Pinoquio As Avessa

RESENHA DO LIVRO

No livro Pinóquio as avessas, Rubem Alves critica a falta de sensibilidade do sistema educacional ao negar aos estudantes o direito de realizarem seus sonhos ao crescerem, ou seja, do ponto de vista do autor a escola, da forma que é ensinada hoje transforma “crianças que brincam em adultos que trabalham”. Concepção essa de educação tradicionalista e mercantilista, patrocinada pelos governos capitalistas que no final da história querem mesmo é preparar operários para as mais diferentes formas de gerar riquezas, que não se preocupa com o lado individual de cada ser humano.

Na história a representação da escola e dos educadores ­ na qual a escola ensina o que se deve e não o que o aluno deseja aprender, o ensino é centrado no professor, pois ele é o “dono” do conhecimento, consequentemente o responsável pelo sucesso escolar, mas não pelo fracasso, afinal transmitiu todo o conhecimento necessário e os alunos não armazenaram, sendo assim, são os únicos responsáveis pelo insucesso. A escola é apresentada como uma oficina de gente”, onde a criança é sempre pressionada num modelo epistemológico dos termos que aprender não ficará “burro”, não pode tirar notas ruins, situações essas que gera uma certa angústia e conflitos internos devido a tanta pressão. Felipe, personagem principal desse conto, tinha muitas dúvidas e curiosidades sobre o mundo à sua volta, pensava que ao entrar na escola iria ter todas as suas perguntas respondidas pela professora e assim se satisfazer.

Mas ao ingressar no colégio, aquele mundo imaginário foi se transformando em uma realidade diferente do que imaginava. Os pais explicavam á Felipe que o diploma era o objetivo a ser alcançado desde que as pessoas entravam na escola e para isso era preciso ter notas boas, que eram dadas como resposta ao conhecimento adquirido.

Na abordagem comportamental o conhecimento é uma "descoberta" e é nova para o indivíduo que a faz, os comportamentalistas consideram que o meio pode ser controlado e manipulado e, consequentemente, o homem também pode ser controlado e manipulado. Na história o personagem Felipe estava sendo condicionado e reforçado arbitrariamente com suas notas, diploma, vestibular, por seus pais e professores. Segundo Skinner a educação é baseada no reforço, onde o estimulo era dado com a intenção de que os alunos procuram-se cada vez mais um melhor desempenho, sendo assim uma resposta positiva ao estímulo condicionado.

Ao final da história, o individuo faz uma análise de si, que mesmo realizado profissionalmente ainda estava triste, tinha sonhos de transformar e realizar. A partir dai podemos perceber a abordagem humanista, que considera o homem como um processo em construção, detentor da liberdade e poder de escolha, o ser humano possui uma força de auto realização, ou seja, não existem modelos prontos nem regras a seguir mas um processo de uso pleno de suas potencialidades e capacidades.

Podemos então concluir que o autor defende, uma educação menos rígida, menos “engaiolada”, ou seja que não se restrinja unicamente a sala de aula, que inicie dentro de casa, com pais que não criem expectativas na criança de que a escola “sabe tudo”, porque o conhecimento não se encontra apenas na escola e sim em tudo que vivemos e fazemos. Assim