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Relação do Diálogo de Críton e Sócrates Com a Filosofia de Platão

Por:   •  23/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.133 Palavras (5 Páginas)  •  53 Visualizações

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1.Introdução

O presente trabalho refere-se ao diálogo platônico entre Críton e Sócrates, fazendo relação com elementos da filosofia de Platão, principalmente a “Alegoria da Caverna”. No referido diálogo Críton tenta persuadir Sócrates a fugir da prisão, mas Sócrates não considera seus apelos pois obedeceria as leis da polis, mesmo discordando da justiça da decisão. Destaca-se que não é um julgamento que está em amostra, mas uma atitude. No entanto, não se trata apenas de dizer que o outro está errado, mas de tentar buscar a relação de respeito e puridade que o homem deve frequentemente manter com a sua cidade, mesmo quando ela esteja sendo vista como injusta, não se pode ser injusto, já que o acordo que selado entre as duas partes não foi considerado injusto em iminência alguma.

2.Desenvolvimento

Para Sócrates a gratidão das pessoas com a sua cidade deve ser diária, pois este tem um acordo com ela e também com as suas Leis, como diz Toledo: se o filósofo deve alguma gratidão em relação às leis de um Estado que o amparou, ele possui consigo mesmo uma dívida de natureza diversa em relação aos princípios que lhe permitiram construir a vida, em concordância com seu pensamento. O dever que a moral obriga é incondicional, e apenas a liberdade extrema de seguir as suas próprias leis o justifica. Este tratado deve ser digno de nunca ser descumprido como ele expressa no trecho seguinte:

Sócrates - Então vou dizer-te o resto, ou melhor, faço-te uma pergunta: Deve alguém cumprir o que admitiu com outra pessoa ser justo, ou pode faltar com a palavra?

Críton – Deve cumprir.

Sócrates – A partir desse começo, considera o seguinte: se sairmos daqui sem havermos previamente obtido o consentimento da cidade, não faremos mal a alguém, precisamente a que tínhamos por obrigação não prejudicar em nada, ou não? E conservamo-nos fiéis aos princípios que consideramos verdadeiros, ou não?

Críton faz uso de três argumentos para convencer Sócrates a fugir da cadeia: primeiro, Sócrates é um amigo sem igual para ele; segundo, a reputação de Críton será manchada, pois o povo comentará que ele tinha condições de organizar a fuga de Sócrates, mas preferiu poupar seu dinheiro em vez de salvar seu amigo; por fim, tinha esposa e filhos e iria abandonar a sua família. De maneira análoga a Alegoria da Caverna, podemos afirmar que Críton é prisioneiro de preconceitos e costumes que adquiriu desde a infância, é um homem que está na caverna. Portanto, Sócrates reconhece a Filosofia e vai refutando Críton fazendo-o refletir quanto à superficialidade de seus pensamentos.

Contra o argumento de que a reputação dos seus amigos será degradada, Sócrates diz que não é a toda opinião que se deve prestar atenção, mas somente à opinião qualificada. Para demonstrar isso, cita o exemplo de um atleta e de seu técnico, em que questiona se, para cuidar do corpo, o atleta deve obedecer ao técnico ou à opinião da multidão. A partir disso, faz uma analogia às leis e à cidade, pois elas representam a opinião qualificada sobre a justiça (mesmo que, aparentemente, injustas) e, se é o corpo do atleta que pagará pela desobediência às ordens do técnico, será a alma de Sócrates que sofrerá os prejuízos do descumprimento das leis humanas.

Para Sócrates, o verdadeiro filósofo trabalha por toda a vida na preparação para a morte, aprimorando a sua alma e afastando-a do corpo, que é um obstáculo à purificação intelectual. Esta seria a verdadeira função da filosofia.

No diálogo: Sócrates- “Agora, quando ao justo e ao injusto ao freio e ao belo, ao bem e ao mal, objetos desta nossa deliberação, devemos nós seguir a opinião da multidão e temê-la, ou a do único, se algum existe, entendido, a quem devemos respeitar e temer mais do que a todos os demais juntos? se não obedecermos ao qual, corromperemos e danificaremos aquilo que melhora coma justiça e se arruína com a injustiça? Ou isto não tem cabimento?”

Sócrates questiona e defende princípios essenciais de sua filosofia e de sua própria história de vida, uma vez que elas não se separam, constantes na sua ética: nunca pagar o mal com o mal, pois isso seria cometer uma injustiça, algo impensável para uma alma filosófica que almeja o

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