Psicopatia e comportamentos interpessoais em detentos
Por: Almir Lima • 29/4/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 2.701 Palavras (11 Páginas) • 244 Visualizações
Referência: GOMES, Cema Cardona; ALMEIDA, Rosa Maria Martins de. Psicopatia em homens e mulheres. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro , v. 62, n. 1, p. 13-21, abr. 2010.
O artigo “Psicopatia em homem e mulher” traz como objetivo identificar as formas do comportamento do psicopata em relação a homens e mulheres, discutindo suas principais características e diferenças. Sendo assim o artigo começa conceituando a psicopatia, onde nos diz que psicopatia é um estado patológico mental, que caracteriza desvios de caráter, desencadeando comportamentos antissociais, é um transtorno que causa prejuízos tanto na vida do psicopata, como na família e na sociedade em geral, pois ocorre uma anormalidade no desenvolvimento psicológico, e há uma perturbação psíquica do indivíduo, trazendo características especificas a este tais como charme, boa inteligência, pensamento irracional, falta de remorso, egocentrismo, dentre outros. O diagnóstico de psicopatia é difícil de ser realizado, pois algumas de suas características se assemelham a outros transtornos como o transtorno de personalidade antissocial e também a sociopatia, além de existirem várias graduações de psicopatia. De acordo com o artigo como o psicopata não sente emoção e possui uma deficiência empática, não conseguem avaliar os efeitos de suas atitudes, eles são incapazes de possuir sentimentos em relação a outras pessoas e também a eles mesmos. Em relação a psicopatia relacionada ao gênero, o que se constatou de acordo com o artigo foi que nas mulheres os traços de psicopatia começam a aparecer no período da pré-puberdade, enquanto que nos homens ocorre antes desta fase, a incidência em mulheres é menor do que em homens, talvez por falta de estudos relacionados ao sexo feminino. Alguns estudos também comprovaram que não existe diferença no grau de intensidade da psicopatia em homens e mulheres, também foram apontados que quanto a delinquência, insensibilidade e falta de empatia estão mais relacionadas aos homens, enquanto que as mulheres aparecem com mais comportamentos de promiscuidade e abuso de substancias alcoólicas. De acordo com Warren (2003) a diferença entre os dois gêneros, está no grau de
severidade da violência que é cometida por homens e mulheres, onde as mulheres representam menos índices de crimes violentos, em comparação aos homens. Esta diferença no grau de severidade pode estar relacionada, ao fato de os homens serem mais insensíveis emocionalmente com relação as mulheres. Outro ponto importante é que quando as mulheres sofrem traumas durante o período da infância, aumenta as chances de apresentar comportamentos mais agressivos quando adultas. Foram identificados que os traços comuns entre os dois gêneros são insensibilidade, ausência de culpa, violência e emoções superficiais. O artigo também tem como objetivo buscar mais informações a respeito do psicopata, em relação ao gênero feminino e masculino, buscando identificar os fatores que levam a esses comportamentos, pois estes causam preocupação, visto que podem ocasionar homicídios, suicídios e perversões em geral. De acordo com o artigo dentre os fatores que podem estar associados a psicopatia, está o fator ambiental, além de condições econômicas precárias, essas condições podem estar superando até fatores genéticos, visto que a maior população de psicopatas faz parte das populações carcerárias, e vivenciaram situações de extrema pobreza, desamparo e desamor, e isso pode favorecer a instalação do transtorno.
Referência: SALVADOR-SILVA, Roberta et al. Psicopatia e comportamentos interpessoais em detentos: um estudo correlacional. Aval. Psicol. Itatiba, v. 11, n. 2, p. 239-245, ago. 2012
De acordo com o artigo “Psicopatia e comportamentos interpessoais em detentos: Um estudo correlacional” que teve como objetivo verificar a relação da psicopatia e manifestação de comportamentos interpessoais em 23 detentos, utilizando da escala HARE (PCL-R) e também a medida interpessoal de psicopatia (IM-P). O artigo começa dizendo que no transtorno de psicopatia ocorre alterações na esfera comportamental, afetiva e interpessoal, há também manifestação aparente de ajustamento psicológico, bem como baixa ansiedade. O transtorno antissocial passa a constar no DSM, após a sua terceira edição, mas embora o transtorno antissocial tenha alguns sinais e sintomas da psicopatia, a psicopatia apresenta algumas características que não são mencionadas no transtorno de personalidade antissocial, correspondentes a esfera interpessoal e afetiva do indivíduo, como por exemplo a falta de empatia, o afeto superficial e a manipulação. De acordo com o artigo é mais difícil de identificar os traços de personalidade, por isso também se torna mais difícil a compreensão dos motivos que causam estes comportamentos. Diante destas dificuldades surge um instrumento para mensurar tal constructo, o inventario de psicopatia de Hare (PCL), com este instrumentou aumentou-se as pesquisas em relação a psicopatia, por ser um instrumento confiável. Depois surge o PCL-R que é uma versão revisada do PCL, onde este instrumento avalia os aspectos afetivos, interpessoais e comportamentais, sendo estas características divididas em dois fatores, onde o 1 se refere a questões afetivas e interpessoais e o 2 engloba características comportamentais com condutas antissociais e impulsivas. Para os pesquisadores há maior dificuldade de avaliar e mensurar dimensões interpessoal e afetiva, do que a dimensão comportamental, pois estas dimensões requerem maior habilidade do avaliador, além das reações que uma entrevista com um psicopata pode desencadear no profissional, como medo, ansiedade, preocupação ou até mesmo se desconcentrar com a narrativa envolvente do indivíduo. Sendo assim é
necessário um grau de inferência maior do profissional que está avaliando e com isso os critérios ficam suscetíveis a avaliação subjetiva deste, então para diminuir a interferência da subjetividade, foi necessário uma medida padronizada para mensurar tais aspectos, foi então desenvolvida a medida interpessoal de Psicopatia (IM-P) que é uma escala psicométrica que mensura os comportamentos interpessoais do indivíduo, manifestados na interação com o entrevistador, durante o momento da entrevista, o IM-P também ajuda para que o entrevistador não se deixe influenciar pelo comportamento manipulador do indivíduo. Para compreender a relação entre os escores totais do PCL-R e os totais no IM-P foram realizadas pesquisas com 23 detentos homens de um presidio de Porto alegre utilizando a escala Hare para o diagnóstico da psicopatia e a IM-P para mensuração dos comportamentos interpessoais manifestados durante
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