Os Processos Basicos - INTELIGENCIA
Por: Caila Mendes • 1/10/2022 • Trabalho acadêmico • 1.317 Palavras (6 Páginas) • 88 Visualizações
1 INTELIGÊNCIA
Considerado um construto complexo em função da existência de variados enfoques teóricos, de acordo com Richardson (1999 apud SOBRAL, 2013, p. 33), “a inteligência é um conceito fundamental da psicologia moderna que todos utilizam; entretanto, quase ninguém consegue defini-la de modo definitivo ou pelo menos amplamente convincente”. De qualquer modo, uma das definições conhecidas diz que a Inteligência pode ser definida pela capacidade de aprender com a vivência, compreender processos de pensamento com a finalidade de solucionar problemas inéditos e adaptação às necessidades e exigências culturais do entorno. Alguns estudiosos, com enfoque teórico tradicional, explicaram a Inteligência como uma habilidade geral para entender e raciocinar a respeito das diversas situações e estímulos aos quais somos expostos; seguindo um caminho diferente, outros estudiosos entenderam que a Inteligência envolve variadas faculdades mentais não totalmente dependentes entre si, constituindo assim as teorias contemporâneas.
Traçando uma linha no tempo, observamos que em meados do século XIX o psicólogo alemão William Stern foi o primeiro a definir a Inteligência, num enfoque teórico tradicional, e propôs a expressão QI - Quociente de Inteligência. Nesta mesma linha, no início do século XX, Alfred Binet e Théophile Simon criaram a primeira escala métrica para a inteligência, com intuito de quantificar o baixo rendimento escolar de crianças com muita dificuldade de aprendizado; e Charles Spearman sugeriu a existência de um fator geral de inteligência (g), que segundo ele estaria presente em todas as habilidades intelectuais. Em 1939 o psicólogo David Wechsler elaborou um teste de inteligência voltado para adultos uma vez que o teste de Binet-Simon era inapropriado para este público.
Nos anos 80, Howard Gardner propôs uma teoria contemporânea que ele chamou de teoria das Inteligências Múltiplas (Linguística, Lógico-Matemática, Espacial, Corporal-Sinestésica, Interpessoal, Intrapessoal, Musical, Naturalista e Existencial); ele discordava de que a Inteligência pudesse existir como uma capacidade inata, geral e única e questionou os modelos clássicos utilizados na época para medição do QI - Quociente de Inteligência, os quais, segundo ele, não eram eficientes para mensurar e definir se uma pessoa era de fato inteligente ou não. Gardner defendeu que o indivíduo desenvolveria determinadas habilidades mais que outras e sugeriu que alguns talentos somente são desenvolvidos porque são valorizados culturalmente.
Nos anos 90 surgiu o conceito de Inteligência Emocional, que foi definido por Peter Salovey e John Mayer, a partir de “quatro habilidades ligadas ao gerenciamento das emoções, uso das próprias emoções para orientar pensamentos e ações, reconhecimento das emoções alheias e compreensão da linguagem emocional”. (WOYCIEKOSKI & HUTZ, 2007, p. 3). Este construto, certamente um dos mais contemporâneos, será o foco da nossa atividade vivencial em aula, portanto será aprofundado a seguir.
2 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Brandão e Câmara (2017) afirmam que a descrição mais remota de Inteligência Emocional remete a Charles Darwin, que mencionou a importância da expressão emocional para a sobrevivência e para a adaptação humana. Nos anos 20, o psicometrista Robert Thorndike intitulou de “Inteligência Social” a capacidade de conviver com outras pessoas; vinte anos mais tarde, David Wechsler sugeriu que os elementos afetivos da Inteligência são essenciais para o sucesso na vida. Já na década de 50, psicólogos humanistas, dentre eles Abraham Maslow, sugeriram meios de como as pessoas poderiam construir sua força emocional. Na década de 80, o psicólogo Howard Gardner abordou, dentro da teoria das Inteligências Múltiplas, os conceitos de Inteligência Intrapessoal (capacidade de compreender a si mesmo e de reconhecer as próprias emoções) e de Inteligência Interpessoal (capacidade de compreender as emoções e os comportamentos dos outros); a soma dessas duas inteligências nos remete ao conceito de Inteligência Emocional que, em 1985, foi utilizado por Wayne Payne em sua tese de doutorado, sendo a ele creditado o primeiro uso da expressão.
Academicamente, a Inteligência Emocional foi definida pela primeira vez por Peter Salovey e John Mayer no ano de 1990. Na década de 90, no período entre 1994 e 1997, se deu a popularização da Inteligência Emocional, principalmente quando Daniel Goleman lançou, em 1996, o livro Emotional Intelligence. Até a década de 90, acreditava-se que o sucesso estava associado apenas ao raciocínio lógico e à alta capacidade para resolver questões matemáticas, comprovados pelo famoso teste de QI - Quociente de Inteligência, sendo que a partir dos estudos realizados por Goleman houve um despertar dos meios de comunicação e das empresas para a importância do QE - Quociente Emocional. Goleman (1999), conceitua a Inteligência Emocional como a “capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos.”
Conforme Matthews et al. (2002 apud Woyciekoski e Hutz, 2009, p. 3), “para que possamos compreender a Inteligência Emocional é necessário que tenhamos claro a concepção de emoção”. Para Caruso e Salovey (2007), a Inteligência Emocional é a capacidade de utilizar de maneira coesa emoções e razões, com o objetivo de identificar, denominar e gerir as nossas próprias emoções e as emoções dos outros. De acordo com Woyciekoski e Hutz (2009), tanto o modelo cognitivo de Mayer, Caruso, Salovey; quanto o modelo misto de Bar-On, Goleman, Schutte e Siqueira, tem procurado definir e
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