Psicopatologia Atps
Ensaios: Psicopatologia Atps. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: roseliacsilva • 18/3/2015 • 684 Palavras (3 Páginas) • 345 Visualizações
Normal ou Patológico em Psicopatologia Clínica
by Adalberto Tripicchio on 11 de junho de 2007 in A Clínica no Campo Psi
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Resumo
Analisando os conceitos de normal e patológico segundo as principais correntes do pensamento psiquiátrico (a fenomenologia, a psicanálise e a anti-psiquiatria), o autor propõe repensá-los a partir do discurso próprio "louco" e da desidealização desses conceitos que enfatizam três dimensões: a real, a social e a humana.
A colocação do problema
Logo nas páginas iniciais de seu livro, Devereux (7) coloca em xeque a teoria psiquiátrica. Pois se esta se fundamenta sobre o conceito de normal e seu oposto, anormal (lido como patológico), a verdade é que o problema de conceituação desses termos não foi resolvido, nem ao menos ficou delineada a fronteira que os delimita e, por condição, define. A partir daí – isto é, de conceitos indefinidos – ergue-se uma semiologia bastante sofisticada que estabelece diagnósticos, que classifica, que coloca os indivíduos em locais precisos: os sãos e os loucos. E continua, numa subdivisão minuciosa, propondo-se a descrever a loucura de cada um, mas não a sanidade, vista como um todo unitário. Mesmo a "revolução psicanalítica" não trouxe mudanças substanciais à taxonomia psiquiátrica, porquanto as categorias ficaram (com maior ou menor sofisticação de detalhes). Foi preciso haver uma "invasão alienígena" para que a psiquiatria começasse a questionar esse arcabouço. Estudando grupos, e não indivíduos, sociólogos e antropólogos introduziram uma nova dimensão na análise da pessoa (dimensão que Freud apreendera, embora lendo do ângulo do indivíduo): a cultura. E perceberam também que esta apresentava tantas variáveis, de tal modo presentes na organização daquela pessoa, que Marx, anos antes, questionava o próprio conceito de "ser humano" (13, 14), enquanto um conceito abstrato. Assim, o problema conceitual torna-se mais complexo. Ao nível do orgânico, quando o que define é a possibilidade ou não de sobrevivência, ou a qualidade dessa sobrevivência, poderia ser mais simples estabelecer a fronteira. Mas, ao lidarmos com comportamento, com sentimento, como definir? A partir de uma estreita correlação com a "vida dos órgãos" ou a partir de "uma análise filosófica da vida compreendida como atividade de oposição à inércia e à indiferença" (5)? De qualquer modo, lidamos com valores, posicionamo-nos ideologicamente frente ao problema (e haveria outra possibilidade?).
A angústia do questionamento
No entanto, não se trata aqui de uma elucubração a respeito de um tema filosófico: a oposição entre vida e morte, corpo e alma, saúde e doença, idealismo e materialismo ou alguns desses pares antitéticos que preenchem o corpo teórico da filosofia. Muito mais do que isso. É em cima de uma definição indefinida que calcamos a nossa prática médica. E esta é a angústia do questionamento. Porque frente
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