O Psicoeducação Perfil Controlador
Por: Dra. Adriana Kliemaschewsk • 5/8/2024 • Artigo • 1.529 Palavras (7 Páginas) • 51 Visualizações
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QUANTO MAIS CONTROLADOR, MAIS INFELIZ
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Regra de ouro: nunca faça aos outros aquilo que você não quer que os outros façam com você.
Você gosta quando outras pessoas tentam te controlar?
Quando tentamos controlar os outros, estamos apenas contribuindo para nossa própria infelicidade.
Vamos ser honestos:
Se você é empregador, você gostaria que seus funcionários se comportassem de forma diferente, não é?
Se você é empregado, você gostaria que seu chefe fosse diferente, não é?
Se você é casado, em algum momento você vai entrar em algum desentendimento por querer controlar o comportamento de seu cônjuge.
Ou controlar o comportamento de seu filho.
Ou controlar seus pais, amigos, vizinhos, colegas e até pessoas que você não conhece.
É comum nas mídias sociais as pessoas falarem mensagens pro público geral dizendo “tem que acabar tal coisa”, “pare de fazer tal coisa”, “quem faz isso tem que ser cancelado”.
Quando dizemos isso, no fundo estamos dizendo que seria melhor se o mundo inteiro pensasse e agisse da mesma forma como nós pensamos e agimos.
E o que isso significa? Este é um sinal de que existe um pensamento de superioridade, de que a maneira como eu vejo as coisas é a maneira correta.
Se todos se comportarem do jeito que eu quero, eu serei feliz e, além disso, todo mundo será feliz. Parece que eu sou o dono da verdade e os outros são burros por não concordarem comigo.
Além de querer controlar os outros, a maioria de nós também deseja controlar os resultados. Queremos controlar os mínimos detalhes do nosso trabalho. Isso até tem nome: microgerenciamento.
Na gestão de negócios, microgerenciamento é um estilo de gerenciamento pelo qual um gerente observa e controla de perto o trabalho de seus subordinados. O microgerenciamento é negativo quando mostra falta de liberdade no local de trabalho.
A questão é: por que temos um desejo tão forte de controlar o ambiente externo?
A busca por controle precisa ser dosada corretamente para sermos proativos, porém sem exagero.
A tendência a querer controlar pessoas e resultados tem uma explicação: é que essa ilusão de controle faz você se sentir melhor, tanto emocional quanto fisicamente.
Até certo ponto, o desejo de controlar os outros e os resultados pode ser uma coisa boa.
Quem tem maior desejo de controle tende a ter objetivos mais altos na vida.
Eles querem conquistar resultados mais grandiosos e também de fato acabam alcançando mais.
Ter algum controle sobre suas ações e resultados tem um lado positivo. Por exemplo, se você controla bem suas finanças, ou os alimentos que come, ou as tarefas que executa, pode alcançar mais facilmente metas como conquistar independência financeira, entrar em forma ou ser mais produtivo.
Por outro lado, não podemos exagerar nessa busca de controle.
O controle pode ser feito sobre coisas, mas quando se refere a pessoas, o resultado é diferente.
Precisamos nos dar conta que não podemos controlar outras pessoas e resultados o tempo todo. Precisamos encontrar o ponto ideal sobre quanto controle devemos buscar.
Ignorar os limites saudáveis de busca de controle pode ser prejudicial para nossos níveis de felicidade.
Querer controlar os outros é um plano inevitável para a sua própria frustração.
Ninguém gosta de se sentir controlado. O ser humano tem um enorme desejo de autonomia e liberdade.
Se você gosta de estar no controle, o contrário também acontece. Todos gostam de estar no comando, ou, pelo menos, de sentir que está no comando de suas próprias ações e de nosso próprio destino.
Qual é uma famosa maneira de você fazer uma criança te obedecer? É dar os sinais de que você deseja que ela faça exatamente o contrário.
A psicologia reversa tem a ver com um desejo de mostrar que nós temos autonomia e conseguimos fazer algo que não nos é permitido fazer.
A reatância psicológica nos mostra que buscar controle sobre os outros não é uma ideia muito boa se você quer ser feliz. Quando você tenta controlar os outros, eles vão reagir contra você.
Veja por exemplo a sua tentativa de controlar seu marido ou esposa pedindo que ele se alimente de maneira saudável. Isso pode ter um efeito contrário. Pode acontecer um aumento no consumo de alimentos não saudáveis apenas para te mostrar que você não dá ordens a eles, deixando muito claro para você que eles não gostam de ser controlados (Você gosta de ser controlado?). Essa é uma infeliz dinâmica de rivalidade.
O estresse de poder é a tendência a ficar com raiva e se frustrar quando os outros não se comportam como você deseja. Basicamente, quando você precisa de poder e controle sobre os outros, você está criando um plano inevitável para ter sentimentos negativos, para sentir raiva, frustração ou decepção quando os outros não se comportam como você deseja.
Por melhor que sejam as suas intenções, as outras pessoas nunca vão se comportar exatamente da forma como você deseja. Aliás, nem você mesmo vai se comportar da forma como o seu eu ideal pensa que você deveria se comportar.
A saída para não se frustrar com isso é simplesmente abrir mão do apego ao controle.
Você pode sim conversar, aconselhar e até mesmo em alguns casos cobrar certos comportamentos de você e dos outros. Porém, sempre tenha a consciência de que provavelmente esse comportamento não vai acontecer da forma como você espera.
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