Os Disturbios de Linguagem
Por: 17043221897 • 5/6/2016 • Trabalho acadêmico • 2.795 Palavras (12 Páginas) • 437 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Grande parte das queixas relatadas na clinica pediátrica, neurológica, neuropsicológica e fonoaudiológica infantil refere-se a alterações no processo de aprendizagem e /ou atraso na aquisição da linguagem, este trabalho visa apresentar de forma sucinta essas alterações.
A linguagem possibilita a comunicação e a interação de forma ilimitada entre os indivíduos, permitindo ação sobre o meio (pela atividade cognitiva) e sobre o outro (pela atividade comunicativa). Somente a partir dessas ações os indivíduos podem exercer ativamente seu papel na sociedade.
Foi realizada uma leitura criteriosa de artigos científicos referentes ao tema e levantadas informações onde se observou que há um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação (distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para enfocá-la no como ela diz) ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou apreensiva com seu modo de falar. Porém é preciso muito cuidado ao classificar a linguagem, pois a fala normal tolera muitas “anomalias”.
Os distúrbios de linguagem são frequentemente não reconhecidos apropriadamente por estudantes, e até mesmo médicos experientes costumam exibir dificuldades para uma identificação correta desses sintomas. A principal razão para esse pouco interesse é a complexidade desencorajadora com que os livros especializados apresentam o tema.
Outro aspecto a considerar é a singularidade dessa condição que, impedindo uma comunicação adequada faz com que o paciente assuma ares de enfermo psiquiátrico.
Alguns conceitos possibilitam estabelecer uma luz nesse campo obscuro das neurociências.
O primeiro, e o mais fundamental deles é a função da linguagem que está localizada no hemisfério cerebral dominante na maioria dos indivíduos (mais de 90%), este é o hemisfério cerebral esquerdo. A elaboração da palavra falada tem sua origem na área do hemisfério dominante que se encontra no extremo posterior da circunvolução frontal inferior, também conhecida como área de Broca. Nesse mesmo hemisfério, mais precisamente no terço posterior da circunvolução temporal posterior encontra-se na área responsável pela compreensão e interpretação simbólica da linguagem, a área de Werniche.
Distúrbios da fala sempre se manifestarão quando algumas dessas áreas sofrerem lesões.
2 OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é reconhecer e compreender os principais conceitos e expressões relacionadas ao distúrbio da linguagem e também entender a atuação do psicólogo frente a esse distúrbio.
3 MATERIAL E MÉTODO
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos, sobre o tema proposto e foram incluídas as referências dos mesmos como base para a compreensão dos distúrbios analisados.
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 Etiologia das disfasias
Doença vascular cerebral – É a causa mais prevalente de distúrbios disfásicos, e estes não raramente constituem os sintomas iniciais. Transtornos vasculares isquêmicos são mais frequentes que aqueles de natureza hemorrágica. Disfasia de duração limitada e recorrente deve nos fazer pensar na possibilidade de ataques isquêmicos transitórios em território da artéria cerebral média do hemisfério dominante. Esta hipótese é reforçada no caso de um paciente com múltiplas evidências clínicas de doença vascular obstrutiva; ou que apresente placas ateromatosas ulceradas em carótida ou tenha o coração como fonte emboligênica. Igualmente, vasculopatias cerebrais associadas às doenças reumatológicas são por demais frequentes para que possamos ignorá-las. L.E.S., por exemplo, poderá ser a causa da disfasia exibida por uma paciente jovem em particular.
Por outro lado, é um grande erro imaginar que infartos cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos deverão sempre ser acompanhados de déficits motores. Além disso, deve-se ter bem claro que a presença de hemiparesia/hemiplegia nem sempre será resultante de doença vascular cerebral. E finalmente deve ser enfatizado que fatores de risco para doença vascular devem ser pesquisados em todos aqueles pacientes que apresentem transtornos da fala de origem incógnita.
Diversos agentes infecciosos podem determinar vasculites comprometendo vasos cerebrais. Infartos isquêmicos ou hemorrágicos podem surgir em consequência. Um bom exemplo disso é a encefalite necro-hemorrágica associada com o vírus herpes. Devido a uma predileção do vírus pelo acometimento dos lobos temporais, disfasia é geralmente um sintoma inicial. Além disso, muitos daqueles que sobreviverão irão apresentar como sequela fenômenos disfásicos em graus variados.
No passado recente, Neurolues foi uma condição extremamente frequente. Como parece estar em fase de recrudescimento, convém não ignorarmos esta possibilidade. Classicamente os pacientes apresentam tremores labiais quando tencionam se expressar. A "peste moderna", representada pelo vírus HIV, seus descendentes e coadjuvantes oportunistas, irá acometer o SNC na imensa maioria dos casos. Nos dias de hoje esta possibilidade deveria ser arguida em todos os pacientes jovens que desenvolvam disfasias, sem uma causa previamente identificada.
Abscessos cerebrais - podem ter disfasia como sintoma inicial, não por alteração vascular, mas sim por efeito de massa. Seriam particularmente suspeitos aqueles pacientes já em acompanhamento por otite crônica.
Endocardites infecciosas - além de frequentes em nosso meio, são causas potenciais de sintomas neurológicos. Já que êmbolos originários do coração caminham preferencialmente pelo território das artérias cerebrais médias, seria razoável supor que muitos desses pacientes irão debutar seu quadro cardiológico com distúrbios disfásicos. A história de tratamento dentário prévio, em pacientes com antecedente de febre reumática, sugere esta possibilidade.
Neoplasias no SNC - tanto primitivas quanto metastáticas, poderão ter disfasia como primeira manifestação. Aliás, isso está longe de ser uma raridade, frequentemente são detectadas insuspeitamente, isto é, o médico investigador acaba surpreendido com o resultado da tomografia/ressonância do cérebro. Contudo, naqueles pacientes já em seguimento ambulatorial oncológico, a possibilidade de metástase como etiologia de disfasia deveria ser intuitiva. Igualmente, a combinação de sinais de hipertensão intracraniana com fenômenos disfásicos aponta em direção à neoplasia como a melhor hipótese diagnóstica.
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