Relatório Estágio

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA - UNIFAVIP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

COORDENAÇÃO DE PSICOLOGIA

THAÍS RAFAELA FERREIRA DE SOUZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO Il

Caruaru/PE

2019

• INTRODUÇÃO

Devemos entender que a saúde da mulher não está apenas ligada às questões reprodutivas e sexuais, mas também a aspectos socioculturais. Considerando o machismo enraizado em nossa cultura e a diversidade das regiões do país, apresentando diferentes níveis de desenvolvimento e de organização dos seus sistemas locais de saúde. Considerando como uma das prioridades da saúde, o Ministério da Saúde em colaboração com movimentos de mulheres de diversos setores da sociedade formulou um documento No Ano de 2004, 28 de Maio de 2004, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – “Princípios e Diretrizes”, refletindo o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis.

A saúde é um direito humano fundamental que deve ser compreendida como um recurso para a vida, não sendo somente a ausência de doenças. Saúde é o resultado de um processo de produção social que expressa a qualidade de vida de uma população, entendendo-se qualidade de vida como uma condição de existência dos homens no seu viver cotidiano, representado por um conjunto integrado de recursos sociais e pessoais. (PEDROSA, Michele. 2005)

Toda mulher tem todo direito ao planejamento familiar, tento total acesso as informações sobre os métodos e técnicas para prevenções de qualquer procedimento. O acesso aos serviços de saúde é garantido pelo SUS a todas as mulheres, independente da orientação sexual ou identidade de gênero. As mulheres são as principais usuárias do SUS, procurando cuidar mais da sua saúde. Porém, em certos casos, seus problemas são agravados por situações de discriminação da sociedade, feminicídio do que com fatores biológicos. Relatos descritos por mulheres na busca pelos serviços de saúde expressam em sua fala discriminação, frustrações e violações dos direitos e aparecem como fonte de tensão e mal-estar psíquico-físico. Por essa razão, a humanização e a qualidade da atenção implica na promoção, reconhecimento e respeito aos seus direitos humanos, dentro de um marco ético que garanta a saúde integral e seu bem-estar.

A postura dos (as) profissionais nessa parte é de extrema importância, pois, dependendo da situação pode propiciar ou dificultar a realização da integralidade.

As estratégias para o desempenho de práticas mais eficazes devem ser construídas no cotidiano da atenção à saúde a mulher, tornando-se imperativo o trabalho interdisciplinar e uma compreensão ampliada dos determinantes dos processos. A Política Nacional tem como objetivo: Promover a melhoria das condições de vida e saúde, acesso aos de serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação, ampliar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS.

Os movimentos sociais, especialmente os de mulheres, tiveram um papel decisivo na construção dessa agenda de reforma, reivindicando tanto a democratização das decisões e resultados como o acesso aos serviços públicos e a melhoria das condições de vida. Especificamente no que se refere aos movimentos de mulheres, ao mesmo tempo em que denunciavam desigualdades de classe, passaram a discutir temas relativos à condição da mulher, tais como sexualidade, contracepção, violência, aborto, etc. A partir disso, houve uma convergência com o movimento feminista, o qual, diferentemente dos movimentos com participação de mulheres, elegia como foco a superação das desigualdades presentes nas relações entre homens e mulheres, incluindo na agenda pública a questão de gênero (Farah, 2004).

Desse modo, as mudanças de abordagem nas políticas de saúde da mulher resultaram da convergência de interesses e concepções do movimento sanitário e do movimento feminista, irradiando-se, dentro da rede de serviços de saúde, um novo pensar e agir sobre a questão da mulher (Costa & Aquino, 2002).

• REFLEXÕES TEÓRICAS E DESCRIÇÕES DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO

Considerado como fundador da dinâmica de grupo, Kurt Lewin (1988), relata que a essência de um grupo não é a semelhança ou a diferença entre seus membros, mas sua interdependência. Caracterizando então um grupo como sendo um todo dinâmico, o que significa que uma mudança no estado de uma das suas partes acaba provocando mudanças em todas as outras. Criando assim, um processo de interação, vínculos entre as pessoas, que se influenciam reciprocamente e havendo uma produção de novos significados e metas.

Para Lewin (1946), o fato de ouvir as pessoas falando de seus próprios problemas já era em si terapêutico. Dessa concepção resultou uma das características atuais, que é o “fator da universalidade”, isto é, em grupo, os pacientes não sentem que estão sozinhos e que são os únicos que sofrem.

Em um dos nossos momentos dentre o campo efetivamos dinâmicas de grupo entre os usuários ali presente no campo ofertado pelo estágio, não somente com mulheres, mas com homens também. De início, sempre começávamos com dinâmicas de quebra gelo, um modo de começar o diálogo em todas as conversas que obtivemos durante esse período. Quando uma pessoa não se sentia à vontade em falar sobre o que gerava o desconforto, na maioria das vezes, ofertávamos alguma escuta individual, que normalmente se sentiam mais vontade para conversar. Arantes (2010, p. 94) diz que para escutar é preciso “uma economia dos gestos e palavras, um silêncio ativo e um certo recolhimento”, evidenciando a postura de acolhimento por parte do psicólogo para com as reais necessidades do outro.

Uma política de Saúde Integral voltada para os grupos específicos da sociedade precisa considerar ambas as dimensões, ou seja, a totalidade do ser humano ( físico, mental, afetivo e espiritual ) como objetivo do cuidado em saúde e a existência de saberes e práticas de saúde acumulados e organizados em redes de serviços que produzem ações de saúde tendo em vista esse cuidado (Souto,