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Por:   •  25/3/2015  •  3.961 Palavras (16 Páginas)  •  414 Visualizações

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QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE:

Resgatando a dignidade do idoso dentro do ambiente asilar.

RESUMO

Este estudo teve por objetivo o autoconhecimento de cada indivíduo na terceira idade, que se encontram inserido em um ambiente asilar e a interação entre gerações, pontuando os aspectos que eles consideram mais importantes, os que melhoram e os que prejudicam sua qualidade de vida. Participaram da primeira etapa do projeto quinze Idosos e sete Idosos na segunda etapa, de um total de quarenta e dois Idosos residentes no asilo “Lar Madre Paulina” de Promissão. Todo o projeto foi desenvolvido por meio de dinâmicas em grupo que objetivavam autoconhecimento, interação entre os Idosos do asilo, funcionários e relações familiares comparadas no presente, passado e futuro. Os resultados, de ambas as etapas, foram alcançados, melhorando a convivência entre os Idosos no asilo e descaracterizando os preconceitos entre as gerações. Conclui-se que a qualidade de vida é determinada por fatores múltiplos, contemplando aspectos físicos, psicológicos e sociais.

Palavras-chave: autoconhecimento; terceira idade; qualidade de vida; idosos; asilo.

INTRODUÇÃO

O Estágio de Núcleo Básico III realizou-se no Centro de Referencia de Assistência Social, CRAS de Promissão, a solicitação da psicóloga, devida a demanda de necessidades da instituição, para realizar um projeto com os idosos residentes no asilo da cidade, “Lar Madre Paulina”, beneficiados pelo BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O valor de um salário mensal deve ser utilizado pelas famílias para suprir as necessidades básicas de alimentação, roupas, medicamentos, fraldas geriátricas e outras necessidades dos idosos e dos deficientes.

O BPC é um benefício da assistência social, integrante do SUAS, pago pelo Governo Federal e assegurado por lei. É um benefício de um salário mínimo, pago por mês às pessoas idosas e/ou com deficiência que não podem garantir a sua sobrevivência, por conta própria ou com apoio da família. “O BPC garante que idosos e deficientes tenham condições de exercer também a cidadania”. (ZANELLA, p.01, 2009.)

Por meio de investigações anteriores, durante o estágio de núcleo básico II, e visitas realizadas na instituição asilar, percebeu-se a necessidade e as dificuldades que os idosos acolhidos no “Lar” tem para estabelecerem relações entre si e compreender sua própria história de vida, o que normalmente gera muita angústia e sofrimento. Notou-se também que a maioria se sentem excluídos da sociedade, vêem-se como inúteis, como se não pudessem contribuir com mais nada, totalmente desvalorizados.

Entendemos que envelhecer pode ser definido como um processo de resgate que se acumula a cada dia, se tornando irreversível para todos e não como uma doença, que provocaria o falecimento em etapas do organismo maduro, tornando-o a longo prazo inútil para cumprir com suas funções básicas à vida, levando o indivíduo a homicídio. (DEECKEN, 1998). Embora isso seja verdadeiro e comum a todos os seres, a forma como esse processo de desgaste ocorre e como é encarado, no caso do ser humano, não é a mesma para todos os homens, nem igual em todos os contextos. Depende de características individuais, de como os homens produzem e reproduzem a sua vida material e espiritual, e se modifica de acordo com a cultura e os valores de cada sociedade concreta. O idoso é visto por Deecken (1998), como uma categoria socialmente construída que ajuda a dar conformação e a traduzir uma forma especifica de inserção, na sociedade moderna, de uma parcela da população em idade avançada.

O processo de envelhecimento provoca uma série de alterações biológicas e sociais que aumentam a susceptibilidade às doenças e provocam incapacidade. Contudo, os idosos, mesmo acometidos por doenças, podem ter boa qualidade de vida, que geralmente é expressa pela funcionalidade positiva no desempenho de tarefas e/ou papéis sociais e na capacidade de executar atividades do cotidiano, sem necessidade do auxilio de outras pessoas. Antigamente o idoso era chamado de velho, hoje os idosos não querem mais cadeira de balanço, querem sair, aprendera conviver. (DEECKEN, 1998). A terceira idade como o coletivo, e o idoso como individual, trouxeram para essa nova geração uma transformação na forma de serem vistos, antes como aqueles que antes não podiam nada, pois era tudo reprimido: sexualidade, beleza, moda, lazer, esportes, aprender; na atualidade, os idosos rompem barreiras mostrando para a sociedade que eles podem muitas coisas e exercitam sua cidadania pleiteando o cumprimento do Estatuto do Idoso.

