PATCH ADAMS – O AMOR É CONTAGIOSO
Por: Gabriela Stéfany • 17/9/2018 • Resenha • 1.345 Palavras (6 Páginas) • 443 Visualizações
PATCH ADAMS – O AMOR É CONTAGIOSO
No filme Patch Adams – o amor é contagioso (1998) é apresentado uma história focada na vida do personagem Hunter Adams que inicialmente começa pela sua tentativa de suicídio, do qual decide se internar em uma clínica psiquiátrica e na convivência com os outros usuários e consultas com o psiquiatra, vê que o médico não dá importância ao seu trabalho e aos usuários ali presentes, e quando ele se depara com um problema presente no seu colega de quarto (aparentemente esquizofrênico) de ir fazer xixi, ele busca tentar resolver o problema, descobrindo um potencial em si e vontade de ajudar o próximo. A partir de então, esse seu amigo da clínica passa a chama-lo de Patch Adams, devido a sua capacidade de ajudar e curar as outras pessoas, assim como o ajudou. É neste momento, então, que Patch decide ir para a faculdade de medicina onde ao chegar na Universidade se depara com a desumanização da profissão a partir dos preceitos pregados aos estudantes, no qual o modelo biomédico prevalece, evitando qualquer tipo de contato emocional ou tratamento diferente do uso de remédios, ou seja, buscam “pregar” o afastamento na relação médico-paciente. E nesse ingresso na faculdade de medicina, Patch passa a visitar regularmente o hospital conhecendo e fazendo amizade com as enfermeiras, e visitando os pacientes.
Uma outra questão vista no filme e que é discutida até hoje, é o “poder” hierárquico presente entre o médico e os demais profissionais da saúde e seus pacientes. Por isso Patch Adams vai tentar construir uma imagem diferente da medicina na época. Através da solidariedade e afeto pelos pacientes, ele vai buscar trazer uma melhoria na qualidade de vida de tais, deixando de lado o que a medicina “prega”, o modelo biomédico com uso de medicamentos em horários determinado, sem qualquer tipo de contato a mais e a superioridade aparentemente presente, enquanto Patch vai buscar trazer animação para pessoas que estão ali no hospital, apenas esperando melhoria ou o fim da vida, buscando conhecê-los, realizando sonhos e mostrando a medicina como uma forma prazerosa de tratar das enfermidades. Dentre tais ações, uma que foi marcante foi ainda no início do filme, quando Patch entra na ala pediátrica e se depara com várias crianças doentes, onde sua atitude foi pegar um material médico e cortar, utilizando como nariz de palhaço para trazer alegria para elas.
No momento de seu ingresso, ainda, Patch Adams apaixona-se por Carin Fischer, sua colega de faculdade e uma das poucas mulheres no curso de Medicina que não o suporta e não aceita seu método de estudo e visão de como a medicina deveria ser, o que resulta em falta de interesse em Patch. No entanto, Carin depois de um tempo e ter conhecido Patch melhor, vendo suas visitas aos pacientes demonstra um pouco de interesse em prosseguir com o romance e, no decorrer do filme, Patch Adams conquista sua confiança e seu coração com o afeto que demonstra com as demais pessoas e a paixão pela verdadeira prática da medicina. Conhece, ainda, Truman Schiff, um simpático jovem rapaz que torna-se seu amigo de imediato, instigado a conhecer seus métodos e ingressar em suas “aventuras”.
Apesar de seus métodos pouco convencionais, Patch Adams é o primeiro da turma, com ótimo desempenho escolar. Todavia, suas notas não são o suficiente para seu humanismo ser aceito pelos seus colegas e demais médicos, e muito menos convencer o reitor da universidade de medicina de seu enorme potencial como médico inovador das políticas da medicina. Enquanto Adams convive diariamente com os pacientes do hospital, tornando-os mais acessíveis, alegres e saudáveis através do elo emocional que é construído, a sociedade médica, em especial o mesmo reitor, sente-se ameaçado por esta atitude, repudiando-a e levando a juízo para expulsão da faculdade.
É através do diálogo feito entre a humanização da medicina e o modelo biomédico presente na medicina e no médico em si, que o filme nos mostra a importância de novos métodos de atuação e a relação do médico-paciente que se faz necessária, pois desta forma a qualidade de vida das pessoas podem melhorar e a vontade para lutar para vencer a doença também, se motivando para o tratamento. E é com esta paixão por exercer a profissão, esta humanização e melhoria da qualidade de vida através da atenção ao doente, que Patch Adams nos transmite a mensagem “o amor é contagioso”, pois este é o sentimento que um médico deve transmitir a seus pacientes, formando uma relação da qual o paciente se sinta a vontade e possa falar de como se sente, ao invés de seguir apenas as medicações do seu prontuário.
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