Relatório Parcial de Estágio nº: 03
Por: giuliamaia_ • 11/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.088 Palavras (5 Páginas) • 198 Visualizações
Centro de Psicologia Aplicada
Relatório Parcial de Estágio nº: 03
Nome da disciplina: Psicopatologia Geral |
Data: 27/04/2018 |
Nº Prontuário: 11037 |
Estagiários(as): X |
Professor Orientador: X |
Instituição Interessada: RT 04 |
Assunto: Descrição de serviços prestados em estágio profissional. |
- Descrição da Demanda e do Procedimento:
Nos encontros anteriores já tínhamos observados certo distanciamento entre as moradoras da RT, além da centralização de responsabilidades, sobrecarregando apenas uma das moradoras, com isso, logo colocamos como prioridade atividades que exigiam o diálogo entre elas, como pintura em que precisavam compartilhar o pincel e a tinta e também jardinagem, em que as mesmas tinham que trabalhar em equipe para todas participarem e aprender como fazer, além de realizarem o cuidado diário para que as hortaliças plantadas deem seus frutos.
Durante as atividades presenciamos situações de conflitos entre as moradora M. e a moradora G., onde a moradora M. que se negou a realizar as atividades por ter que ficar na presença da moradora G., tendo como consequência uma discussão entre elas. A moradora M., que apresenta quadros graves de pressão alta, começou a chorar e a passar mal e diante disso, as demais moradoras se dispersaram da atividade e foram a procura da moradora D. para que ela apaziguasse a situação, já que a cuidadora não se encontrava na residência naquele momento.
Achamos importante explicar que diante disso, o grupo se sentiu um pouco impotente em lidar com a situação já que o intuito das atividades era uni-las, porém estava indo em um caminho oposto, mesmo sabendo que o conflito teve origem antes mesmo de chegarmos à RT, conflito este que teve como motivo a organização da casa.
Quando a cuidadora chegou ao local, conversamos sobre o que havia ocorrido e ela nos disse que as moradoras têm brigado muito por ficarem muito tempo sem ter o que fazer, as deixando ociosas e consequentemente irritadas. Diante disso pensamos em planejar atividades que elas possam realizar não somente quando estivermos lá, mas durante a semana e às tardes, diminuindo os tempos de ociosidade das mesmas.
- Descrição das Atividades Realizadas
Com a intenção de unir novamente as moradoras, utilizamos como recurso a oficina de jardinagem, que desenvolve sensações como toque, por entrarem em contato direto com a terra e com a água para regar. Para a realização da oficina, foi levado terra, pedras em argila, mudas de temperos para que elas possam usufruir na cozinha durante o dia-a-dia e vasos para plantação.
Fomos todas para o quintal do fundo, onde já haviam algumas plantas que foram realizadas com o outro grupo que também realiza atividades nesta residência, e foram distribuídas funções para que todas pudessem trabalhar juntas, possibilitando um momento de interação entre elas.
Iniciamos a oficina com todas ao redor de uma mesa redonda com os vasos, as pedras e a terra e neste momento todas ali participaram, colocando pedras no fundo dos vasos. Posteriormente, enquanto duas moradoras colocavam a terra, outras escolhiam quais mudas seriam colocadas em cada vaso.
A moradora R. que possui uma grande dificuldade motora, se mostrou muito ativa com a terra e demonstrou grande entusiasmo para participar da atividade, e neste momento foi possível vermos as as outras moradoras deixavam-na ajudar e a auxiliando para conseguir realizar a atividade proposta.
Foram plantadas todas as mudas levadas e deixadas nos vasos juntamente com outras plantas que já estavam na casa.
Após esta atividade, nos reunimos na sala para conversarmos com as moradoras, realizando um momento de descontração com conversas e cantorias.
- Considerações Finais
Através dos encontros realizados até agora e também das ocorrências desta terceira ida, torna-se necessário ressaltarmos de novo o déficit na relação entre as moradoras, as quais têm apresentado comportamentos frequentes de brigas e pouca interação saudável entre elas. Em determinado momento deste encontro, ouvimos a moradora M. reclamar da moradora G., dizendo que não queria vê-la em sua frente pois estava com raiva da mesma, disse que G. “está se achando muito agora que vai colocar os dentes” (SIC), e isto a estava deixando irritada, gerando uma grande discussão e por fim envolvendo a maioria das moradoras que tentavam acalmar a situação. Pudemos observar então a presença da inveja no comportamento de M., que se sentia angustiada e com raiva de G. por estar recebendo tratamento odontológico enquanto ela não possui tal tratamento.
A inveja apresentada por M. através das falas com teor raivoso destinada à G., de seu choro e suas reclamações nos mostra o quanto este estado afetivo é produtor de sofrimento para o indivíduo que o vivencia, pois, M. não quis participar de nenhuma atividade em que G. estava presente para não ficar no mesmo ambiente que ela, preferindo ficar sozinha na parte externa da casa chorando “de raiva” (SIC) e reclamando. Através do ocorrido com a moradora M. e, segundo Dalgolarrondo (2008), podemos perceber que os afetos realmente desempenham grande influência na vida dos indivíduos, dirigindo sua atenção e interesse para um determinado estímulo e inibindo os demais interesses do indivíduo naquele momento.
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