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Resenha "A Fuga das Galinhas"

Por:   •  20/5/2020  •  Resenha  •  598 Palavras (3 Páginas)  •  337 Visualizações

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A fuga das galinhas

                O longa-metragem aborda diversos aspectos sociais, políticos, sociológicos e psicológicos relevantes. A narrativa se passa em uma granja que perpassa por várias gerações que lucram com o trabalho duro das galinhas em colocar ovos. Quando estas não conseguem mais manter o padrão de quantidade exigido, são sacrificadas e viram comida.

                É possível notar claramente a ideologia marxista sobre as lutas de classe, na qual o casal dono da granja representa os burgueses, detentores dos meios de produção. As galinhas, por sua vez, representam o proletariado, os que vendem sua força de trabalho e dão lucro ao patrão. Estas estão completamente alienadas quanto à exploração praticada pelos donos. A figura da galinha como representação dessa classe foi muito bem empregada, uma vez que as galinhas são animais que gastam pouco e rendem muito. Alimentam-se de migalhas lançadas ao chão, ciscam com a cabeça para baixo indiferentes ao que ocorre à sua volta. Por não terem consciência de que estão em um sistema de exploração, fazem o que acreditam que nasceram para fazer sem questionar.

                Entretanto, o filme ganha outra dimensão no instante em que uma das galinhas percebe o que estava ocorrendo e tenta abrir os olhos das outras galinhas. Nesse momento, é nítida a aplicação de teorias da aprendizagem como as abordadas por Vygotsky. Segundo ele, a aprendizagem se dá por meio da interação social entre indivíduos e o meio. Essa interação possibilita o surgimento e desenvolvimento de novos conhecimentos e experiências, mediados por quem detêm aquele conhecimento. De acordo com Vygotsky, para que a aprendizagem se concretize, a interação passa pela zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que é a distância entre o que o sujeito sabe (conhecimentos reais que ele já possui) e aquilo que ele pode alcançar (conhecimento potencial). Quando a galinha líder, Ginger, planeja uma fuga em massa, sonhando com um mundo novo e uma vida melhor para toda a classe operária a qual ela representa, ela põe em prática a teoria de Vygotsky.

                É possível relacionar o filme também à Alegoria da Caverna de Platão, onde é narrado uma situação em que pessoas viviam presas numa caverna, acorrentadas, e uma fogueira projetava na parede da caverna apenas as sombras de quem passava pelo lado de fora da caverna. Mas um dia, alguém se libertou das correntes e conseguiu escapar, aprendendo sobre o mundo real fora da caverna. Quando este volta para libertar os prisioneiros, a parte mais difícil foi convencê-los de que o mundo que eles conheciam não era real. As verdadeiras correntes não estavam nos braços e pernas, mas na mente. A franga Ginger faz esse mesmo paralelo quando diz “essas cercas não cercam só a granja, estão nas suas cabeças”. Em todo o seu discurso para mostrar que existe a possibilidade de uma vida melhor ela aplica as teorias de Vygotsky.  Segundo o site psicologiamsn.com: “Para que ocorra a efetiva maturação da mente, Vygotsky apontava para a necessidade do contato estreito com a comunidade. As mudanças que ocorrem no homem são oriundas na Sociedade, na Cultura e na História. Vygotsky propõe um novo modo de compreensão da relação entre sujeito e objeto, durante o processo da construção do conhecimento, ao tomar como referência o contexto histórico-cultural’.

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