O que é um mito?
Relatório de pesquisa: O que é um mito?. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 2737 • 25/9/2014 • Relatório de pesquisa • 1.465 Palavras (6 Páginas) • 208 Visualizações
O que é um mito?
O mito surgiu para dar respostas ao indivíduo sobre aquilo que não conhece, sobre a origem da vida, sobre a morte, sobre as coisas que o cerca. Podemos ainda dizer que uma das funções do mito é dar segurança, acomodar e tranqüilizar o ser humano.
Como processo de compreensão da realidade o mito não é uma lenda, mas a verdade. É uma verdade que não necessita da prova, apenas existe pela fé, pela crença. A raiz da consciência mítica está nas emoções, na afetividade: expressa o que desejamos ou o que tememos.
Outra função do mito nas sociedades foi a de fixar modelos exemplares de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas.
Nas sociedades tribais onde existe uma forte consciência mítica, a experiência individual não se separa da coletiva, ou seja, o equilíbrio pessoal depende da preponderância do coletivo.
Também podemos pensar que os mitos estão fortemente ligados à religião (a todas elas). As formas de ver o sagrado (algo que não é deste mundo) vão “evoluindo”, trazendo a magia como uma forma de interagir na natureza (mudando-a quando necessário), apelando ao divino, ao mítico.
Assim, na Grécia Antiga, os mitos gregos eram histórias importantes à fundação desta civilização, mas não eram ainda escritas.
Temos alguns nomes importantes a quem se atribui a autoria de algumas obras muito importantes à mitologia grega. Homero e Hesíodo.
Contudo, transformações sociais ao longo dos séculos fariam com que os gregos começassem a REDEFINIR a importância do mito para suas vidas. Inicia-se o desenvolvimento de um pensamento voltado à racionalidade, à razão, colocando em xeque explicações subjetivas acerca do mundo.
Ocorre o processo de passagem do MITO para o LOGOS.
Alguns fatores auxiliaram neste processo de passagem do mito para o logos, isto é, de uma consciência mítica para uma outra crítica e racional. Dentre eles temos: a invenção da escrita, da moeda, a lei escrita e o nascimento da pólis (cidade-estado), todas elas como condição para o surgimento da FILOSOFIA.
A expressão do debate faz nascer a Política que liberta o indivíduo dos exclusivos desígnios divinos e permite tecer seu destino na praça pública. Este contexto condicionaria à um questionamento das explicações míticas.
2 : O pensamento pré-socrático (Parmênides e Heráclito)
Os primeiros filósofos são os chamados Pré-Socráticos (final do século VII ao final do século V a.C) . É no período pré-socrático em que o pensamento ocidental começa a se dirigir ao conhecimento filosófico.
A preocupação mais importante se dava em relação à origem e essência das coisas. Isto é, queriam entender a ARCHÉ, o princípio ORDENADOR das coisas. Busca-se a physis, a qual não pode ser conhecida pela percepção sensorial, mas apenas pelo pensamento.
Ou seja, estes pensadores desejavam compreender a natureza, isto é, a relação homem/natureza. Procuravam a RACIONALIDADE CONSTITUTIVA DO UNIVERSO. Logo, tinham uma preocupação com a cosmologia
Muitos são os chamados pensadores pré-socráticos, à exemplo de Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia, entre outros.
Contudo, vamos nos ater à dois deles: Heráclito e Parmênides. Estes dois pensadores são pólos extremos do pensamento filosófico como veremos a seguir.
Heráclito: Segundo este filósofo, todas as coisas estão em constante mudança, em constante transformação.
Todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós num momento já não será mais a mesma coisa no momento seguinte. Segundo ele, “nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois na segunda vez nem nós nem o rio são a mesma coisa.
Ele afirma que o ser é múltiplo, não apenas no sentido da multiplicidade das coisas, mas é múltiplo por ser composto por oposições internas.
Para ele haveria uma unidade fundamental de todas as coisas (assim como para outros pré-socráticos), mas trata-se de uma unidade de tensões opostas. Ele vê no conflito entre os opostos a causa do movimento. O movimento se daria pela luta dos contrários. Haveria uma harmonia nesta luta de forças opostas.
O dinamismo de todas as coisas pode bem ser representado pela metáfora do fogo, forma visível da instabilidade, símbolo da eterna agitação do devir, o fogo eterno e vivo, que ora se acende e ora se apaga.
Parmênides: Opõe-se a visão de Heráclito. Na verdade, Parmênides vai afirmar que tudo é imóvel . Para ele é absurdo pensar que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo.
Segundo ele: O “SER” É E O “NÃO SER” NÃO É.
Parmênides defendia a existência de dois caminhos para a compreensão da realidade. O primeiro é o da Filosofia, da razão, da essência. O segundo é o da crendice, da opinião pessoal, da aparência enganosa, que ele considerava a “via de Heráclito” (COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. São Paulo Ed. Saraiva, 1995, p. 91).
Para ele o ser é imóvel, único, infinito e imutável. Ele não nega que o movimento exista porque os seres nascem e morrem, mudam de lugar e se expõe em infinita multiplicidade.
Contudo, essa percepção da mudança apenas se dava no mundo do sensível, o qual é ilusório, é opinião. Apenas no mundo inteligível é que encontramos a verdade, isto é, pela evidência conseguida pela razão:
O QUE É, É – E NÃO PODE DEIXAR DE SER. Tal afirmação seria puro princípio lógico.
Além do “O QUE É” apenas poderia existir, diferente dele, “O QUE NÃO É” – o que seria absurdo, pois significaria atribuir existência ao não ser, impensável e indivisível.
3 - O
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