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Relações Amorosas e infidelidade: dimensões sociais e emocionais

Por:   •  22/5/2018  •  Monografia  •  10.854 Palavras (44 Páginas)  •  164 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Rafaela Thami Chalub de Medeiros

1411240

Relações amorosas e infidelidade: dimensões sociais e emocionais

Rio de Janeiro

Novembro de 2016


Rafaela Thami Chalub de Medeiros

 Relações amorosas e infidelidade: dimensões sociais e emocionais

Trabalho de Monografia II

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Orientador: Prof. Terezinha Féres-Carneiro

Rio de Janeiro

Novembro de 2016


Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais,pois, se não fossem seus esforços, não estaria aqui.


Agradecimentos





A minha orientadora, Rebeca Nonato Machado, que me ajudou nessa etapa.
Aos meus professores, pois sem a orientação destes, não conseguiria chegar aonde cheguei.
Aos meus pais que sempre me apoiaram em qualquer decisão.
E a minha melhor amiga, Ana Carolina Sampaio, por ter estado ao meu lado durante esse processo,
durante o qual não pude lhe dar tanta atenção.


Resumo

A infidelidade conjugal é revestida por diversos fatores e paradoxos, podendo ser concebida como um dos maiores dilemas com os quais um casal precisa lidar. O presente trabalho teve como objetivo investigar as motivações sociais e emocionais envolvidas na traição. Tínhamos como finalidade traçar reflexões consistentes sobre a temática, procurando não ter a influência de ideais morais e singulares na compreensão sobre a complexidade do tema. Para atingirmos tal objetivo foi realizada revisão bibliográfica sobre os temas, como sociedade, casamento, amor e relações extraconjugais na área da psicoterapia de casal. Dissertamos sobre a mudança ocorrida no papel do casamento com o passar do tempo, a alteração no papel da mulher na sociedade, e como isso mudou a forma de os cônjuges se relacionarem. Foi estudado, também, o paradoxo entre amor e sexo, e como isso afeta as relações. Por fim, discutimos os aspectos envolvidos na infidelidade conjugal, tais como os tipos de infidelidade e a diferença de gênero, motivos e repercussões. Destacou-se a importância de criar um equilíbrio entre a conjugalidade e a individualidade para que fosse mantida a satisfação conjugal. Entendemos que quando há a insatisfação conjugal, somada à oportunidade de trair e a determinados aspectos da personalidade do sujeito, as possibilidades de ser concretizado o ato da traição se ampliam. Consideramos que o desenvolvimento deste estudo fornece subsídios para psicoterapeutas e para outros profissionais interessados nesta questão.

Palavras-chaves: infidelidade, conjugalidade, individualidade, casamento.


Sumário

Introdução7

Capítulo 1: Sociedade contemporânea e seus efeitos na construção das relações amorosas 9

1.1 Sexualidade, cultura e gênero12

Capítulo 2: Do acordo formal familiar à escolha por amor: o casamento através da história 15

2.1 Conjugalidade e individualidade: dimensões do casamento contemporâneo19

   2.2 Amor e sexo: os princípios básicos das relações amorosas atuais20

Capítulo 3: Relações infíeis 25

3.1 Filme Café society: infidelidade no cinema28

Capítulo 4: Considerações Finais31

Capítulo 5: Referências bibliográficas34

Introdução

    A monogamia é algo que não é natural à espécie humana, mas sim uma criação da cultura. Willy Pasini (2010) menciona que a infidelidade é natural, e que a monogamia é uma prática datada de 5 mil anos atrás. Após a origem da propriedade privada, o homem percebeu sua participação na reprodução da prole, com isso surgiu a monogamia, que era através da qual se assegurava o conhecimento dos herdeiros. Até então, o sexo praticado pelas mulheres e pelos homens não exigia uma exclusividade. Porém, isso garantia somente às mulheres a certeza da filiação consanguínea dos filhos (Engels,1974).

Na sociedade em que vivemos hoje, as relações ainda são predominantemente ditas monogâmicas, contudo,  as mesmas não são mais calcadas em paradigmas interacionais, como diz Bauman (2004), “sólidos” tais como as de antigamente, e sim em parâmetros fluídos, caracterizando a “sociedade líquida”. Segundo o autor, as relações humanas contemporâneas são constituídas a partir da fragilidade e da flexibilização na dinâmica internacional. Podemos perceber que hoje vivemos em uma sociedade na qual o individualismo se sobrepõe à conjugalidade. Assim, nasce a crença de que os indivíduos parecem esperar que não é necessário renunciar o prazer pela segurança. É cada vez mais habitual relacionar-se com outra pessoa formando relações frágeis ou sem manifestar sentimentos relevantes.

Para Bauman (2004), a natureza liquefeita dos laços sociais na contemporaneidade são fenômenos decorrentes da globalização. As relações obedecem aos princípios do consumismo, este último caracterizado mais pelo uso e pelo descarte frenético de bens do que pelo seu acúmulo. Assim, o outro é transformado pelo parceiro em um produto passível de ser investido e seu valor é determinado pelo custo desse investimento.

Como muitas transformações estão acontecendo na sociedade moderna, surgem inúmeras formas de se relacionar amorosamente podendo gerar níveis de ansiedade e insegurança cada vez maiores. Essa diversidade nos relacionamentos contemporâneos reajusta as possibilidades de interação e de como são estruturados (GIDDENS, 2004).

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