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RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO BÁSICO I EM PSICOLOGIA

Por:   •  4/4/2022  •  Projeto de pesquisa  •  1.359 Palavras (6 Páginas)  •  656 Visualizações

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA

BÁSICO I – 2022.1

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Estagiário(a): Weslley Simão de Carvalho

Básico I ( X )     Básico II (  )

Campo de Estágio: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS / Bairro João Cabral

Turma: 326.4E

Supervisor de Campo: Fázia Beatriz Amorim

Data: 08/03/2022

Introdução

O Estágio supervisionado é um momento importante para o estudante de qualquer área, pois é um espaço que permite colocar em prática a teoria que vem sido adquirida durante todos os semestres do curso. É nesse âmbito, que o aluno vivencia um maior contato com a profissão, e começa a desenvolver habilidades para lidar com os desafios da carreira. Por esse motivo, deve ser percorrido com muito comprometimento e ética.

A primeira vivência de campo, no dia 08/03/2022, aconteceu no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS do bairro João Cabral, situado na cidade de Juazeiro do Norte – CE.

Nesse dia, foram realizados três momentos: o primeiro, foi realizado com a supervisora Fázia Beatriz, onde aconteceu uma roda de conversa de apresentação dos instrumentais que serão utilizados nas visitas de campo; o segundo, foi realizado com a coordenadora do CRAS, Ana Carolina, onde houve uma roda de conversa sobre o funcionamento e as funções do equipamento; por último, os alunos foram convidados a fazer uma visita observadora ao bairro, para que pudessem ter contato e se situarem com o ambiente social.

O objetivo principal do estágio é possibilitar a aproximação do estudante com a realidade social, pois a partir das visitas, é possível que o mesmo conheça e entenda como as vulnerabilidades da comunidade são presentes e precisam de atenção. Com essas atividades de campo é possível que o aluno vivencie a teoria estudada em disciplinas do curso, como políticas públicas, ética profissional, disciplinas da área social, dentre outras.

Desenvolvimento 

É nítido o quanto o estágio agrega muito valor ao acadêmico, sendo muito importante para a formação profissional. Por meio dele, o aluno começa a ganhar experiência na área, o que facilita muito na hora de ingressar no mercado de trabalho.

O curso de psicologia faz com que o aluno atravesse questões sociais durante o percurso. Dessa forma, a passagem pelo CRAS durante a formação acadêmica possibilita que ele conheça de perto as vulnerabilidades dos moradores daquele lugar onde o equipamento está inserido. O CRAS é a porta de entrada dos usuários da política de assistência social, das famílias que buscam acesso aos direitos socioassistenciais (KOELZER, BACKES & ZANELLA, 2014).

Ao chegar ao equipamento, foi possível observar o espaço físico e alguns usuários. É um espaço grande com salas de atendimentos, cantinas, quadra poliesportiva social, pátio, entre outros. De início foram explicados os instrumentais (documentos que norteiam alguma prática) que seriam utilizados para as atividades do dia.

Após esse momento, foi realizada uma entrevista com a Coordenadora da unidade, Ana Carolina, que possui formação em Psicologia e atua na linha de frente há um ano e três meses, liderando uma equipe multiprofissional capacitada para intervir e solucionar problemas e auxílio da comunidade. Carolina foi bem receptível com os alunos, sempre guiando ao conhecimento do funcionamento da instituição social. Para tal prática, foi utilizado um instrumental de roteiro de entrevista.

O CRAS oferece diversos serviços de garantia de direitos para a comunidade, tais como, atendimento psicológico e psicossocial, escuta qualificada, entrada no Benefício de Prestação Continuada (BPC), trabalhos de grupos com crianças, adolescentes e idosos, Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), urnas funerárias, atendem também solicitações de casamentos civis, auxílio maternidade e kits gestacionais, vias de documentos e encaminhamentos.

Além disso, o equipamento está recebendo um novo projeto, o Programa Famílias Fortes (PFF), que será desenvolvido em parceria com os alunos da Universidade Federal do Cariri (UFCA) com aproximadamente 40 famílias que são atendidas pela unidade e duração de até dois meses. O PFF é uma iniciativa do governo federal através do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, tendo como objetivo geral o bem-estar dos membros das famílias a partir do fortalecimento de seus vínculos e do desenvolvimento de habilidades parentais e sociais.

