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O PAPEL DA ESCOLA NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM DO ALUNO HIPERATIVO

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Por:   •  5/11/2014  •  9.453 Palavras (38 Páginas)  •  1.177 Visualizações

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a presença dos sintomas por alguns anos [...]. Algum comprometimento devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (por exemplo, em casa e na escola ou trabalho). [...] Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional próprio do nível de desenvolvimento”.

Como se pode observar, o diagnóstico não é simples, alguns poderiam dizer que muitas crianças são agitadas, não param, não têm atenção às coisas. No entanto, para que se possa fazê-lo com precisão, precisa-se ater a alguns detalhes, como a agitação comum às crianças que estão em fase de explorar o mundo não causa prejuízos aos seus relacionamentos ou desenvolvimento geral.

A criança com TDAH pode ser desatenta, hiperativa, impulsiva ou ainda apresentar todas essas características. O DSM-IV9 é um manual para profissionais da área da saúde mental que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association - APA).

Utilizado ao redor do mundo por clínicos e pesquisadores bem como por companhias de seguro, indústria farmacêutica e parlamentos políticos, que ajuda na identificação desse transtorno, classificando-o em três tipos clínicos: predominantemente desatento; predominantemente hiperativo/impulso; e tipo misto.

O TDAH é um distúrbio freqüente, embora as estimativas de sua ocorrência viria de forma ampla, e devido a esta amplitude os seus resultados diagnosticais vem a refletir com diferenciais, em razão da hiperatividade, cabendo ainda, expor que este distúrbio é mais freqüente em meninos do que em meninas.

KAPLAN (2002) “Constataram que os pais de crianças com TDAH apresentam uma incidência aumentada de Hipercineria, Sociopatia, Alcoolismo e Histeria”. Embora o aparecimento ocorra por volta dos três anos de idade, o diagnóstico geralmente não será feito até que a criança entre na escola primária e que a situação de aprendizagem normal exija padrões de comportamento estruturados, incluindo períodos de atenção e concentração adequados ao desenvolvimento.

O TDAH é uma síndrome heterogênea logo, a etiologia é multifatorial, ou seja, depende de fatores genético-familiares, adversidades biológicas e psicossociais, hereditariedade indica e explica entre 50 a 92% da variedade de comportamentos hiperativos e impulsivos encontrados em crianças. De acordo com Rohde; Benczik, (1999), “entretanto, é importante ressaltar que muito provavelmente, o que é herdado não é o transtorno, e sim uma vulnerabilidade ou tendência para o mesmo”.

A relação entre hiperatividade e hereditariedade estabelece, podendo comprovar que através do estudo de comparações entre dois tipos de gêneros geneticamente diferentes (fraternos). Se a hereditariedade for um fator importante, os gêmeos idênticos terão comportamentos mais semelhantes do que os gêmeos fraternos: essa é a demonstração mais cabal do fator hereditário como causa subjacente de hiperatividade.

Na concepção de Goldstein (1996):

“Sabe-se que uma criança hiperativa tem uma probabilidade quatro vezes maior de possuir outros membros da família com o mesmo problema. Entretanto, o relacionamento entre a criança e sua família engloba fatores ambientais”

Os fatores de onde a criança vive são de extrema importância para classificar algumas características, comuns em pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, são a alta carga emocional e de energia colocada nas suas ações, onde a espontaneidade e a criatividade, podem representar vantagens em ambientes que requerem menos estruturação, como no meio artístico, por exemplo.

Acredita-se que o TDAH se caracteriza por um déficit básico no comportamento inibitório; assim, determinadas áreas do cérebro teriam a função de comandar uma espécie de “freio de inibição”. Devido ao prejuízo no funcionamento deste “freio”, as crianças e adolescentes com o transtorno apresentariam maior hiperatividade.

Pelo fato de o problema delas não ser o de prestar atenção, mas sim o de manter a atenção focalizada por períodos mais longos, principalmente em tarefas que lhes pareçam menos interessantes. Em um estudo, pesquisadores norte-americanos acompanhavam crianças com e sem Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) enquanto elas assistiam à televisão.

Entretanto, as crianças com TDAH passavam a entreter-se mais com os brinquedos e interessavam-se menos em assistir ao programa de televisão. Passando-se de um canal para outro, mudando completamente de um desenho para um programa educacional, as diferenças tornavam-se mais marcantes, ou seja, as crianças com TDAH mostravam-se menos aptas a responder corretamente às perguntas sobre o conteúdo do que estavam assistindo.

Evidenciando assim, que a capacidade de manter a atenção focalizada e sustentada em uma mesma tarefa depende de uma capacidade de inibição sustentada, ou seja, será necessário que a criança mantenha em funcionamento o “freio inibitório” para os outros estímulos do ambiente, e, isso é muito difícil para os indivíduos com TDAH, em especial, em tarefas que não o motivem fortemente.

Segundo Barkley (2002), “o maior problema das crianças com TDAH será a dificuldade em inibir e controlar o comportamento”. Para o autor, os portadores de TDAH não se beneficiam com advertências sobre o que ocorre mais tarde, baseando seu comportamento no momento presente, sem planejamentos futuros. Geralmente, apresentam lentidão no entendimento linguístico, matemático e no raciocínio moral.

Tendo em vista que esperar é um ato ativo, e que se origina do poder de controlar os impulsos e nos permite criar um senso de temporalidade, criar um discurso interno de controle do comportamento, avaliar eventos, utilizar a capacidade de análise e síntese. A criança com TDAH poderá ter dificuldade em desenvolver essas habilidades, não interiorizando emoções, que criam motivação interna, dirigindo o comportamento no alcance dos objetivos.

Educadores reconhecem que os transtornos de aprendizagem mais comuns nos alunos que apresentam TDAH são os atrasos e déficit de aquisição da fala, transtornos de leitura e escrita, dificuldades de memorização e concentração. Vários autores, entre eles Sena, Diniz Neto (2007) e Rotta (2006) evidenciam “que a maior dificuldade escolar do portador de TDAH é a escrita, tanto na criação textual, quanto na gramática e ortografia”.

No parecer de Facion (2007), define:

“a importância que os profissionais fiquem atentos, pois podemos observar uma criança

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