Relatório Dinâmica de Grupo "Nó Humano"

Resumo: Este relatório pretendeu descrever e refletir sobre a dinâmica de grupo denominada “ Nó Humano” que teve como objetivo promover a coesão e comunicação interpessoal no grupo. Através do feedback confirmou-se a importância e eficácia da dinâmica para fomentar a coesão e cooperação do grupo.

Palavras-chave: dinâmica grupo; coesão; feedback; cooperação.

Um grupo constitui um conjunto de pessoas interdependentes com vista à realização de objetivos comuns (Minicucci, 1995) que se influenciam mutuamente através da interação social. A constituição do grupo pressupõe proximidade física por períodos de tempo mais ou menos longos e uma necessidade de interdependência (Douglas, 1995). Em sentido amplo poder-se-á afirmar que um grupo constitui um “ser” em movimento que resulta de forças exercidas desde o exterior e o interior. O efeito desta intercepção de forças em cada um dos membros resulta da dinâmica de grupo. Kurt Lewin, em 1994 apresenta pela primeira vez o conceito de dinâmica de grupo incluindo, na sua definição, a ideia de influências poderosas em cada membro do grupo e a importância do estudo destes processos de influência no grupo e em cada individuo. Neste sentido, define-se dinâmica de grupo como um conjunto de fenómenos que ocorrem quando duas ou mais pessoas se reúnem formando um grupo(Melo, Maia & Chaves, 2016). Para além disso, constitui também uma técnica que permite colocar um grupo de pessoas em movimento através de jogos, brincadeiras, exercícios, vivenciando situações simuladas, proporcionando sensações da vida real, às quais os participantes poderão agir com autenticidade, procurar o aperfeiçoamento da sua conduta em situação de autoavaliação (Andrade,1999),promovendo-se, assim, competências individuais e sociais. Neste sentido, e sabendo que o grupo constitui um organismo vivo, é necessário conhecer qual a fase de desenvolvimento do grupo para proceder à dinâmica mais eficaz. O líder torna-se, deste modo, um elemento fundamental para antever as dificuldades subjacentes a cada fase de desenvolvimento do grupo, para selecionar os métodos adequados, ajudando os elementos do grupo a tomarem consciência das fases inerentes ao grupo, aprendendo a lidar com elas com naturalidade. Assim, constituem funções de liderança , promover a coesão do grupo, reduzir obstáculos à comunicação, ensinar a dar e receber feedback, ajudar a clarificar e definir objectivos, estimular o grupo a desenvolver as sua normas ( Minicucci, 1995) com vista a uma orientação eficaz do grupo. Sabendo que o estilo de liderança é fundamental para a melhor orientação do grupo, a liderança democrática será, à partida a mais eficaz , contudo ,é necessário considerar o contexto e natureza de grupo, pois destes fatores irá depender o estilo de liderança mais adequado ( Gonçalves & Perpetuo, 1999). No contexto deste trabalho, o grupo caracteriza-se por um grupo pedagógico, o que ,à partida, o estilo de liderança democrático será o mas adequado.

A interdependência nos membros do grupo constitui um fator fundamental para a existência do grupo, neste sentido, a coesão torna-se um conceito fundamental a ser aplicado e estimulado pela liderança. A coesão poder-se-á definir como uma atração interpessoal baseada na partilha de identidade e de algumas semelhanças, permitindo a cooperação, a interdependência e a consequente participação nas decisões. (Minicucci, 1995). Ela pode emergir espontaneamente ou pode ser estimulada pela liderança e constitui um pré requisito para a emergência de outros fenómenos dentro do grupo, uma vez que a coesão promove o sentimento de segurança no grupo onde os membros se identificam com o pensamento do grupo e manifestam força e segurança para partilhar as suas ideias (Gonçalves& Perpétuo, 1999). Neste sentido, a coesão deverá desenvolver-se numa fase inicial do grupo, uma vez que promove a capacidade de comunicação, a criação de laços de amizade, a entreajuda, reforça a auto estima, o sentimento de pertença do grupo, o esforço e o mérito coletivo. Para que a dinâmica de grupo cumpra o objetivo a que se propôs é necessário confirmar a sua avaliação através do processo de feedback. Este conceito foi utilizado pela primeira vez aplicado às ciências sociais por Lewin. O feedback envolve comunicação, autorrevelação, exposição e confrontação visando o auto conhecimento, o hetero conhecimento a modificação e controlo do comportamento social e as relações de grupo. Dar e receber informação relativamente ao desempenho de tarefas ou relativamente a um comportamento , sentimento ou pensamento é inerente à vivência de um grupo( Melo, Maia & Chaves, 2016). Para tal, é necessário um feedback eficaz que seja específico e concreto, oportuno, desprovido de juízos de valor, que seja compreendido, podendo recorrer-se à reformulação e, preferencialmente, deve ser solicitado. Dar e receber feedback de forma eficaz constitui o substrato essencial ao bom funcionamento do grupo, uma vez que este processo poderá ser útil na modificação de comportamentos, permitindo a comunicação de uma pessoa ou de um grupo no sentido de fornecer informações de como essa pessoa está a ser afetada, contribuindo assim para direcionar seus objetivos ( Melo, Maia & Chaves, 2016). Neste sentido, o momento de feedback é enriquecedor, tanto a nível individual quanto a nível grupal, permitindo aos membros processarem as informações individuais e grupais, sem defensividade, num clima aberto, de apoio mútuo e com abordagem de resolução de problemas. O feedback tem como finalidade ajudar o outro a fazer algo de forma diferente no futuro, ou seja, melhorar habilidades e comportamentos, proporcionando assim, melhorias nas relações interpessoais.

Apresentação