Acredita-se que o preconceito dos mais jovens é alimentado pelos próprios idosos que não se libertam do conceito de ser velho e, portanto, não difundem na sociedade que estão satisfeitos com sua vida, e que hoje existe a Terceira Idade. É lamentável a falta de políticas de conscientização dos mais jovens, que não param para refletir que um dia serão também velhos, seria necessário a preparação dos indivíduos para o envelhecimento com bem-estar. Afirmando-se a juventude e a velhice como pólos opostos e não como partes de um mesmo processo vivencial, conotações negativas como inútil, descartável, dispensável são atribuídas à velhice frente a uma óptica capitalista de exigência produtiva maquínica. E, uma vez que esse perfil não é mais preenchido pelo indivíduo idoso, a ele só resta à marginalização, incentivada e propiciada pela sociedade por meio da criação de espaços físicos afastados, hoje ocupados por boa parcela da população idosa, as instituições asilares.(NERI, 1995).

Vemos assim como Filho, que:

O idoso passa, bruscamente, de um ser participativo para um não participativo; na perspectiva da civilização, ele deixa de ser um meio de aculturação e produtividade para se tornar-se um elemento inativo em ambos os aspectos. (FILHO, p. 24,1998)

Essa transformação gera esse sentimento de inutilidade de onde poderão advir múltiplas conseqüências tais como: crises de depressão, baixa considerável na auto estima, o que segundo Neri, (1995) são fatores que podem contribuir para a aquisição de doenças e até mesmo levar à morte, pois o que fica internalizado é a associação da desocupação do trabalho com a vida.

Deste modo pode-se perceber a existência das dicotomias de imaginário no envelhecer:

o velho versus o idoso; a aceitação versus a negação da velhice, culminando no desejado versus o não desejado na velhice. Conclui-se que as pessoas, na continuidade da vida, não querem ser velhas (viver o indesejado, com mal-estar), mas tornarem-se idosas (envelhecer com bem-estar), permitindo compreender o que existe no processo de aceitação e negação da velhice. (NERI, p.34, 1995).

Caracteriza o envelhecimento bem-sucedido como aquele que o indivíduo idoso tem saúde. Saúde aqui entendida não como ausência de doença, mas a presença de bem-estar. Uma das dependências na vida dos idosos como a mais arrebatadora é a dependência emocional, pois a perda do relacionamento familiar causa muito sofrimento. Nisso reflete que nem sempre a doença orgânica é a única a trazer dependência, compreendendo que os outros tipos de dependência causam mal-estar.

Tal evidência nos incentiva a adotar os conhecimentos produzidos na readaptação dos idosos, dentro da socialização familiar e da comunidade, voltado para a qualidade de vida dos idosos.

Após a realização deste Projeto se deu a oportunidade de uma continuação do mesmo no Estágio de Núcleo Básico IV, onde foi realizado no ambiente asilar, “Lar Madre Paulina” de Promissão.

O trabalho com idosos, intitulado “Resgatando a Dignidade do Idoso dentro do ambiente Asilar II”, procurou-se incitar a emergência das mais diversas lembranças de experiências ocorridas nas diferentes fases da vida, com intuito de promover o resgate não somente da própria história do indivíduo, como também do grupo social em que ele se inscreve.

Um dos papéis atribuídos aos mais velhos é o da arte de contar histórias de um passado considerado longínquo, seja da família, da cidade ou de acontecimentos que marcaram uma determinada geração. Diz-se do idoso que eles é um saudosista, vive das memórias de anos dourados de sua juventude e sempre as evoca para confrontar o passado com os contornos do contemporâneo, muitas vezes valorizando o pretérito em detrimento do presente. (CORREA; FRANÇA, p.13, 2008).

