OS TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS

CURSO DE PSICOLOGIA

EDUARDO CARVALHO

ELAINE OLIVEIRA

ELTON ALEXANDRE

JULIA ALVES

LAURA SANTOS

LETÍCIA LOPES

TAINÁ GONÇALVES

TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS

Atividade como obrigatoriedade para a Disciplina de

Intervenções Psicanalíticas, orientado pelo Professor Armando Chibante.

São Paulo

2019

PSICOSSOMÁTICA

Psicossomática: (psykhé)= psico -mente, (soma)= alma-corpo.

A psicossomática tem sua origem na concepção primeira da existência de uma “mente” ou “alma”, depois veio a concepção de que o ser humano é um ser integral, e não existe uma separação ideal entre mente e corpo, e ainda de que o ser humano interfere e sofre interferências do contexto em que vive, como já havia proposto, no século XVIII pelo filósofo Galeno “mens sana in corpore sano”. Portanto, a psicossomática é uma ciência interdisciplinar, que gera diversas especialidades da medicina e da psicologia, para estudar os efeitos de fatores sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo, e sobre o bem-estar das pessoas. O termo também pode ser compreendido, tal como descreve Mello Filho (1992), como "uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde, é um campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma prática, a prática de uma medicina integral”.

Através de investigações psicanalíticas sobre o estudo do inconsciente e da origem das doenças, surgiu o termo Psicossomática no final do século XX, definida por Johann Christian August Heinroth (1773-1843): “Psicossomática é o estudo e o tratamento das doenças do corpo, que tem sua origem na mente”. A denominação de medicina psicossomática, de acordo com seu campo epistemológico, é um estudo da relação mente e corpo com ênfase na explicação de psicologia somática, uma proposta de assistência integral e uma transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas corporais. (Eksterman, 1992, p.77).

Para Mello Filho (1992), a evolução da psicossomática ocorreu em fases:

• A primeira, denominada de fase inicial ou psicanalítica, sob a influência das teorias psicanalíticas, teve seu interesse voltado para os estudos da origem inconsciente das doenças, das teorias da regressão e dos ganhos secundários da doença.

• A segunda, chamada de fase intermediária, influenciada pelo modelo Behaviorista, valorizou as pesquisas tanto em homens como em animais, deixando assim grande legado aos estudos do stress.

• A terceira fase, denominada de atual ou multidisciplinar, valorizou o social, a interação e interconexão entre os profissionais das várias áreas da saúde.

O ser humano sempre questionou o adoecer e a unidade funcional soma-psyche, na qual a psicossomática se funda, “ela se constitui uma resposta da relação corpo espírito”. (Weiss e English, 1952, cit. Cardoso, 1995).

CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO

O sintoma psicossomático, na verdade, é somente uma manifestação, um ponto de partida, na qual o físico se conecta com a mente. Como o indivíduo significa sua doença: uma face é a queixa orgânica, nervosa, emocional ou devida a stress e a outra face é a de ser uma questão subjetiva. “Mais importante que saber que doença aquela pessoa tem, é saber que pessoa tem aquela doença” Hipócrates (470 a.C.).

O corpo delimita e foca em um órgão, que vai, através do adoecer, apresentar a dor psíquica. É fato que a literatura costuma referir-se ao “Órgão de Choque” como aquele que adoece com frequência, o que recebe o impacto de uma vivência emocional, o que expressa e reage às “dores” implícitas, que estão inconscientes no indivíduo.

Segundo a escola norte-americana de psicossomática, a chamada escola de Chicago, são consideradas sete principais enfermidades psicossomáticas, conhecidas como as sete doenças de Franz Alexander. São elas: a reto colite ulcerativa, a úlcera gástrica, a asma brônquica, a hipertensão arterial, as perturbações cardíacas, o hipertireoidismo e as alergias de pele. Como podemos ver todas elas se relacionam com neuro-endócrino-imunológico do corpo e todas se conectam com funções psíquicas.

As doenças psicossomáticas podem se manifestar em diversos sistemas que constituem nosso corpo. As sete principais são:

Gastrointestinal, Respiratória, Cardiovascular, Dermatológico, Endócrino e metabólico, Sistema nervoso, Articulações

Os desgastes por conflitos sociais, familiares e pessoais podem produzir disfunções ou tensões de comportamento e gerar os sintomas físicos. O corpo age e reage, manifestando sua resposta própria a toda e qualquer “afetação” que atingir o indivíduo. O corpo sempre participa junto com a mente em relação aos sofrimentos.

DESCRIÇÃO DOS SINTOMAS E SINAIS

• Gastrointestinal (úlcera, gastrite, reto colite, dor e queimação, sensação de enjôo, diarréia, prisão de ventre etc.)

• Respiratória (asma e bronquite, sensação de falta de ar e sufocamento etc.)

• Cardiovascular (hipertensão, taquicardia e angina, sensação de dores no peito, que podem ser confundidas com infarto, além de palpitações e o surgimento ou piora de pressão alta etc.)

• Dermatológico (vitiligo, psoríase, dermatite, alopecia, herpes, urticárias e eczema, coceira, ardência ou formigamento;)

• Endócrino e metabólico (diabetes);

• Sistema nervoso (enxaqueca e vertigens);

• Articulações (artrite, artrose, tendinite e reumatismo).

• Garganta (sensação de nó na garganta, irritações constantes na garganta e amígdalas;)

• Músculos e articulações (tensão, contraturas e dores musculares;)

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