Relação Entre o Surgimento da Psicologia Brasileira e sua história

Tanto o primeiro, quanto o segundo textos, buscam explicitar a emergência da psicologia no Brasil, através de uma perspectiva histórica, onde se apresentam acontecimentos marcantes que colaboraram com o desenvolvimento, institucionalização e profissionalização desta ciência. No primeiro texto vemos que a história da Psicologia no Brasil, pode ser dividida em três períodos, o período pré-profissional compreendido entre a criação das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. O de profissionalização, que é compreendido entre 1890/1906 e abrange desde o início da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão e o terceiro e não menos importante período, o profissional, momento que se inicia em 1975, quando a profissão de psicólogo passou a estar regulamentada.

No período pré-profissional não havia ainda nenhuma sistematização ou institucionalização do conhecimento psicológico, haviam apenas estudiosos interessados nos estudos psicológicos. Destaca-se também a chegada da família real e a independência, período este em que foram criados órgãos de transmissão e elaboração de conhecimento, criação dos primeiros cursos de medicina no Brasil e o primeiro laboratório de psicologia, fundado no exterior, marcando o início de uma psicologia cientifica. No período de profissionalização, se destacam as bases dos estudos psicológicos, a educação e a medicina, que foram fundamentais para o processo de se profissionalizar a psicologia, através da disciplina de psicologia na formação de professores e mais tarde como matéria obrigatória nas escolas normais. Na medicina, teve seu marco através da criação de seu primeiro laboratório experimental, em 1923, que visava auxiliar as atividades médicas, atender às necessidades sociais e práticas, se constituir como um núcleo de pesquisas científicas e um centro de formação de psicólogos, e a criação de um Conselho Federal e Regional que visava organizar e estabelecer uma profissão.

Já o segundo texto apresenta também um esboço do surgimento da psicologia critica no Brasil, com um olhar voltado para outros acontecimentos, além dos já mencionados no primeiro texto. Para o autor, a psicologia critica no Brasil vem do vinculo entre o psicólogo e os setores da sociedade que eram oprimidos, buscando desconstruir injustiças sociais, identificando e combatendo seus problemas. Vem também da chegada da teoria social contemporânea, que repensava questões como sociedade, poder, ciência e subjetividade e também da inserção da psicologia em novas áreas de atuação.

Além disso, o texto defenderá a tese de que há duas conjunturas históricas distintas que marcaram o desenvolvimento da “psicologia crítica” brasileira. A primeira cobre o período entre 1964-1989 e que foi marcado pela existência da ditadura militar no Brasil, onde surgiu um movimento de rebelião e questionamento. O segundo período, entre os anos 1990 e o presente, é caracterizado pelo processo de consolidação da democracia burguesa e da hegemonia neoliberal na sociedade brasileira.