Práticas Psicológicas no Contexto da Educação
Por: Julia Ropelli • 20/11/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 1.267 Palavras (6 Páginas) • 149 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ[pic 1]
CURSO DE PSICOLOGIA
8º PERÍODO
Práticas Psicológicas no Contexto da Educação
CREAS III
Amanda Ongaratto, Carla Fernanda, Giovana Mendes, Maria Eduarda Pascoaletto, Julia Ropelli
LONDRINA
2018
Fundamentação Teórica
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é um modelo de gestão utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de assistência social. O SUAS é de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e está previsto e regulamentado na lei federal nº 8.742, de 7 de Dezembro de 1993 (Ministério do Desenvolvimento Social, 2015).
Segundo Ferreira et. al, o público alvo do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) engloba sujeitos em situação de risco pessoal e social que tiveram seus direitos violados, oferecendo atendimento especializado. É responsável por variáveis tipos de violência, sendo eles:
Violência física, psicológica e negligência; violência sexual; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa ou medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação sexual, de raça ou etnia; outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões a situações que provocam danos e agravos à condição de vida e que impedem a autonomia e bem estar (Ferreira et. al., 2013).
O CREAS está dentro do nível de atenção da Proteção Social Especial visando proporcionar uma acolhida e escuta qualificada para melhor fortalecimento da proteção familiar, a quebra de padrões de relacionamentos familiares que possuem violação de direitos, uma amplificação dos recursos para uma melhor superação da violação cometida contra a vítima e a prevenção do aumento dessa violação e de uma institucionalização. (Saadallah et. al., 2013 apud Brasil, 2011).
É importante ressaltar que os indivíduos que se encontram sem referência, também necessitam de intervenções protetivas especiais temporárias. O grau de violação de direitos é o ponto diferencial entre o CREAS e as outras instituições de proteção em casos de vulnerabilidade social. O CREAS possui uma perspectiva para reconstrução dos vínculos familiares e sociais e a conquista da autonomia individual, familiar e social, pois é uma ação interventiva para desenvolver uma atenção especializada no meio de acompanhamento individual ou coletivo que priorize atos protetivos com a finalidade de construção nos mais diferentes contextos (Souza, et. al., 2008; Souza, 2009).
Com objetivo de combater o abuso e a exploração sexual de maneira efetiva, o CREAS adotou um procedimento, compôs uma equipe multidisciplinar, à frente pois o abuso sexual é um fenômeno complexo, o mesmo envolve questões jurídicas, psicológicas e sociais, para em equipe compreender diferentes problemáticas envolvidas. (Souza, 2009). Na presença da dificuldade da problemática, o atendimento multidisciplinar no CREAS às vítimas e suas famílias é composto por entrevistas de acolhimento, para avaliação inicial, atendimento em grupo, atendimento individual, como também são prestados outros tipos de serviços como o acompanhamento e monitoramento dos encaminhamentos realizados. Até então, são feitas visitas domiciliares, atos de sensibilização, aliança para o enfrentamento de violação de direitos, capacitação da rede de atendimento, psicoterapia individual, atendimento jurídico. (Brasil, 2005; Pedersen, 2010).
De acordo com a coleta de dados, podemos enumerar a equipe responsável pelo CREAS III, incluindo oito psicólogas, sete assistentes sociais, duas pedagogas, duas técnicas de gestão administrativa e um motorista. Esse trabalho é dividido entre os profissionais e os territórios, sendo esses: Sul A e B, Oeste A e B, Leste A e B, Norte A e B, Centro e Rural. A partir da coleta, fica claro que o maior índice de violência atendido pelo CREAS III é a violência sexual intrafamiliar, afirmando que esses são os casos mais complexos de intervir.
Se há um laço familiar ou uma relação entre o abusador e o abusado, é um abuso sexual intrafamiliar, a situação que mais se encaixa nesta categoria é o incesto. Já o abuso extrafamiliar verifica-se quando o abusador não possui laços familiares ou de responsabilidade com o abusado, conquanto o abusador pode ser um desconhecido, na maioria das vezes ele é alguém que a criança ou adolescente confia. O abuso sexual institucional, diz-se do abuso sexual que ocorre em instituições governamentais e não governamentais que são responsáveis por prover, para crianças e adolescentes, cuidados substitutivos aos da família (abrigo). (Sayão, 2006, p. 29-30).
A violência sexual ocorre em variadas classes sociais e são ligadas por relações desiguais de poder, um exemplo é o fator de idade e porte físico. Esse tipo de violência contra crianças e adolescentes é de difícil enfrentamento e muito complexo. Vem sendo observado uma grande ocorrência de abuso sexual contra crianças e adolescentes dentro do ambiente familiar, mais precisamente por pais, padrastos, avós, irmãos e tios. Por esse motivo é muito importante uma maior preocupação com a educação sexual no ambiente familiar de uma forma clara, adequada para cada faixa etária. (Miranda, et. Al, 2013).
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