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Psicanalise

Por:   •  31/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.001 Palavras (5 Páginas)  •  234 Visualizações

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Blumenau 27/04/2016.

Nome: Everton Lizandro.

Teorias e Técnicas em Psicanálise

2°Parte da Prova.

  1. Escolha um dos casos clínicos trabalhados e comente, reflita com a classificação nosografica do DSM IV.
  2. Escolha um recorte clinico que evidencie o Amor de transferência.
  3. O que é tratamento em psicoanalise.

1)Demonstro, aqui, a diferença da lógica diagnóstica do DSM-IV e da psicanálise, importantes consequências para a condução do tratamento, pois o diagnóstico decorre de uma definição prévia implícita ou explícita sobre a função de uma terapêutica, influenciando os alcances do tratamento.

 Lembrando, o DSM-IV é uma  profunda transformação da psiquiatria. Propondo-se como um sistema classificatório teórico e operacional das grandes síndromes psiquiátricas, esse manual modifica  a concepção de pesquisa e da prática psiquiátrica, pois a psiquiatria teria disponível um sistema de diagnóstico preciso do ponto de vista descritivo-terminológico e passível de servir de apoio para a pesquisa. A partir desse fato, a única exigência seria a concordância no plano descritivo.

Para a psicanálise interessa o sujeito que sofre e suporta os efeitos desse sofrimento. Sofre devido a sua estrutura subjetiva. Nessa perspectiva, trata-se de detectar o pathos que o sujeito se encontra para extrair a partir de sua peculiaridade a patologia que o afeta. Na psicanálise, todo o privilégio é dado ao sujeito enquanto determinado pela linguagem. Ou seja, é fazê-lo dizer ele mesmo acerca de sua história, seus sofrimentos a um interlocutor, numa situação singular, pois o sujeito é responsável pelo que conta. Estamos falando de uma clínica do dito. É o próprio paciente que vem apresentar seu caso em viva voz. Por isso toda a relevância é dada à singularidade de cada fala na entrevista que deixa de ter a ênfase no assinalamento dos sintomas para ser um encontro.

Analogia ao caso Dora, teríamos dois vieses, um baseado em seus sintomas apoiado no DSM IV e outro apoiado na psicanálise. Uma daria apoio aos sintomas, querendo enquadralos em seus catálogos de transtornos ( DSM ) o outro apoiado na historia e vivencias do paciente e seus sofrimentos.( Psicoanalise ).

Sintomas apresentados por Dora :

“Quando Dora tinha 10 anos o pai deve de submeter-se a um tratamento em um quarto escuro, por causa de um deslocamento de retina, em consequência sua visão ficou permanentemente reduzida, a doença mais grave ocorreu cerca de dois anos depois, consistiu em uma crise confusional, seguido de paralisia e ligeiras perturbações psíquicas Dora já com oito anos começara a apresentar sintomas neuróticos e sofrer de uma dispneia crônica.Por volta dos 12 anos começou a sofrer de dores de cabeça, bem com acessos de tosses nervosa.Quando aos 18 ela entrou em tratamentos com Freud, tossia novamente de maneira característica costumava também ter perda complicada da voz.O desanimo e uma alteração de caráter tinha tornado os principais traços de sua doença, não estava satisfeita consigo mesma, nem com a família, tinha uma atitude inamistosa com o pai e se dava muito mal com a mãe, que estava determinada a fazê-la participar das atividades domésticas.” 

“Figueiredo e Tenório (2002) lembram que o atual estado de classificação em psiquiatria nos leva, sem nem mesmo chegarmos a evocar as categorias de sujeito e estrutura, a um empobrecimento interno da própria lógica psiquiátrica. Empobrecimento que consiste em privilegiar a descrição dos sintomas e a síndrome em detrimento da categoria de doença. No que diz respeito à interessante distinção entre diagnóstico sindrômico e diagnóstico, isso resulta em eliminá-la na prática, uma vez que o diagnóstico nosológico é cada vez mais um diagnóstico sindrômico.”

2)Pacientes se apaixonam pelos terapeutas, o amor vinculado à pessoa do terapeuta pelo paciente pode ser compreendido por dois vieses que apontam para o manejo deste tipo de afeto. O primeiro aborda o amor tranferencial como ferramenta, utilizada a favor da resistência do paciente. O outro viés relaciona o amor aos protótipos infantis de amor que são revividos na figura do analista.
Ambas as afirmações fazem com que a Psicanálise compreenda que o amor transferencial em pouco se difere do amor da vida real. Ele não é produzido pela resistência, esta se utiliza dele, portanto este “amor” já estava flutuante neste paciente e esse amor fora moldado através das relações afetivas infantis dessa pessoa, o que nada têm em incomum com qualquer amor, segundo a Psicanálise.
Assim temos que se o analista levianamente assumir a posição moralista de encerrar o tratamento, ele cometerá um erro. Se ocorrer a interrupção do tratamento por causa do amor, provavelmente o paciente irá se apaixonar pelo próximo analista ou médico que procurar. Os familiares tendem a querer impedir o tratamento nestas condições. Precisam ser esclarecidos de que o apaixonamento é como se fosse um sintoma, e que diz algo sobre como o paciente estabelece suas relações. Retira-lo do tratamento será deixar este amor oculto e a espera de outro objeto para vincular-se.
O paciente cuja capacidade de amar acha-se prejudicada pelas vivências infantis e pelo recalque, sofre, por tanto suprimir tais sentimentos seria um desuso do espaço analítico. Este espaço pode e deve sustentar este tipo de afeto inadequado aos padrões sociais, pois talvez a Transferência analítica seja a única oportunidade de se viver, enfrentar e elaborar a angústia produzida pelos desejos inconscientes.

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