É comum se ouvir dizer que o idoso é alguém que vive de lembranças, remoendo e degustando os anos que já se foram. Há até um ditado popular dizendo que “quem vive de passado é museu”, ou seja, retratando os idosos como museus ambulantes extemporâneos, situados num tempo que não o atual.

Apesar do que a cultura popular diz, debruçar-se na esteira do tempo que toma corpo nas memórias é realizar um trabalho político. Mais do que um devaneio fútil ou uma tentativa de preencher o tempo ocioso, recordar é dar corda de novo nas engrenagens da história. Apropriar-se da memória e transmitir esse legado cultural é reconstruir o passado, dar a ele a possibilidade de ser atualizado e narrado de uma forma diferente daquela contada nos livros. Mais ainda: é ter de volta o sentimento de pertença a uma história ou mesmo à própria sociedade, sentimento este que muitas vezes é expropriado daqueles que viveram e construíram a sociedade, cada qual à sua maneira.

Justificativa

O objetivo do CRAS não é apenas suprir e prestar assistência material, financeira aos indivíduos em condições precárias, de alta vulnerabilidade, mas o é principal promover a saúde em todos os aspectos, possibilitando que os indivíduos sintam-se em condições para exercer sua cidadania.

Em relação aos idosos acolhidos em instituições asilares, ou como denomina Goffman (1999) p.12: Instituições totais podem ser definidas como locais de residência de um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levando uma vida fechada e formalmente administrada.

E ainda como explica Louzã:

Seu caráter total é simbolizado pela barreira à relação social dos moradores em relação ao mundo externo. Instituições Totais colocam uma barreira entre o internado e o mundo externo, de modo que o asilo segue seu ritmo dia após dia, nada devendo atrapalhar a rotina metódica, uma vez que o serviço deve continuar (LOUZÃ, p. 134, 1986).

Alguns autores vão de encontro com a idéia do asilo como um lugar apenas para o descanso, alguns residentes efetuam pequenas tarefas para se manterem de alguma forma ativos, mesmo estando inseridos numa estrutura estagnante. É importante notar que mesmo oferecendo serviços terapêuticos para os residentes, o objetivo do asilo não é curá-los e devolvê-los à sociedade mais ampla como ocorre nas instituições de saúde. Groisman (1999) p.12, afirma que: Por ser uma instituição total, sua função principal é tutelar o indivíduo ali residente, pois a velhice não é uma patologia, se torna mais do que isso, pois não pode ser curada.

Mediante a essa visão que tem-se do Idoso Institucionalizado, o Projeto Resgatando a Dignidade do Idoso II volta-se para a população Idosa que se encontra em Casa de Repouso – Asilo, buscando uma interação da instituição provedora do projeto com esse público-alvo. Procurando cada vez mais contribuir para a superação do alienamento desta instituição com referência a problemática das populações periféricas.

O Projeto Resgatando a Dignidade do Idoso II, busca a melhoria da qualidade de vida na terceira idade, mostrar-lhes a dependência como possível adaptação, ajudando o idoso a desenvolver ao máximo seu potencial.

Direcionando o projeto para evocar, a cada encontro, novas histórias produzidas com o passado de cada Idosos; as brincadeiras da infância, os bailes, os carnavais da juventude, lendas, os “causos” e suas lembranças particulares as quais os mesmos estejam dispostos a narra-las. Sendo que este trabalho que será realizado não visa o lembrar por lembrar e sim fazer desse Projeto um ato político de confronto com as práticas do presente e de questionamento do papel da terceira idade na sociedade contemporânea. Porque, afinal, os idosos são atores da construção da história do cotidiano.

Objetivos

• Proporcionar aos idosos a melhoria da qualidade de vida, a superação das necessidades básicas relativas às expectativas de cada indivíduo, sem, entretanto hierarquizá-las, que aspira uma satisfação psicossociocultural, para a sua gratificação pessoal.

• Restabelecer a sociabilidade, despertar nos praticantes, atitudes que enriqueçam a sociabilidade, fundamental para a melhoria do seu relacionamento e participação social.

• Proporcionar ao idoso, através de conhecimentos básicos adquiridos durante sua participação no projeto, condições necessárias para gerir suas ações e elaboração de uma consciência crítica.

• Despertar a valorização de si, encontrar-se consigo e seus valores.

