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OFICINAS EM DINÂMICA DE GRUPO:

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Por:   •  26/9/2014  •  2.424 Palavras (10 Páginas)  •  1.439 Visualizações

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OFICINAS EM DINÂMICA DE GRUPO:

Um método de intervenção psicossocial

Maria Lúcia M. Afonso (Org).

Oficinas tem sido um termo aplicado às situações mais diversas, designando, geralmente, cada encontro em um trabalho de grupo. A oficina terá um planejamento básico, flexível, e se desenvolverá ao longo de um número combinado de encontros. A “Oficina” pode ser útil nas áreas de saúde, educação e ações comunitárias . Ela usa informação e reflexão, mas se distingue de um projeto apenas pedagógico, porque trabalha também com os significados afetivos e as vivências relacionadas com o tema a ser discutida, a oficina se diferencia de um grupo de terapia, uma vez que se limita a um foco e não pretende a analise psíquica profunda de seus participantes. Utilizando teorias e técnicas sobre grupo, a Oficina é, aqui, caracterizada como uma prática de intervenção psicossocial seja em contexto pedagógico, clínico, comunitário ou de política social.

Origens teóricas de uma forma de intervenção psicossocial com pequenos grupos.

Longe de se opor a outras formas de trabalho com grupos, como o sociodrama, e o grupo operativo, tem com elas uma afinidade assumida e não pretende superá-las nem substituí-las. A aplicação do trabalho de grupo a uma problemática ao mesmo tempo individual e social com um estilo de intervenção ativa caracteriza uma das intervenções possíveis em psicologia social, e cabe ao profissional decidir quando e em que contexto utilizá-la.

Kurt Lewin e a Pesquisa-Ação com pequenos grupos

Kurt Lewin é reconhecido como o fundador da teoria dos pequenos grupos e pesquisa-ação em psicologia social. Lewin considerava o grupo como um campo de forças, cuja dinâmica resulta da interação dos componentes em um campo psicossocial. O grupo não é uma somatória de indivíduos e, portanto, não é o resultado apenas das psicologias individuais e, sim, um conjunto de relações, em constante movimento. Como “campo de forças”, os pequenos grupos têm uma estrutura e uma dinâmica. A estrutura diz respeito à sua forma de organização, a partir da identificação de seus membros. A dinâmica diz respeito às forças de coesão e dispersão no grupo. O” pequeno grupo”, ou “grupo de interação face a face”, é constituído por um número restrito de pessoas unidas em torno de objetivos em comum. Na interação face a face, os sujeitos se apreendem mutuamente em um vivido partilhado, envolvidos em uma processo de comunicação intersubjetivo. A dinâmica interna dos grupos diz respeito à sua organização- regras, papéis, liderança e comunicação- bem como seu processo de mudança e resistência à mudança.

A Abordagem psicodinâmica do grupo e a Oficina

A reflexão consciente, racional, desenvolvida no grupo, se articula com a emoção e os vínculos, com a experiência, e pode surtir efeitos de mudança. Para compreender a vida emocional e inconsciente do grupo vamos recorrer à teoria psicodinâmica do grupo, por intermédio de Freud(1984), Bion(1975) e Pichan-Riviere(1998).

A identificação e a identidade do grupo

A identificação é o núcleo dos mecanismos psicológicos que formam a identidade grupal. A vinculação com o líder ou ideal é que permite que os membros do grupo passem a perceber ou adotar uma identidade entre si, uma identidade grupal.

Bion e as hipóteses de base nos grupos restritos

Bion parte do principio de que o homem é um sujeito social e que a relação com o outro está sempre presente, ainda que de forma imaginária ou simbólica.

Para Bion, todos os grupos funcionam em dois níveis: O nível da tarefa, O nível da valência, o nível da tarefa é também designado como “grupo de trabalho” e o da como “grupo de suposição básica” ou de “hipóteses básicas”. Assim, a esfera afetiva tanto pode bloquear quanto facilitar a realização da tarefa e se organiza em torno de três “suposições básicas”. Dependência, ataque e fuga, acasalamento (pairing).

Foulkes e a matriz de comunicação grupal

Ele considerava que, no grupo, existia uma rele de elementos transferências dirigidos. A “grupoanálise” de Foulknes centra-se no processo grupal, nas interações e em cada individuo tomado não de maneira isolada mas no contexto do grupo. No grupo, busca-se promover a interação, a comunicação, a palavra livre, a elaboração do sistema de valores, atitudes e relações que nele vigoram. Para Foulkes (1967), existe 3 fases comuns a todos os grupos: 1 Fase de tomada de posição e conscientização do seu processo. 2 Fase intermediária ou de integração. 3 Fase final ou do encontro com a realidade. Levando adiante as pesquisas sobre a psicodinâmica do processo grupal, Foulkes (1967) introduziu o conceito de Matriz Grupal. A matriz do grupo é uma mentalidade grupal, englobando consciente e inconsciente. Para Foulkes(1967), o grupo analítico vive em tríplice nível de comunicação: consciente, pré-consciente e inconsciente.

Pichon-Riviere e o Grupo Operativo

Pichon-Riviere(1998) define o grupo como um conjunto de pessoas, ligadas no tempo no tempo e no espaço, articuladas pó sua mútua representação interna, que se propõem explicita ou implicitamente a uma tarefa, interatuando para isto em uma rede de papéis, com o estabelecimento de vínculos entre si. A identificação e a sublimação são, também para Pichon-Riviere, processos básicos do grupo, onde a identificação se apresenta “múltipla” ou “em rede”. No processo do grupo, há os momentos da pré-tarefa, tarefa e projeto. A pré-tarefa é o momento em que predominam mecanismos de dissociação. A tarefa é o momento em que se rompe a estereotipia e se elabora a pré-tarefa, avançando na elaboração de seu objeto. No momento do projeto, uma vez alcançado um nível de operatividade, o grupo pode se planejar.

Paulo Freire e os Círculos de Cultura

Circulo de cultura: aprender em grupo no contexto do grupo. Aprendizagem, comunicação e autonomia- processos interrelacionados. Aprendizagem e cultura- Aprender a ler é aprender a ler o mundo e a si mesmo no mundo. O papel do educador agente cultural, diálogo, dinamização. As pessoas se ensinam umas às outras, midiatizadas pelo mundo.

Grupo e Contexto: a Vertente Institucional

Conforme afirma Enriquez (1997), o pequeno grupo pode ser um lugar privilegiado para a compreensão de fenômenos coletivos.

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