OS COMENTÁRIOS SOBRE O PODCAST DA BBC
Por: leilalino • 19/10/2022 • Trabalho acadêmico • 624 Palavras (3 Páginas) • 70 Visualizações
COMENTÁRIOS SOBRE O PODCAST DA BBC “ O que é a leitura profunda e por que ela faz bem ao cérebro” – da Pesquisadora neurocientista Marianne Wolf
O referido poscast foi baseado na Pesquisa da neurocientista Marianne Wolf que aponta que não há nada menos natural do que ler, para os seres humanos. Ela discorre sobre a importância dos processos de alfabetização, como sendo uma das maiores invenções da humanidade, uma vez que se utiliza de códigos que tornam possíveis a comunicação inteligível para os sujeitos dentro de suas comunidades.
A autora se refere ainda ao processo de leitura na alteração de algumas áreas do cérebro, pois se utiliza de inúmeras conexões mentais para que isso ocorra. Segundo ela não existe uma programação genética nos humanos para aprender a ler . Para ela, ler é um conjunto de habilidades que adquirido muda o cérebro, permitindo fazer novas conexões nas regiões visuais, pensamento, emoções e linguagem.
A questão despertada no texto é quanto ao uso de plataformas digitais pelos leitores. Não que ela seja contra , mas aponta para um novo olhar a respeito desse assunto. Segundo a pesquisadora, essa nova forma de utilização das mídias para determinados tipo de leitura, tem preocupado inúmeros cientistas, uma vez que influenciam nos circuitos cerebrais já conquistados quando fazemos uma leitura no papel por exemplo.
Segundo alguns estudiosos a transmídia permite que uma mesma narrativa possa ser oferecida ao leitor de diversas formas indo do livro impresso aos podcast, aplicativos, games, blogs entre outros, porém é importante ressaltar que esse tipo de mídia está dando voz não só a um novo tipo de leitor, assim como a um novo tipo de escritor.
Com a velocidade em que as coisas acontecem, os seres humanos estão recebendo uma descarga de informação diária, como nunca vista na história da humanidade e para qual não tem tempo e não estão preparados nem física nem emocionalmente. Isso faz com que dêem preferências a leituras curtas e feitas de forma superficial, diferente por exemplo de ler um romance longo que requer tempo, leitura profunda e reflexões, com o uso importante do pensamento abstrato.
Os cientistas estão interessados em pesquisar as implicações dessa digitalização nas culturas, pois estão percebendo que a leitura de textos longos está diminuindo e se tornando cada vez mais fragmentada, podendo ser futuramente um ponto negativo nos aspectos cognitivos e emocionais dos seres humanos. Para a autora a questão maior não é o que lemos ou o quanto lemos, mas sim como lemos. Segundo ela se não treinarmos as habilidades conquistadas na leitura, podemos acabar perdendo a capacidade de entendermos conteúdos mais complexos. Não há por parte dos interessados nessas pesquisas negar ou criticar o uso dessas plataformas digitais, muito pelo contrário, pois a tecnologia veio para facilitar e complementar a vida das pessoas. O que se quer é o uso adequado dessas ofertas sem que possamos correr o risco de perder as habilidades conquistada ao longo dos milênios.
O que sugere Marianne Wolf é que as pessoas assim como podem ser bilingues ou trilingues, possam ao longo do tempo desenvolver novas conexões cerebrais para assim adaptarem-se aos novos tempos, gerando um cérebro biletrado. Dessa forma poderão transitar entre a leitura em papel e a leitura nas diversas mídias digitais. Por ser o Homem altamente flexível e adaptável, provavelmente em curto espaço de tempo nossos descendentes, com certeza, terão feito essa nova conquista.
Leila Lino
14/03/2022
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