivíduo quando são utilizados quando não existe perigo para o sujeito, ou seja, quando o indivíduo desenvolve medos a partir de traumas não resolvidos vivenciados na infância que se prolongam, de forma mascarada, pela idade adulta. Os mecanismos mais comuns utilizados pelos indivíduos são:

Repressão

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