• Exercitar o pensamento crítico, a observação e a distinção entre os tempos de ficção/fantasia e realidade.

• Recordar e experenciar a narrativa no contemporâneo.

• Desenvolver a arte de contar histórias, do encontro do que já passou com o que é atual, com a presença das ausências, com as diferentes gerações, com os fantasmas vagantes em algum lugar da memória e das possibilidades de se produzir.

• Proporcionar o encontro entre gerações, desta forma desenvolvendo o respeito de ambas.

Metodologia

Na primeira etapa do projeto foi utilizado de ações preventivas e educativas para propiciar a melhoria da qualidade de vida na Idade Madura. Desenvolveu-se encontros semanais propiciando a escuta qualificada evidenciando a necessidade dos Idosos em se expressar, atividade de entretenimento e sociabilidade entre os membros da instituição. Sendo desenvolvido com um grupo de 15 a 20 pessoas, possibilitando pleno desenvolvimento das atividades e dinâmicas propostas a cada encontro.

Onde foram desenvolvidas as seguintes dinâmicas:

• 1 Sessão:- Jogo do Novelo

Objetivo: Conhecer a história de vida de cada indivíduo e proporcionar a integração entre os integrantes do grupo de convivência.

• 2 Sessão:- Juventude e Comunicação

Objetivo: Favorecer o diálogo entre as pessoas e o conhecimento de si mesmo.

• 3º Sessão:- Pesquisa

Objetivo: Obter conhecimentos, informações sobre problemas da realidade do lugar onde vive. Desenvolver o senso crítico sobre a realidade. Obter vários informes em pouco tempo.

• 4º Sessão:- O tempo não para...

Objetivo: Atividade que exercita o pensamento crítico, a observação e a distinção entre os tempos de ficção/fantasia e realidade.

• 5º Sessão:- Cinema Filma “UP- Altas Aventuras”

Objetivo: Desenvolver o senso crítico.

• 6º Sessão:- Festa de Confraternização

Objetivo: Proporcionar a integração entre funcionários, estagiários e indivíduos viventes da instituição.

Na segunda etapa do projeto foram utilizadas de ações educativas para propiciar a melhoria da qualidade de vida na Idade Madura. Desenvolveu-se encontros semanais propiciando a escuta qualificada evidenciando a necessidade dos Idosos em se expressarem, privilegiando um espaço no qual as experiências guardadas na memória ganham corpo e sentidos polissêmicos através da narrativa. A cada encontro foi feito a produção do registro das histórias narradas em gravadores de voz, onde serão digitalizadas para se transformarem em pequenos livros ilustrados por adolescentes do Projeto ProJovem.

O Projeto foi desenvolvido com 7 Idosos, possibilitando pleno desenvolvimento da atividade proposta, entre os meses de setembro à novembro.

Desenvolvimento do Trabalho

Todas as atividades propostas para o desenvolvimento psicossocial dos Idosos que se encontram inseridos em um ambiente asilar obteve êxito em seus resultados.

Na primeira etapa do projeto foram propostas dinâmicas em grupo, de 15 Idosos, para melhoria da qualidade de vida, reconhecer suas necessidades atuais devido ao avanço da idade, sociabilidade, pensamento autocrítico, valorização de si. Todos estes aspectos foram desenvolvidos em cada dinâmica em grupo, através de 6 sessões que se executaram em encontros semanais, durante os meses de março à abril.

A primeira sessão que se propôs o conhecimento de cada indivíduo do asilo foi de total compreensão dos indivíduos para sua execução e o objetivo foi alcançado, sendo importante este conhecimento entre os Idosos que ali se inserem, pois mesmo vivendo juntos muitos não conversam entre si e não tiveram a oportunidade de se conhecerem com mais afinco a história de vida do companheiro.

A segunda sessão foi desenvolvida por uma dinâmica de pensamento crítico, através de figuras tinham que se expor, dizendo quais os pensamentos e questionamentos que a figura lhes traziam. Sendo esta sessão uma das quais os Idosos demonstraram mais dificuldades para desenvolverem, suas respostas eram curtas e desta forma tiveram que ser estimulados dentro de suas respostas.

