O conceito de psicopatia
Pesquisas Acadêmicas: O conceito de psicopatia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alisonjesissai • 11/12/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 6.328 Palavras (26 Páginas) • 530 Visualizações
1 O CONCEITO DE PSICOPATIA
A psicopatia é um conceito subjetivo muito debatido hoje em dia, mas, usualmente, define-se como um conjunto de características afetivas, interpessoais e comportamentais, incluindo o egocentrismo, a impulsividade, a irresponsabilidade, as emoções escondidas, a falta de empatia, de culpa ou de remorso, bem como a mentira patológica, a conduta extremamente manipuladora e a persistente violação das normas e expectativas sociais (Cleckley 1976; Hare 1993). No entanto, os psicopatas embora apresentem comportamentos marcadamente agressivos e inadaptados ao meio em que estão inseridos, não possuem déficits ao nível da inteligência ou das capacidades de raciocínio.
No princípio do século XIX, podemos encontrar, essencialmente, duas vertentes opostas que procuram precisar a natureza da psicopatia. Em 1801, o neurologista Philippe Pinel identificou a síndrome “manie sans delire” que se constitui, fundamentalmente, como uma desordem dos afetos, em que a tolerância à frustração é muito diminuta e a impulsividade atinge gradientes de extrema agressividade, mas onde as capacidades cognitivas se encontram preservadas. Anos mais tarde, em 1835, Bejamin Rush usou o termo “insanidade moral” para fundamentar que estes indivíduos sofrem de alterações orgânicas ou constitucionais.
Contudo, continua por esclarecer se a psicopatia se constitui como uma entidade em si, com raízes na vertente social ou constitucional. Não obstante, o termo “psicopatia”, tal como se utiliza atualmente, corresponde à confluência de três correntes conceptuais: o alienismo francês, até meados do século XIX; a psiquiatria britânica, de meados do século XIX; e a psiquiatria alemã, da passagem para o século XX.
Critérios para diagnóstico do Psicopata (Hare, Hart , Harpur)
1. Problemas de conduta na infância.
2. Inexistência de alucinações e delírio.
3. Ausência de manifestações neuróticas.
4. Impulsividade e ausência de autocontrole.
5. Irresponsabilidade
6. Encanto superficial, notável inteligência e loquacidade.
7. Egocentrismo patológico, autovalorização e arrogância.
8. Incapacidade de amar.
9. Grande pobreza de reações afetivas básicas.
10. Vida sexual impessoal, trivial e pouco integrada.
11. Falta de sentimento de culpa e de vergonha.
12. Indigno de confiança, falta de empatia nas relações pessoais.
13. Manipulação do outro com recursos enganosos.
14. Mentiras e insinceridade.
15. Perda específica da intuição.
16. Incapacidade para seguir qualquer plano de vida.
17. Conduta anti-social sem aparente arrependimento.
18. Ameaças de suicídio raramente cumpridas.
19. Falta de capacidade para aprender com a experiência vivida.
2 HISTORIA DO CONCEITO
O conceito de Psicopata, Personalidade Psicopática e, mais recentemente, Sociopata é um tema que vem preocupando a psiquiatria, a justiça, a antropologia, a sociologia e a filosofia desde a antigüidade. Evidentemente essa preocupação contínua e perene existe porque sempre houve personalidades anormais como parte da população geral.
Psicopatas são pessoas cujo tipo de conduta chama fortemente a atenção e que não se podem qualificar de loucos nem de débeis; elas estão num campo intermediário. São indivíduos que se separam do grosso da população em termos de comportamento, conduta moral e ética. Vejamos a opinião dos vários autores sobre a Personalidade Psicopática ao longo da história.
2.1 Cardamo
Uma das primeiras descrições registradas pela medicina sobre algum comportamento que pudesse se identificar à idéia de Personalidade Psicopática foi a de Girolano Cardamo (1501-1596), um professor de medicina da Universidade de Pavia. O filho deCardamo foi decapitado por ter envenenado sua mulher (mãe do réu) com raízes venenosas. Neste relato, Cardamo fala em "improbidade", quadro que não alcançava a insanidade total porque as pessoas que disso padeciam mantinham a aptidão para dirigir sua vontade.
3 O PERFIL DE UM PSICOPATA
O psicólogo criminal Robert Hare diz que os psicopatas “não sentem nenhuma angústia pessoal e não tem nenhum problema; o problema quem tem são os outros. Sua capacidade para castigar suas vítimas se baseia em um comportamento anormal do cérebro, que reage de forma completamente diferente do que o de uma pessoa sã”.
Anos atrás o doutor Hare com base na revisão de registros penitenciários e de entrevistas realizadas com criminosos, concluiu que esse tipo de personalidade pode ser avaliado por meio de uma lista de 20 características ou sintomas:
1. Loquacidade / Encanto superficial.
2. Egocentrismo / Sensação grandiosa de autoestima.
3. Necessidade de estimulação / Tendência ao tédio.
4. Mentira patológica.
5. Direção / Manipulação.
6. Falta de remorso e de sentimento de culpa.
7. Afetos pouco profundos.
8. Insensibilidade / Falta de empatia.
9. Estilo de vida parasita.
10. Falta de controle comportamental.
11. Conduta sexual promiscua.
12. Problemas precoces de comportamento.
13. Falta de metas realistas no longo prazo.
14. Impulsividade.
15. Irresponsabilidade.
16. Incapacidade de aceitar a responsabilidade pelas próprias ações.
17. Várias relações maritais breves.
18.
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