Pessoas em situação de rua
Por: anna limberger • 19/11/2015 • Artigo • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 386 Visualizações
O C.R.E.A.S. é uma instituição governamental com o objetivo de ofertar serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos de todos as idades (crianças, idosos, adolescentes, adultos, sendo homens ou mulheres) em situação de ameaça e/ou violação de direitos, tais como: violência física e/ou psicológica, sexual, abandono por parte da família, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas sócio-educativas em regime semi-aberto, em situação de risco pessoal e também podendo ser social relacionado ao uso de drogas e outras substâncias psicoativas, dentre outras situações.
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é um serviço vinculado à Secretaria Municipal de Inclusão, Desenvolvimento Social e Habitação. A sua sede na cidade de Santa Cruz do Sul, fica localizada na Rua Sete de Setembro, na área central da cidade. O seu funcionamento acontece as 7h45 ás 11h45 e das 13 ás 17 horas.
O prédio do C.R.E.A.S em Santa Cruz do Sul conta com uma recepção, uma sala para a coordenação, salas para atendimento, banheiros e salas para a equipe técnica.
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social conta também com um albergue que é localizado na Rua São José, no bairro Bom Jesus. O Albergue Municipal funciona desde 1992 e são estipuladas regras para o melhor convívio dos abrigados, como tomar banho quando chegam ao abrigo.
O C.R.E.A.S busca reinstituir os indivíduos (moradores de rua, em sua maioria) na sociedade.
Um dos primeiros passos na tentativa de reinstituição é o contato feito com o sujeito na rua. Este primeiro contato é frequentemente feito em rondas pela cidade. Estas rondas são realizadas de três (3) a cinco (5) vezes por semana, feitas por funcionários do próprio albergue, nos quais se incluem dois (2) monitores sociais e em breve uma assistente social especifico irá fazer parte da equipe para uma abordagem social, além do trabalho feito com os moradores de rua, a abordagem social inclui situações de trabalho infantil e exploração sexual.
Para que haja uma intervenção eficaz, é necessário levar em conta a vivencia do sujeito em situação de rua e que considere suas particularidades.
Os moradores de rua, em sua maioria, estão na situação de rua, por conta do alcoolismo ou da drogadição. Esses moradores que utilizam álcool ou outras substancias químicas, são encaminhados primeiramente para um tratamento, no CAPSAD, ou então são mandados para um Hospital em Santa Vitória,durante 2 dias em média, para estabilização.
Depois do tratamento, os moradores de rua são orientados a fazer seus documentos, como o RG, para a inclusão no mercado de trabalho, para então começarem a reestruturar suas vidas.
Em grande maioria, os moradores de rua não consegue seguir o plano de atendimento, pois recaem no alcoolismo ou nas drogas. Isso se da pelo fato de estarem na rua há muito tempo, como podemos ver na citação abaixo:
“(....)O que acontece é isso, recai nas drogas, recai no álcool, volta pras ruas. Daí tu volta a fazer o trabalho todo de novo. Porque o que a gente entende que até, digamos assim, eles conseguirem superar essa situação, entendemos que é um ciclo, e até eles conseguirem superar esta situação é um processo também, porque como eles tão 5, 10, 15, 20, anos na droga, no álcool e ate mesmo nesta situação de rua, não vai ser 1 mês que eles vão mudar de vida e virarem cidadãos "iguais a nós", cidadãos comprometidos, responsáveis, pessoas que tem uma vida...(...)”
Esse longo período de exposição ás ruas conjunto com o estendido sofrimento dos mesmos – principalmente de descriminação (tom de pele, aparência, cheiro, etc) -, acaba desmotivando-os, e assim, dificultando o trabalho do CREAS, “negligenciando” sua própria ajuda.
O serviço de abordagem social
O serviço de abordagem social é uma equipe que sai a campo, que verifica se há alguém morando na rua, estando em condições de exploração infantil, e também em casos de exploração sexual.
No momento em que um morador de rua é avistado, a tentativa de aproximação é feita da forma mais natural e educada possível. A primeira coisa a ser feita quando a aproximação é tentada, é a identificação do serviço de ajuda social, após esta identificação, são feitas algumas perguntas, que estão incluídas: nome, os motivos de estarem na rua, se ainda há algum tipo de vínculo familiar, se eles tem alguma moradia, e a mais importante de todas;
“Você QUER alguma ajuda?”
Toda essa abordagem é feita diretamente na rua, para poderem ser coletados os primeiros dados. Geralmente, estes dados são superficiais, muitas vezes devido a “timidez” dos moradores. Também é necessário para o serviço de abordagem, saber se o indivíduo é usuário de alguma substância psicoativa.
Se a pessoa dizer “Sim”
No caso do morador dizer sim, há dois encaminhamentos possíveis:
1ª Opção – Encaminhar o morador ao CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas) ou CAPSIAD (Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil para Álcool e Drogas);
2ª Opção – Direcionado ao Albergue por moradia temporária.
Na primeira opção, o CAPSAD/CAPSIAD são centros usados para a estabilização dos usuários, para se no momento da abordagem, o indivíduo estar sobre efeito de álcool ou drogas. Essa estabilização é normalmente feita em questão de 1 a 2 dias. A estabilização também irá proporcionar uma conversa mais aberta e direta com a pessoa, já que sob os efeitos das drogas e/ou álcool, a conversa não é tão clara.
Na segunda opção, se o morador não faz uso de nenhuma substância, ele é encaminhado para o Albergue.
Após a conclusão de ambas as opções, é tentado ser feito o contato com a família, incluindo se a mesma é de outro município. Muitas vezes, os vínculos que existiam com as famílias já não existem mais, isso acontece por uma variedade bem grande de motivos. Nessa tentativa de contato, é explicado que o sujeito está tentando mudar de vida, ter um novo rumo de vida.
Se a pessoa dizer “Não”
No caso do indivíduo abordado dizer não, necessidades primárias são oferecidas ao mesmo, como alimento e roupas. O Albergue também é citado, mas como o indivíduo já negou a ajuda, ele não é insistido. Após oferece-los as necessidades primárias, a tentativa de aproximação é feita em outro momento, deixando o atendimento na rua para uma futura situação.
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