Processos Psicológicos Básicos
Por: Gabriela L. • 23/9/2018 • Trabalho acadêmico • 2.135 Palavras (9 Páginas) • 678 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA
ANGÉLICA GUERRA
GABRIELA RIBAS
LAIANE OLIVEIRA
LUIZA SPINDOLA
MARTA SOUZA
ANÁLISE INTERPRETATIVA: O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU E PSICOLOGIA
Goiânia
2018
INTRODUÇÃO
No presente trabalho foi feita uma análise comparativa entre os livros “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu” de Oliver Sacks, um neurologista que expõe casos de seus pacientes, e quatro destes casos e “Psicologia” de David Myers, e, três de seus capítulos.
Do livro de Myers foram retirados quatro temas que seriam utilizados para a posterior análise do livro de Sacks: Memória, Estados De Consciência, Sensação e Percepção.
No primeiro capítulo foi analisado o caso “O cão sob a pele”, onde pudemos observar as sensações de olfato e visão alterados em um paciente sob efeitos de narcóticos.
No segundo capítulo analisamos “Marinheiro perdido”, que relata o caso de um paciente que sofre com a síndrome de Korsakoff, afetando sua memória.
No terceiro capítulo o caso foi “A mulher desencarnada” descreve o caso de uma mulher que sofre com problemas de percepção de movimento e repouso.
No quarto, e último, capítulo, analisamos “Nivelado” apresenta-se o caso de um paciente já idoso que sofre do mal de Parkinson e, com isso, sofre com sua sensação proprioceptiva.
Em cada capítulo foram analisadas as alterações presentes nos pacientes e que parte de suas sensações, percepções e/ou memória foram afetadas.
1 O CÃO SOB A PELE
O caso de nº 18, “O cão sob a pele” conta sob um jovem chamado Stephen, de 22 anos. Stephen é um estudante de medicina usuário de drogas, como cocaína, cloridrato de fenociclidina [PLP] e anfetaminas.
Sob o uso de tais substâncias, o paciente indicou acordar de um sonho vívido com suas sensações intensificadas, como olfato mais aguçado que o normal, a visão em cores mais acentuada e a memória eidética.
Para explicar nossa (falta de) capacidade olfativa, David G. Mayers, em seu livro “Psicologia”, baseado na informação de Herz (2001), nos apresenta a seguinte informação: “Humanos possuem de 10 a 20 milhões de receptores olfativos. Um cão de caça tem cerca de 200 milhões.”
Assim, pode-se assumir que Stephen estava com o olfato extremamente aguçado, visto que o doutor descreveu sua experiência como:
Ele descobriu que podia distinguir todos os seus amigos – e pacientes – pelo cheiro. (...) Ele era capaz de cheirar as emoções – medo, alegria, sexualidade – como um cachorro. Podia conhecer cada rua, cada loja, pelo cheiro – era capaz de se deslocar por Nova York, infalivelmente, guiado pelo olfato.
Sabendo que o ser humano não tem essa capacidade olfativa, podemos concluir que realmente algo diferente ocorria no sistema de Stephen.
Um comentário do paciente indica algo compatível com a realidade: “Ele diz: ‘Estou feliz de ter voltado’, ele comentou, ‘mas é uma perda enorme, também. Agora percebo o que deixamos de lado por sermos civilizados e humanos. Também precisamos do outro lado – do ‘primitivo.’”
Myers indica que o nosso cérebro primitivo já é o que sustenta as nossas funções cerebrais básicas e a memória, porém o que sustenta nossas percepções são as redes encontradas no telencéfalo. Por ser mais recentes, ele tem razão de indicar as sensações como não participantes de nosso lado mais “selvagem”.
Quanto às cores aguçadas:
Duas características físicas da luz ajudam a determinar a experiência sensorial que temos dela. Seu comprimento de onda – a distância de um pico de onda para o seguinte (...) – determina o matiz (a cor que experimentamos, como azul ou verde). A intensidade, a quantidade de energia nas ondas luminosas (determinada pela amplitude, ou altura de uma onda, influencia o brilho).
Ainda de acordo com o autor: “Os estimulantes - cafeína, nicotina, anfetaminas, cocaína e ecstasy - excitam a atividade neural e aceleram as funções corporais.” Desta forma, considerando o uso de duas das substâncias citadas, a atividade neural do paciente foi alterada e desta forma as sensações de seu corpo foram alteradas, fazendo tudo parecer mais intenso.
2 MARINHEIRO PERDIDO
A história “O marinheiro Perdido”, do livro: “O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu” de Oliver Sacks, retrata a vida de Jimmie G. Um homem de 49 anos de idade, que foi internado em um Lar de Idosos em Nova York, taxado como “incapaz, demente, confuso e desorientado”. Jimmie, só conseguia lembrar das coisas vividas no passado, conseguia lembrar perfeitamente das casas onde seus parentes moravam, mas as coisas que lhe aconteciam no presente ele esquecia em poucos segundos, nem mesmo sua idade ele recordava. Parecia ter parado no tempo, mais precisamente no ano de 1945.
Jimmie serviu na marinha, até o ano de 1965, foi após a sua saída da marinha que seus problemas começaram a surgir de fato. Passou a beber, e devido ao excesso de álcool, Jimmie adquiriu a Síndrome de Korsakoff, que se caracteriza por uma perturbação neurológica, resultando em amnesia, desorientação ou problemas oculares. Em seu caso, foi observado a presença de amnesia retrógrada, que se caracteriza pelo fato de o indivíduo perder a capacidade de acessar as lembranças vividas até certo período, e que poderia ter sido adquirida por algum trauma emocional/cerebral vivido no combate durante a guerra.
Ele demonstrava grande capacidade nos testes de inteligência, desde que fossem realizados com rapidez, ele era perspicaz, observador e logico. Conseguia jogar dama, e quebra-cabeças, porém já não conseguia jogar xadrez, pois ele esquecia o que deveria ser feito.
Para Myers, a memória é a insistência do que aprendemos e que se mantém com o passar do tempo através do armazenamento e recuperação das informações. Segundo a teoria de Richard Atkinson e Richard Shifrin (1968) citada no livro de Myers, existem três estágios para a formação da memória:
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