Praticas Socias
Por: Andreia Meireles • 1/9/2017 • Trabalho acadêmico • 4.073 Palavras (17 Páginas) • 277 Visualizações
Psicologia do cotidiano: registro de observação
Aluno: Andreia Meireles Costa
Data: 27 de Agosto de 2017
Duração: 1 e 30 minutos hora
Horário: Início 14:37 – término 15:37 h
Local: Shopping Conjunto Nacional
Horário da aula: Terça- feira – 1 horário e Quinta- Feira – 1 horário (noturno)
Observação
Esta observação foi realizada dentro do Shopping Conjunto Nacional, bem popular, próximo à rodoviária de Brasília.
Ao entrar pela porta principal, do lado esquerdo da porta, encontro pessoas jovens sentadas pedindo esmola, com a sua mão estendida. Do lado direito, dois rapazes descalços cantando e uma senhora com uma criança vendendo doces. Fiquei sentida com a situação e percebi que geralmente as pessoas que precisam pedir, se apropriam de lugares com movimento de pessoas que relativamente tem boas condições financeiras. Jovens, na grande maioria. Os dois rapazes parecem estar se divertindo a pesar de estar dançando para ganhar dinheiro em troca.
Tem um bom movimento de pessoas, algumas passam e contribuem com os pedintes, uns param para observar os rapazes dançando e outros simplesmente ignoram.
Ao entrar no shopping, o clima muda estar menos agitado. Em um banco observo um casal de adolescentes sentado namorando, ele tem o braço em volta da mulher. Os dois se beijam, trocam carinho, mostram o celular um para o outro e sorriem. Em seguida se levantam abraçados, compram uma casquinha para dividir e saem andando nos corredores do shopping, na minha concepção estão felizes. Uma moça com idade entre 15 e 18 anos e duas crianças se sentam no banco, comendo pipoca. As crianças brincam de fazer cócegas e nem percebe que sua pipoca esta caindo, acho inclusive engraçada a brincadeira delas. A moça esta mexendo no celular e de vez em quando chama a atenção das crianças e elas se sentam no banco novamente, mas quando ela se distrai, elas voltam a brincar. Ela estar mais interessado em usar o celular, do que prestar atenção e brincar com as crianças, fico surpresa com as forma como os adolescentes se divertem e se tornam dependente do celular
Segundo, Edinilsa Ramos de Souza (199) o país com a pior distribuição de renda do mundo é o Brasil, tendo como consequência profunda desigualdades socioeconomicas. Do qual o adolescente é uma das maiores vitimas. Apresentando graves problemas e entraves na questão de lazer e diversão. Enquanto alguns jovens se divertem dentro do shopping, outros se divertem dançando fora do shopping, em troca de dinheiro.
De repente, escuto risadas em um tom elevado, aparentemente são estudantes, não estão com uniforme, mas todos com mochilas. São 6 jovens, que aparentam ter entre 14 e 18 anos. Estão em frente a loja da Adidas, olhando a vitrine de tênis lançamentos, quatro estão comendo churros e outros usando o celular. Eles chamam atenção das pessoas, inclusive a minha. Devido o tom elevado das vozes e das risadas, mas parece não se incomodar, estão felizes. Entraram na loja e um deles chamou a vendedora, em seguida ela subiu em uma escada e voltou com duas caixas nas mãos. Ele tirou um tênis azul de dentro da primeira caixa e calçou, andou pela loja com o tênis e se olhou no espelho, tirou de dentro da segunda caixa, outro tênis da mesma cor, olhou e acenou para a vendedora. A vendedora pegou as caixas, subiu as escadas e eles saíram da loja, eles estavam sempre rindo.
Os adolescentes vieram agora e sentaram no banco na minha frente, começaram a tirar fotos, varias fotos, de vários celulares. Passou uma mulher no meio entre as duas cadeiras, eles começaram a assoviar, quando ela chegou do outro lado, começaram a rir. Pareciam estar se divertindo muito, fiquei um pouco incomodada, pois o shopping geralmente é um local mais calmo, eles estavam muito agitados, fazendo barulho, rindo e falando em tom elevado.
Em algumas lojas, tem vendedores do lado de fora, que oferecem o produto quando as pessoas passam. Alguns vendedores nem oferece, só se aproxima do cliente e eles dizem: “Só estou dando uma olhadinha” ou “Agora não”. E continua olhando as outras lojas, se interessar entra, se não só olha e fica namorando da vitrine mesmo. Na maioria das vezes que observei, eles saíram das lojas com as mãos vazias e mesmo assim pareciam estar satisfeitos só de estar naquele local.
No outro corredor, na loja da Claro, as pessoas se comportavam diferente dos que estavam em outras lojas. Alguns sentados nas cadeiras das lojas e alguns em pé, a maioria com a feição de preocupados, estressados com alguma situação. Ficavam olhando para tela da senha, mesmo quando a senha não mudava. Aparentemente estavam desconfortáveis e insatisfeitos com o ambiente. Saiam pela porta com pressa e não olhavam nem para o lado, antes de sair da loja.
Uma senhora de vestido rosa, usando bengala entra na loja e parece perdida, olha para um lado e para outro e decidi ir ao atendimento. Perguntou para atendente: “Onde eu pego a senha para fazer um pagamento da conta?”. A atendente explicou e apontou a direção. Ela foi ao terminal para retirar a senha, teve dificuldade e pediu ajuda a uma moça que estava aguardando próximo do terminal e enfim conseguiu a senha. Eram cinco cadeiras e estavam todas ocupadas. Fiquei uns dez minutos na loja e nesse período ninguém se levantou para dar preferência para a senhora. Não identifiquei nenhuma necessidade física nas pessoas que estavam sentadas e eram todos jovens. Fiquei assustada com essa situação e chateada com a forma como as pessoas tratam os idosos.
Conclusão
O shopping center é um local que contem vários estabelecimento de diferentes bens de consumo, maioria tentativos. Alem de lanchonetes, restaurantes, cinemas e playground.
As pessoas recorrem ao shopping, muitas vezes, para fugir da agitação da rotina, do stress e da correria do cotidiano. Paquerar, ir ao banco, encontrar os amigos, almoçar, levar as crianças para brincar. Para elas representam alem de tudo, um espaço de consumo e lazer ao mesmo tempo, muitas vezes por se tratar de um lugar mais fechado e seguro.
É possível perceber, o quanto as pessoas ficam satisfeitas com o ambiente, estão sempre sorrindo, com uma feição de tranquilidade e calma. Tudo parece estar em câmera lenta se comparado com a rotina fora dos shoppings. Eles ficam satisfeitos muitas vezes só de estar olhando a vitrine.
Na observação conseguir identificar varias faixas etárias, desde crianças que vão acompanhadas com os pais, para passear, adolescentes que usam o shopping como um lugar de encontro com os amigos, adultos que vão fazer compras e pessoas que vão sós para resolver algo e não para se divertir.
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