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O ENSINO DA PSICOLOGIA EM CURSOS PROFISSIONALIZANTES DE ENFERMAGEM: SUA IMPORTÂNCIA E CONTRIBUIÇÕES SEGUNDO ALUNOS DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

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Por:   •  1/9/2013  •  10.327 Palavras (42 Páginas)  •  1.522 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

Este estudo consiste em uma monografia de conclusão de curso de Pós-Graduação Lato-senso em Psicologia Hospitalar realizado na Universidade Veiga de Almeida, no município do Rio de Janeiro.

Trata-se de uma pesquisa de campo qualitativa que tem como objetivo investigar junto a alunos de um curso técnico de enfermagem, a importância do ensino da Psicologia e as contribuições que esta disciplina oferece para a compreensão de aspectos relacionados ao adoecer.

A motivação para o estudo surgiu quando a pesquisadora integrava a área administrativa de uma escola técnica de enfermagem localizada em município do Rio de Janeiro. Sendo que a formação em Psicologia permitiu que a pesquisadora se questionasse quanto à possibilidade da disciplina ‘Psicologia Aplicada à Enfermagem’ possibilitar mudanças efetivas para a prática dos profissionais de enfermagem.

A partir de levantamento bibliográfico sobre o assunto verificou-se que a maioria do material encontrado no banco de dados do site do Scielo aborda a formação do enfermeiro, profissional de nível superior, deixando de lado o segmento dos profissionais de nível básico e médio, responsáveis diretos pelos cuidados ao paciente, e que compõem a grande maioria da força de trabalho das instituições em saúde de forma geral (CAMACHO, A. C. L., ESPÍRITO SANTO, F.H., 2001 ; DAER,V.D., ESCUDEIRO,C.L., SANTO, F. H., 2002; MENEZES, G. A.C, ROSA, R.S.D., 2004) Quando é possível se deparar com estudos que se referem ao profissional de enfermagem de nível médio e sua formação o fazem, em meio a levantamentos históricos ou através de artigos que tratam de assuntos diversos como a formação de habilidades técnicas e administrativas do aluno (AGUILLAR, O. M., DANTAS, R. A. , 1999 ; KOBAYASHI, R. M; LEITE, M. J., 2004) Raros são os artigos que tratam diretamente das habilidades afetivas, interpessoais deste profissional de enfermagem, sendo que tais aspectos aparecem diluídos em textos que têm como foco central o ‘cuidar’, a humanização em saúde, e outros assuntos afins (BACKES, D. S., KOERICH, M. S., ERDMANN, A. L., 2007; BUSTAMANTE-EDQUÉN, S., SANTOS, R. S., 2004; FILIZOLA, C.L.A. ; FERREIRA, N. M. L., 1997; LIMA et al, 2005) Além disso, é praticamente inexistente materiais que abordem a disciplina de Psicologia como ferramenta para o trabalho da Enfermagem.

A presente pesquisa, conforme podemos observar, está organizada em etapas complementares que serão apresentadas a seguir.

No item 1, abordaremos qual o tipo de conhecimento responsável por sustentar as práticas as práticas atuais em saúde; o surgimento da Enfermagem e o percurso histórico e a legalização desta profissão; e o ‘cuidar’ como sua atividade primordial.

Os objetivos desta pesquisa serão mencionados no 2º tópico desta pesquisa e a metodologia no item 3. Esta contemplará a realização de entrevistas com 10 alunos do curso Técnico em Enfermagem oferecido pela Escola Técnica Destake localizada no município de Rio das Ostras, estado do Rio de Janeiro. Os critérios de seleção para os entrevistados foram: estar em estágio prático e já terem cursado a disciplina ‘Psicologia Aplicada à Enfermagem’. As entrevistas foram gravadas, transcritas, digitadas e o material coletado agrupado em categorias que serão apresentadas no ítem 4, onde também descreveremos a disciplina ‘Psicologia Aplicada á Enfermagem’ e os sujeitos deste estudo.

Já no item 5 realizaremos a discussão das categorias de análise a partir de seu confronto com a literatura disponível, e no 6º tópico teceremos nossas considerações finais a respeito do assunto deste estudo.

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

O tão comentado e explorado conceito de “homem moderno” está indiscutivelmente associado à sua capacidade de desvendar e dissecar racionalmente tudo aquilo que em outras épocas pertencia à mitologia, à teologia. A superação destes conhecimentos culmina com o império da razão onde a lógica dominante é a produção de conhecimento para o uso, pois: “Os homens buscam conhecimento com o intuito soberano: dominar a natureza e o homem” (LEITE; PEREIRA, 2004, p.82).

Este tipo de racionalidade também permeia o modo de procedermos nos tratamentos de saúde. Para Leite e Pereira (2004), é a valorização da técnica, da racionalidade funcional que predomina tanto nos projetos de saúde pública quanto no ensino, em prejuízo do saberes mais voltados á pessoa, ao sentir do ser humano. (GERMANO, 1993, apud LEITE, 2004, p.87).

Segundo Leite e Pereira (2004), está claro que a capacitação técnica deve ser a mais aprimorada possível, e ela é simplesmente vital em muitas situações. O questionável é submeter outras áreas do conhecimento, como Ética, Psicologia, Sociologia, igualmente profundas e essenciais, embora menos mensuráveis, não traduzíveis a gráficos – ao papel de coadjuvantes da formação acadêmica. Se na academia são reduzidas em importância, acabam não existindo nas práticas de saúde.

Já não sem tempo, surgem algumas propostas com o intuito de resgatar a subjetividade no cuidar em saúde. O reconhecimento da integralidade como um princípio que contempla as dimensões biológicas, psicológicas e sociais do processo de saúde, passou a ser difundido progressivamente como uma ‘nova cultura da saúde’ na educação profissional de nível médio (BRASIL, 1999, p.6).

Neste sentido, a formação em saúde exige habilidades cognitivas, técnicas e relações humanas. De forma mais específica, a área de enfermagem, foco do presente estudo, estabelece interface com as Ciências da Natureza e as Ciências Humanas (BRASIL, 1999).

Considerando que 65% da força de trabalho em Saúde no país é constituída de trabalhadores da Enfermagem fica claramente definida a importância que esta área tem no panorama geral da assistência e no processo de humanização em saúde (BRASIL, 1999).

1.1 Sobre o Nascimento da Enfermagem

A Enfermagem é uma das profissões mais jovens, ainda que tenha tido início na Antiguidade como uma evolução dos cuidados entre os membros das famílias. Neste momento, havia mais necessidade de prestação de cuidados do que o ato de curar.

Com o Cristianismo, o cuidado era exercido por pessoas pertencentes a grupos religiosos, mas a assistência prestada até o século XIX era intuitiva e desorganizada, havendo uma mescla de assistência social e religiosa (AVELLO; GRAU, 2004).

O surgimento da Enfermagem como profissão ocorreu na Inglaterra, em 1853, tendo como marco inicial o ensinamento de técnicas de Enfermagem por Florence Nightingale.

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