Na terceira sessão foi desenvolvido um questionário individual para com os Idosos, dentro o qual deveriam responder sobre seus sentimentos, familiares e sobre aspectos do ambiente que atualmente residem. A dificuldade que se obteve dentro da pesquisa foram nas perguntas que se referiam a sentimentos, muitos não sabiam o que responderem e encontravam dificuldades. Quando a pergunta se referia a sentimentos sobre seus colegas no ambiente asilar as respostas se formavam imediatamente.

Na quarta sessão seria apresentado aos Idosos um filme, Up – Altas Aventuras, onde a atividade exercitaria o pensamento crítico, a observação e a distinção entre os tempos de ficção/fantasia e realidade. Esta sessão se executaria fora do ambiente asilar, no Centro de Aprendizagem do CRAS, mas devido a problemas de saúde da Assistente Social responsável pelo asilo não foi possível executar a sessão, desta forma foi adiada para ser executada durante a última sessão do projeto.

Desenvolveu-se na quinta sessão a reflexão dos indivíduos sobre sua condição em um asilo e sua condição familiar atual para com uma família ideal.

As perguntas selecionadas para esta atividade se referiam diretamente à família e a integração do indivíduo na entidade, mas observou-se que se encontrava repetitiva e desta forma a sessão se executou de forma livre, onde conversas espontâneas surgiram e os Idosos se expressaram mais diante de suas falas.

A última sessão foi iniciada pelo filme, Up – Altas Aventuras, onde os indivíduos poderiam fazer a observação e a distinção entre os tempos de ficção/fantasia e realidade. Ao desenrolar do filme pode-se perceber as comparações que os Idosos faziam do filme para com sua situação atual, falavam da bengala do velhinho do filme, sobre sua personalidade rabugenta de não querer ser ajudado e sobre seus sonhos de aventura.

Após a execução do filme foi proporcionado aos funcionários, estagiários e indivíduos viventes da instituição uma festa de confraternização para a integração dos mesmos.

Já na segunda etapa do projeto foi proposto, com um grupo de 7 Idosos, uma escuta qualificada de suas histórias de vida, a qual proporcionava recordar e experienciar a narrativa no contemporâneo, se defrontar com emoções e angústias do passado ainda presentes atualmente e propiciar principalmente o encontro entre gerações.

Foram desenvolvidos encontros semanais, duas vezes na semana, onde era proporcionado a escuta qualificada individualmente com cada Idosos, as quais eram gravadas por voz e vídeo com autorização dos próprios Idosos. Enquanto estas escutas eram desenvolvidas, propôs-se o desenvolvimentos de um livro relatando todas estas histórias com a finalidade de ser exposto a todo o município de Promissão.

As ilustrações deste livro foram propostas aos jovens do Projeto ProJovem, já desenvolvido no CRAS, com o objetivo da interação entre as gerações. Essa interação foi realizada, mas diferente da proposta inicial, não houve a possibilidade das jovens realizarem os desenhos. No entanto, nas visitas realizadas ao lar, eles tiveram a oportunidade de desenvolver rodas de conversa, brincadeiras e distribuição de bijuterias como presentes, que foi uma iniciativa dos próprios jovens, como forma de demonstrar o carinho que os mesmo sentiram pela “velha” geração, resultando em tardes prazerosas para ambos, idosos e jovens. As ilustrações foram idealizadas pelos autores do livro e a confecção dos desenhos foi feita pelo ilustrador, que também é estagiário de psicologia.

O Projeto “Resgatando a Dignidade do idoso dentro do ambiente asilar – Etapa II” foi realizado e refere seus objetivos alcançados.

Considerações Finais

A referência deste estudo foi a qualidade de vida na terceira idade, tendo a conclusão da percepção subjetiva da mesma. De acordo com este grupo, a qualidade de vida é definida como a percepção que o indivíduo tem sobre sua posição na vida, considerando o contexto de sua cultura e de acordo com os sistemas de valores da sociedade em que vive, bem como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. (IRIGARAY e TRENTINI, 2009).

A qualidade de vida é um conceito difícil de ser medido, pois apresenta uma avaliação única, individual, além disso, os valores de referência do indivíduo podem mudar com o passar do tempo. Como exemplo tem as atitudes de indivíduos de gerações divergentes, que foi possível observar neste estudo. Enquanto a geração jovem possue atitudes autocríticas, sociabilidade enriquecida, participação social, consciência crítica, valorização de si apesar dos conflitos psicológicos na fase da adolescência e vocabulário contemporâneo, a geração mais idosa se encontra em contraposição a estes aspectos.

