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PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CULTURA BRASILEIRA E SUAS ORIGENS

Por:   •  19/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  945 Palavras (4 Páginas)  •  1.482 Visualizações

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PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CULTURA BRASILEIRA E SUAS ORIGENS. CONFLITOS E CONVERGÊNCIAS ENTRE ELES E SUA PRESENÇA NO NOSSO COTIDIANO

Identifica-se como principais elementos da cultura brasileira: população miscigenada, língua portuguesa, religião predominantemente católica, música popular brasileira, celebração da festa da lavagem das escadarias do Bonfim, celebração do carnaval, celebração da festa junina, prática e acompanhamento do futebol, presença da gastronomia regional, consumo do café e o costume de banhar-se diariamente. Tais elementos originam-se de povos africanos, de povos europeus diversos e dos nativos indígenas.

Do ponto de vista objetivo da formação da população brasileira, de acordo com Freitas, o país constitui-se basicamente por cinco fontes migratórias, sendo elas: os nativos, descendentes da migração através do Estreito de Bering; os portugueses; os africanos; povos europeus diversos, principalmente no sul do país; e imigrantes asiáticos. Pela perspectiva da autodeclaração, por sua vez, a maioria dos brasileiros se declara como pardos, seguidos de brancos, pretos, e amarelos ou indígenas - 46,8%, 42,7%, 9,4% e 1,1%, respectivamente (IBGE) - segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2019. Ou seja, a composição étnica brasileira, tanto do ponto de vista genealógico quando identitário, é plural.

O português brasileiro, segundo Koyfman, se difere da língua portuguesa herdada dos colonizadores por causa dos traços remanescentes de idiomas africanos a ameríndios. Há quem defenda, segundo a Carta Capital, que “do ponto de vista da gramática do português falado no Brasil, já é possível afirmar que uma outra língua se desenvolveu no país”. Apesar de o português nacional se diferenciar da língua originária europeia, percebe-se a presença do preconceito linguístico, que atribui valor negativo a determinadas variações, consequentes da extensão territorial e da multietnicidade, de acordo com Araújo.

De acordo com o Datafolha, 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm religião. Os menores índices ficam entre as religiões espírita, umbanda, candomblé, outras afro-brasileiras, ateus e judeus. Para Garcia, o Brasil, “considerado um dos países mais religiosos do mundo”, concilia práticas diversas (o catolicismo europeu e as práticas indígenas e africanas) que “resultaram em manifestações sincréticas que nasceram em solo brasileiro, sendo únicas no mundo”. Percebe-se o convívio entre dogmas diferentes, bastando uma pesquisa rápida para identificar diferentes credos em uma mesma região, e o esforço em preservar a liberdade de religião ou crença, direito reconhecido pela Carta Magna, sendo crime a discriminação ou preconceito contra religiões. Apesar disso, a intolerância religiosa tem manifestação, especialmente contra aquelas de matriz africana, de acordo com a pesquisa analisada por Souza.

De acordo com Diana, a música popular brasileira é o resultado de manifestações culturais europeia, africana e indígena. Cada uma dessas culturas trouxe instrumentos e ritmos que foram revolucionando a expressão musical. O colonizador português, por exemplo, trouxe o violão, a viola, o cavaquinho, o tambor e o pandeiro, incrementando a sonoridade. O ritmo e o som africanos trouxeram elementos que posteriormente formariam a base do samba.

Como festas tradicionais identifica-se a lavagem das escadarias do Bonfim, evento relevante para o Candomblé, religião afro-brasileira; o carnaval, festa tradicionalmente ligada ao catolicismo, que é europeu; a festa junina, trazida de Portugal e com a conotação também inicialmente religiosa; entre outras.

No campo do lazer destaca-se o futebol, considerado paixão nacional e que, segundo o Brasil Escola, tem origens inglesas no século XVII.

A gastronomia regional tem diferentes conjuntos de influências, como indígena e europeia na região norte; africana e portuguesa na região nordeste; africana, portuguesa, italiana e síria na centro-oeste;  portuguesa, indígena e africana, diversificada com a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis na sudeste; e italiana, portuguesa, alemã, espanhola na sul – segundo o portal Gastronomia no Brasil. Adicionalmente às influências externas, permaneceram traços da cultura nativa, percebíveis na nomenclatura de algumas frutas, como acaju, guaraná e pitanga. Um item relevante no cardápio brasileiro que transcende os regionalismos é o café, fruto etiópio trazidos pelos portugueses.

Por final, considerou-se como relevante elemento da cultura brasileira o banho diário, costume transmitido pelos índios nativos, que costumavam se depilar, cortar e lavar os cabelos. Adiciona-se a ele os cremes, pomadas, sabonetes e xampus franceses, e outros produtos de higiene americanos, como desodorante, creme de barbear e absorventes íntimos, segundo O Estadão.

Percebe-se no geral que a cultura brasileira é plural e que as referências se misturam e ganham uma nova roupagem nacional. Porém, ao mesmo tempo que o hibridismo é percebido amplamente nos elementos culturais, o Brasil é marcado pela intolerância e percebe-se a desigualdade social.

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