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O QUE É ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO

Por:   •  20/8/2018  •  Resenha  •  2.562 Palavras (11 Páginas)  •  189 Visualizações

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Nome: Walquíria C. de Souza Gabriel – R.A: B71FEF-4

Curso: Psicologia - Disciplina: Psicopatologia Geral

Professor: Miguel A. de Mello Silva

RESUMO: O QUE É ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO?

CARVALHO S. S. O que é Acompanhamento Terapêutico? In CARVALHO S. S. O que é Acompanhamento Terapêutico: Que clínica é essa? São Paulo: Ed. Annablume, cap.1, 2004, p.19-44.

O que é acompanhamento terapêutico?

        O Acompanhamento Terapêutico já passou por uma constante transformação do campo, bem como também teve um caminho percorrido por algumas centenas de profissionais em pouco mais que duas décadas. Os autores Porto e Sereno (1991), definiram o Acompanhamento Terapêutico como práticas de saída pela cidade para circulação social. Marques (1991), apresentou sua definição para o Acompanhamento Terapêutico no ponto de vista dele como um recurso que permite ao psicótico estar no social, não lhe garante ser no social, no entanto, estando pode perceber que não é, à medida que reconhece aqueles que são, reforçando a ideia de articulação do paciente ao social.

        Segundo Ibrahin (1991), hoje o Acompanhamento Terapêutico configura uma atividade clínica com especificidades eu diferenciam de todas as outras, que cabe aos acompanhantes a tarefa de pensar e aperfeiçoar o trabalho, recebendo contribuições de todas as áreas. O Acompanhamento Terapêutico tem sido um importante recurso de tratamento em situações nas quais ouras possibilidades de tratamento falharam ou mostraram-se insuficientes. Os autores enfatizam que são as atribuições dos profissionais e não a atuação no ambiente natural que definem o trabalho do Acompanhamento Terapêutico.

        Há algumas características importantes que dão o contorno da clínica do Acompanhamento Terapêutico:

  1. É uma clínica que acontece no cotidiano, onde o atendimento se dá em locais e circunstancias que fazem parte do dia-a-dia do paciente.
  2. O setting é bastante variável, podendo acontecer em um shopping, em um parque, ou em seu próprio quarto.
  3. O encontro poderá ser de dupla acompanhante, com pessoas que fazem parte da vida de um ou de outro.
  4. Em muitas ocasiões o acompanhante partilha momentos de intimidade da família do paciente.
  5. O tempo junto ao paciente costuma ser bem maior que nas psicoterapias, em torno de duas horas por encontro e mais de uma vez por semana.
  6. O acompanhante se relaciona com pessoas doa rede social do paciente.
  7. O Acompanhamento Terapêutico em geral faz parte de uma equipe que se reúnem em um número bastante variável de pessoas para estudo de temas pertinentes ao trabalho, onde é fundamental para a sustentação do ofício de acompanhar.

        

A quem se destina o Acompanhamento Terapêutico?

        Em geral, pessoas que portam um sofrimento psíquico grave, que vai muito além do problema de saúde em si, que não está restrito à atenção à saúde e sim de maneira mais ampla ao resgate e à promoção de qualidade de vida. O Acompanhamento Terapêutico é um importante recurso para os propósitos da Reabilitação Psicossocial, como um processo de remoção de barreiras que impedem a plena integração de um indivíduo na sua comunidade e direitos de cidadania. Bertolate (2001), cita a importância da interdisciplinaridade no tratamento envolvendo família e demais profissionais envolvidos. Percebe-se que as possibilidades de Acompanhamento Terapêutico são bastante amplas e tendem a se expandir à medida que mais profissionais e instituições tomem conhecimento da existência dessa modalidade de tratamento.

        Além dos pacientes psicóticos e neuróticos graves, os mais vistos são as crianças com Autismo e Síndrome de Down, bem como também, os idosos, os deprimidos, os drogaditos e pessoas que sofreram limitações graves físicas como AVCs ou desastres, ou que perderam a mobilidade. O elemento em comum nos mais diferentes casos de indicação do Acompanhamento Terapêutico é o fato do paciente estar acometido por um grave sofrimento psíquico, que exceda sua capacidade atual de suporte e elaboração.

Breve histórico do Acompanhamento Terapêutico

        Desde os primórdios do século XX, já haviam os precursores do Acompanhamento Terapêutico, onde o médico psiquiatra francês Eugene Minkowsky viveu dois meses na casa de um de seus pacientes o acompanhando integralmente. Nos anos 30 um a enfermeira instruída pela terapeuta suíça Mme. Sechehaye, realizou um Acompanhamento Terapêutico com uma paciente, onde a terapêutica acolheu a paciente como um membro de sua família e deixava a mesma a cargo da enfermeira.

        O Acompanhamento Terapêutico surgiu nos anos 70 sob forte influência Argentina por duas tradições distintas, o amigo qualificado e o auxiliar psiquiátrico. No Rio de Janeiro funcionou a Clínica Vila Pinheiros entre 1969 e 1976, que contava com a função do auxiliar-psiquiátrico onde a dra Carmem Dameto teria sido uma das percussoras, a maior parte dos auxiliares psiquiátricos não possuíam formação na área de saúde mental, aos poucos que foram buscando qualificação como resposta a um mercado de trabalho “psi” mais disputado.

        O Instituto A Casa de São Paulo, é uma importante referência no cenário do Acompanhamento Terapêutico no Brasil, tanto na prática clínica, quanto à produção de conhecimento. Contudo desde os anos 70 até os dias de hoje, muito se produziu acerca do tema, e hoje o Acompanhamento Terapêutico é uma modalidade de tratamento da saúde que vem sendo aplicado com sucesso em diversas cidades brasileiras e vem sendo cada vez mais reconhecido como fundamental na rede de atenção à saúde mental.

Contextualização do Acompanhamento Terapêutico

        O Acompanhamento Terapêutico é necessariamente, por definição interdisciplinar, num espaço de construção de conhecimento, onde podemos destacar a psicologia, a psicanálise, a antropologia, a arquitetura, a teoria dos sistemas, a teoria da complexidade, a filosofia e a psiquiatria.

Acompanhamento Terapêutico e a Psicologia

        Embora outros profissionais também atuem com o Acompanhamento Terapêutico, são os psicólogos que predominam nesta área, pois contaram com uma boa formação no que diz respeito à clínica durante a graduação. A psicologia tem se configurado como um vasto campo de conhecimentos que acolhe produções que poderiam ser enquadradas em diferentes epistemologias. As classificações tanto de campo de atuação, quanto de abordagem teórica, devem ter a função de facilitar o diálogo e não o efeito controlador de limitar as possibilidades de compreensão dos fenômenos estudados, reforçando que nenhuma abordagem consegue abarcar a multidimensionalidade dessa modalidade de tratamento.

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