Não podemos também considerar o Idoso como um indivíduo estagnado no tempo, este indivíduo precisa apenas de atenção, mas não de cuidados extremos, precisa ser ouvido com dedicação e ser compartilhado através de sua história de vida.

Este projeto, entre suas dinâmicas, abordou questões cognitivas, sociais e comunitárias, levando os idosos a pensar e repensar o seu papel enquanto ser produtor e colaborados na sociedade.

Deste modo, os Idosos clamam por carinho, atenção, amor, consideração e compreensão, finalizando assim o estágio oferecendo-lhes um dos presentes mais gratificantes para cada um deles, a publicação de suas histórias, as quais serão degustadas e saboreadas por cada indivíduo que alcançará esta etapa da vida.

Este livro é um trabalho coletivo de sete narradores: a quem gostaria de agradecer pelo carinho demonstrado durante mais de um ano transcorrido desde os primeiros rascunhos até a publicação da obra, pois contribuíram com seu tempo e conhecimento gratuitamente.

Desta forma tem-se que agradecer a instituição do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do município de Promissão, que ofereceu todo o suporte para que o projeto fosse desenvolvido, contribuindo com todo tipo de recursos.

A Psicóloga Mariângela P. da Silva, que contribuiu com seu conhecimento profissional para o desenvolvimento de cada escuta qualificada realizada com os idosos residentes no “Lar Madre Paulina”.

A instituição asilar “Lar Madre Paulina” de Promissão, em especial aos funcionários que contribuíram para que fosse possível obter conhecimentos mais profundos sobre cada idoso, cada atitude particular, cada expressão facial oculta.

Aos jovens que interagiram com os Idosos em visitas realizadas ao lar, tendo a oportunidade de desenvolver rodas de conversa, brincadeiras e distribuição de presentes, que foi uma iniciativa dos próprios jovens, como forma de demonstrar o carinho que os mesmo sentiram pela “velha” geração.

QUALITY OF LIFE IN THE THIRD AGE:

Rescuing the dignity of the aged one inside of the environment to put in a home.

ABSTRACT

This study it had for objective the self-knowledge of each individual in the third age, that if finds inserted in an environment to put in a home and the interaction between generations. Considering the aspects that they consider more important, the ones who improve and the ones that harm its quality of life. They had participated of the first stage of the project fifteen Aged and seven Aged ones in the second stage, of a total of forty and two Aged residents in the asylum “Home Madre Paulina” of Promissão. All the project was developed through dynamic in group that objectified self-knowledge, interaction enters the Aged ones of the asylum, employees and compared familiar relations in the gift, passed and future. The results, of both the stages, had been reached, improving the conviviality it enters the Aged ones in the asylum and depriving of characteristics the preconceptions between the generations. It is concluded that the quality of life is determined by multiple factors, contemplating physical, psychological and social aspects.

Keywords: self-knowledge; third age; quality of life; aged; asylum.

Referencias Bibliográficas

CORREA, R. M. e FRANÇA, M. A. S. Memória e Experiência Narrativa com Idosos. Unesp – Faculdade de ciências e letras de Assis.

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FRITZEN, S. J. Dinâmicas de recreação e jogos. 16 ed. Editora Vozes, Rio de Janeiro - RJ, 1997.

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Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - RJ, 1999.

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NERI, L. A. Psicologia do Envelhecimento: Temas selecionados na perspectiva de curso de vida. Editora Papirus, Campinas – SP, 1995.

IRIGARAY, T. Q; TRENTINI, C. M. Qualidade de vida em idosas: a importância da dimensão subjetiva. Revista Estudos de Psicologia, São Paulo, v. 6, n. 4, p. 297-303, março/maio 2009.

YOZO, R.Y.K. 100 Jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para empresas, escolas e clínicas. Editora Àgora, São Paulo – SP, 1996.

ZANELLA, C. L. CRAS retoma reuniões com famílias do BPC. Caçador –SC, 19 de Março de 2009. http://www.cacador.sc.gov.br

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