A conversa com a coordenadora possibilitou uma maior aproximação com o meio social e as políticas públicas, onde muitas vezes são vistas de forma propedêutica durante o curso. O Centro de Referência é um polo de grande porte, e atende a população dos bairros João Cabral, Pirajá, Franciscanos e Romeirão, sendo assim, cerca de cinco mil famílias desde o período gestacional à fase adulta. O público é bastante diversificado, e na sua grande parte são pessoas com escolaridades que não ultrapassam o ensino médio e condições socioeconômicas baixas, sendo mulheres em maior número. 

Nessa perspectiva, percebe-se que as necessidades do público atendido são muitas, podendo destacar os problemas de baixa renda, estruturais, saneamento básico e ambiental. Entretanto, a Coordenadora destaca que a maior dificuldade é no que se relaciona com a alimentação. Muitas pessoas, devido à baixa renda, precisam recorrer ao polo e fazer a solicitação de cestas básicas a fim de atender suas necessidades. Ela enfatiza, também, que pela alta demanda, o CRAS não consegue atender todo mundo.

No segundo momento da visita, foi feita uma passeada pelas ruas para observação e percepção do ambiente. Após andar alguns minutos e observar o bairro, pode-se notar que trata de um bairro comum, com muitas residências, onde na maioria são casas simples e alguns pontos comerciais diversos (mercadinhos, bares, borracharias, lojas de roupas e calçados) além de escolas, equipamentos sociais, quadras poliesportivas, entre outros. No início, causa um estranhamento interno e, também, dos moradores do local, afinal é o primeiro contato que o aluno tem com a realidade.

Pode-se perceber, também, que é um lugar acolhedor e afetivo, pois é possível avistar alguns moradores sentados em suas calçadas e conversando. As pessoas olhavam com um olhar duvidoso, talvez, por não saber o intuito da visita, o que é normal. Mesmo assim, foram muito simpáticas e acolhedoras.

Algumas pessoas chegavam perto e começavam a perguntar, e ficaram felizes com as respostas, logo apontavam que era um serviço necessário e importante para a comunidade. É cada vez mais perceptível a necessidade da inserção do psicólogo na sociedade, uma vez que o ambiente de trabalho, a procura desenfreada por produtividade e o caos da organização urbana têm ocasionado o aparecimento de doenças emocionais e distúrbios no comportamento humano (BAHIANA, 2020). 

Mesmo que por pouco tempo, estar presente naquele campo social foi um momento de muita intensidade, aprendizado e crescimento, enquanto aluno do curso de psicologia. De fato, é uma realidade muito além do que se espera e é estereotipada. Você se sente como um profissional do local, ao se questionar e debater as dificuldades da comunidade, e de forma geral, pode se dizer que os resultados esperados foram positivos.

Considerações finais

A vivência da prática do campo possibilitou enxergar de que forma o psicólogo está inserido no âmbito social, e faz perceber que a prática profissional vai muito além de uma prática clínica/terapêutica. Com os dados obtidos na entrevista com a coordenadora, o aluno é instigado a refletir o quão difícil é trabalhar em um equipamento social, primeiramente, deve-se gostar muito da área, pois além das demandas serem muitas, não é fácil ver as pessoas indo procurar o polo com suas preocupações, e notar até no olhar delas o sofrimento que é estar naquela situação. Infelizmente, não é possível atender tudo, mas pode-se perceber que os profissionais que trabalham no equipamento doam o máximo, lógico que dentro do possível.

Um fato importante, e que indaga bastante ao observar o âmbito social, é saber como a comunidade recebe esse serviço. A partir da observação, é perceptível que a comunidade vê o equipamento como um ponto positivo. Afinal, o CRAS, mesmo que não conseguindo solucionar todos os problemas, é uma porta de entrada das políticas públicas, e a comunidade se alegra ao ver que têm profissionais preocupados com o bem-estar social deles.

Referências

VOCÊ SABE QUAL O PAPEL DO PSICÓLOGO NA SOCIEDADE? Bahiana, 2020. Acesso em: 14 de março de 2022. <Disponível em: Papel do Psicólogo: Entenda a importância deste profissional (bahiana.edu.br)>

REVISTA INTERINSTITUCIONAL DE PSICOLOGIA: KOELZER, Larissa; BACKES, Mariana; ZANELLA, Andréa. Psicologia e CRAS: reflexões a partir de uma experiência de estágio. Gerais, jan - jun, 2014, 132-139.

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