O Que é o Trabalho
Por: Fernanda Sapucaia Pamplona • 13/9/2020 • Trabalho acadêmico • 1.500 Palavras (6 Páginas) • 138 Visualizações
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Relação do filme Estou me guardando para quando o Carnaval chegar e o livro O que é trabalho?
Trabalho da disciplina Organização Psicossocial do Trabalho apresentado à professora Maria de Fátima dos Santos.
Alunas[1]: Adriana moura
Fernanda Sapucaia
Fabiola Arruda
Rafaella Rodrigues Saldanha
Breve resumo do livro: o que é trabalho?
Segundo ALBORNOZ, Suzana, o trabalho humano é uma atividade determinada e transformadora, porém, algumas vezes, pode ser penosa, lembrar dor, tortura, fadiga e fardo. É o homem em ação para sobreviver e realizar-se, O esforço aplicado à produção de utilidades ou obras de arte, conjunto de discussões e deliberações de uma sociedade ou assembleia convocada para interesse público, particular ou coletivo. Para certos tipos de trabalho o esforço será preferencialmente físico; para outros, estritamente intelectual. Trabalho, além de esforço é também o seu resultado.
Nas comunidades isoladas o trabalho serve apenas para garantir a subsistência de maneira indireta. Em linhas gerais, as relações econômicas foram sempre semelhantes: o excedente mantinha a elite militar e sustentava a classe ociosa. Foi a primitiva troca em espécies que deu origem ao comércio mediado pela moeda.
Hoje vivemos na era das multinacionais onde a renda, status e poder substituem a preocupação e o cuidado de fazer bem alguma coisa. A força de trabalho é dada como uma mercadoria e do esforço do operário é extraído um valor que deixa uma sobra aos interesses do capital, pois o salário do operário fica muito aquém do valor que ele cria para o mercado
O livro ressalta o conceito de Marx que diz: “práxis é uma ação transformadora que se dá através do trabalho consciente que é diferente de trabalho alienado”. A satisfação do trabalho não decorre da renda, nem do status ou do poder sobre outras pessoas, mas do processo técnico inerente. Em Marx a alienação ocorre da seguinte maneira: “sem ser dono do projeto do que produz, o homem apenas se agita como as formigas no formigueiro”. Não há, portanto, a autenticidade, ocorre uma alienação ferrenha.
Adam Smith e David Ricardo veem o trabalho humano como a fonte de toda a riqueza social e de todo valor. G. W. F. Hegel expressa uma concepção nova do trabalho humano: “é uma relação peculiar entre os homens e os objetos, na qual se unem o subjetivo e o objetivo, o particular e o geral, através do instrumento, a ferramenta”. Então, para ele, o trabalho é um processo de transformação.
O trabalho só é produtivo quando cria valor maior do que é consumido, e, portanto, dá lucro a empresa
Relação do livro com o filme Estou me guardando para quando o carnaval chegar
Lançado em 2019, o longa é um documentário de Marcelo Gomes, com 85 minutos de narrativa, o qual retrata a vida dos moradores de Toritama que fica no interior de Pernambuco. Uma cidade de 40mil habitantes, a qual corresponde a vinte por cento da fabricação de todo o Jeans nacional. O jeans é conhecido como o ouro de Toritama. E neste filme, Marcelo revela uma parte do país que é desconhecida por muitos e ele nos mostra a intensidade do labor de todos daquela comunidade.
O documentário nos coloca naquele espaço, onde as pessoas acreditam serem empreendedores, donos de seu tempo e de seus ganhos. Elas acreditam ali não haver alienação, conceito trazido pelo livro “O que é trabalho? e embasado na teoria de Max que compreende que os trabalhadores perdem a noção de que a eles pertencem tudo que produzem e são apartados dos seus bens de produção, a referia ideia foi inspirada em Hegal.
Na realidade os trabalhadores acreditam que conseguem usar sua criatividade, valorizam sua produção e por isso são livres, surgindo assim, uma falsa ideia de liberdade e de propriedade dos meios de produção. E é pelos olhos de Marcelo, que somos convidados a refletir sobre o capitalismo e a ilusão do ter.
Em várias cenas do filme quando Marcelo perguntava se as pessoas estavam felizes, sempre o que se ouvia era que sim, que o trabalho daquela forma dava sentido a elas e que a partir daquele trabalho as famílias estavam unidas no mesmo ambiente e proposito. E quando se perguntava se queriam mudar de vida, diziam que não, que aquilo ali era a vida de todos. Podemos observar nesse momento da película, a realidade de alienação que os trabalhadores estão totalmente inseridos nesse e na maioria dos contextos sociais.
Os trabalhadores se dizem livres, por não ter uma carteira assinada e ponto para bater, este é o retrato de quase todas as confecções “facções” como eles mesmos chamam. Crianças, adultos e velhos tem uma atividade a cumprir. Fazendo relação com o livro de Suzana verificamos que a alienação objetiva do homem, do produto e do processo de seu trabalho é uma consequência da organização legal do capitalismo moderno e desta divisão social do trabalho.
O longa retrata um diálogo de Marcelo com “Leo”, um dos entrevistados, Leo é a pessoa que quer vender uma moto 50 cilindradas para brincar o carnaval, mesmo tendo trabalhado muito, em muitas confecções, numa atividade insalubre, e mesmo em outras tantas atividades, como por exemplo: ajudante de pedreiro na construção de um novo prédio, para uma nova confecção, a qual ele receberá como salário a oportunidade de gerir a confecção quando estiver pronta. Este é um belo exemplo da relação que Suzana traz sobre o trabalho: “relação peculiar entre os homens e os objetos, na qual se unem o subjetivo e o objetivo, o particular e o geral, através do instrumento, a ferramenta´. Nesse caso a ferramenta de Leo é sua força de trabalho que ele troca por uma oportunidade futura e sem ganhos financeiros no momento.
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