O Sobre o Teste CAT

1 – Descreva o contexto histórico do teste de apercepção temática CAT A e H

O Teste de Apercepção Temática (TAT) surgiu em um contexto histórico rico em desenvolvimentos tanto na psicologia quanto na psicanálise. Ele foi desenvolvido por Christiana Drummond Morgan e Henry Alexander Murray nos Estados Unidos em 1935. Esse teste foi concebido como uma ferramenta para investigar a personalidade, inspirada na ideia de que as produções artísticas e narrativas refletem os conflitos e características psicológicas dos indivíduos. Consiste na apresentação de cartões com imagens, nas quais o sujeito é solicitado a criar histórias, revelando assim sua percepção e interpretação do mundo ao seu redor.

Antes do TAT, houve várias tentativas de usar imagens para investigar a psique humana. No entanto, foi no ano de 1935 que ele foi apresentado ao público como instrumento para extrair informações sobre o sujeito através da interpretação de imagens e da criação de histórias baseadas nelas. Após sua criação, o TAT se tornou uma ferramenta amplamente usada na psicologia, influenciando tanto a prática clínica quanto a pesquisa acadêmica. Henry Murray continuou a desenvolver sua teoria da personalidade, explorando conceitos como necessidade-pressão e projeção. Esses avanços teóricos, junto com a popularidade do TAT, solidificaram sua posição como um dos instrumentos projetivos mais influentes na psicologia, adaptado ao longo do tempo para atender a diferentes populações e contextos clínicos.

Posteriormente, o Teste de Apercepção Infantil (CAT - Children's Apperception Test) surgiu como uma resposta à percepção de que os estímulos do TAT não eram adequados para crianças. Desenvolvido por Leopold Bellak e Sonya Bellak em 1943, o CAT foi uma adaptação do TAT para atender às necessidades específicas do universo infantil. Reconhecendo a importância de estímulos relevantes para o desenvolvimento infantil, o CAT foi elaborado considerando os conflitos típicos dessa fase e utilizando figuras de animais para facilitar a identificação das crianças com as histórias contadas. Violet La Mont foi fundamental nesse processo, criando cenas com animais que representassem situações cruciais no desenvolvimento infantil. Com o lançamento do CAT, com 10 cartões com figuras animais, em 1943, abriu-se um novo caminho na avaliação psicológica infantil, posteriormente complementado pelo desenvolvimento do CAT-H para cobrir uma gama mais ampla de idades e experiências infantis.

Ao longo dos anos, o CAT-A e o CAT-H se tornaram instrumentos amplamente utilizados na avaliação psicológica infantil no Brasil e em outros países. Profissionais da psicologia têm explorado esses testes para compreender melhor a psicodinâmica das crianças, identificar possíveis questões emocionais e psicológicas e orientar intervenções terapêuticas adequadas.

2 - Descreva a administração e aplicação do teste

A administração e aplicação do Teste de Apercepção Infantil (CAT), tanto na versão CAT-A quanto na versão CAT-H, seguem procedimentos semelhantes visando uma avaliação precisa da personalidade infantil. É um método aperceptivo de investigação da personalidade que consiste em apresentar estímulos padronizados para que a criança conte uma história a partir desses estímulos. O CAT consiste em 10 cartões em que cada um representa uma cena com personagens animais no CAT-A ou humanos no CAT-H. Antes de aplicar o teste, é de extrema importância que os aplicadores estabeleçam um bom Rapport com o examinando. Durante a administração, os cartões são mostrados individualmente à criança, que é incentivada a criar uma história a partir da cena mostrada.

Durante a sessão, também é importante encorajar a criança a narrar histórias, evitando induzir respostas. A instrução para a criança é explicar que não há histórias certas ou erradas, e o mais importante é inventar uma história para cada figura. Bellak e Abrams recomendam que para a administração do CAT é instruído falar: “Este é um jogo de histórias. São dez figuras ao todo. Eu vou mostrar uma figura por vez, e você deve tentar criar uma história de faz de conta para ela. Diga o que está acontecendo na figura, o que vai acontecer depois e como termina a história. Ou você pode dizer o que acha que aconteceu antes, em seguida, o que está acontecendo na figura e depois qual é o fim da história. O que interessa é você inventar uma história com começo, meio e fim, da sua própria imaginação. Muito bem, esta é a primeira figura.” Os cartões devem ser apresentados um por vez, na sequência numerada, enquanto os demais permanecem ocultos para manter a atenção da criança. Caso a criança não forneça uma história completa, perguntas como "Como termina essa história?" podem ser feitas para estimular a narrativa.

Durante a aplicação, observa-se o comportamento da criança, incluindo gestos físicos, falas não referentes a estória e expressões faciais, para auxiliar na interpretação das respostas. Após a aplicação, as respostas são analisadas para compreender aspectos da personalidade infantil, como relações interpessoais e defesas psicológicas. O CAT é uma ferramenta útil em ambientes clínicos para compreender o comportamento infantil em diferentes contextos, sendo empregado tanto na psicoterapia como uma técnica lúdica quanto em estudos de longo prazo sobre o desenvolvimento infantil.

3 - Quais são os materiais necessários para a aplicação e administração do instrumento

Para a aplicação e administração do Teste de Apercepção Infantil (CAT) nas versões CAT-A (com personagens animais) e CAT-H (com personagens humanos), são necessários os seguintes materiais:

• Manual de Instruções: Recurso importante para orientar o administrador sobre como conduzir o teste de forma padronizada e correta.
• Formulário de Consentimento: Para obter a autorização dos responsáveis legais da criança antes de realizar o teste, conforme as diretrizes éticas e legais.
• Cartões do CAT: São 10 cartões em tons de cinza sobre fundo claro, cada um representando uma cena com personagens animais no CAT-A ou humanos no CAT-H. Esses cartões são essenciais para a apresentação dos estímulos visuais às crianças durante o teste.
• Local adequado: É importante realizar o teste em um ambiente tranquilo e acolhedor, livre de distrações, para garantir que a criança se sinta confortável e concentrada durante a aplicação do CAT.
• Folhas de registro: Para anotar as respostas e observações da criança durante a narrativa das histórias a partir dos cartões do CAT, é recomendável ter folhas de registro ou um caderno para documentar as informações relevantes.
• Conhecimento teórico e treinamento: O aplicador do teste deve possuir conhecimento das teorias psicodinâmicas e ter sido treinado no uso específico do CAT para garantir uma administração adequada e uma interpretação correta das respostas da criança.
• Escalas de pontuação específicas: Para assegurar a fidedignidade do teste, é recomendável utilizar escalas de pontuação específicas e seguir critérios padronizados para a interpretação das respostas da criança.

Reunindo esses materiais e seguindo as orientações adequadas para administrar e interpretar o CAT-A e CAT-H, é possível adquirir informações valiosas sobre a personalidade, o funcionamento psicológico e as características individuais das crianças avaliadas. Isso contribui para uma avaliação mais completa e detalhada.