Resenha Crítica Do Filme O Coringa
Por: walkiriavespa • 27/4/2024 • Resenha • 840 Palavras (4 Páginas) • 66 Visualizações
FACULDADE PITÁGORAS
WALKIRIA VESPA SS MOREIRA
RESENHA CRÍTICA DO FILME O CORINGA
BELO HORIZONTE, 05 DE ABRIL, 2020
Coringa é um homem que representa a população desolada das cidades. Pessoas que vivem com o mínimo e que estão completamente dependentes da atenção dos serviços públicos para terem suas necessidades mínimas atendidas.
Como a cidade retratada no filme, vemos na realidade cidades que estão imersa em pobreza e desigualdade, com grande número de desemprego. Abandonada pelo governo, que nem mesmo o lixo é recolhido nas ruas, e outros serviços públicos essenciais faltando. Como se não bastasse, as diferenças sociais, retratada pelo filme, também podemos ver em nossa atualidade, em que coloca os ricos contra as classes mais empobrecidas num clima de desesperança e desespero para muitos em redor deste mundo.
Quantos estão lutando como Coringa, tendo trabalhos informais, para poder sobreviver, sendo muitas vezes desprezados pelo trabalho que realizam. Outras vezes sofrendo violência tal qual o personagem do filme.
O filme tem um aspecto gélido, explorando com calma a situação agonizante do personagem. As cenas em que volta pra casa são marcas do tom em que a história se passa, há uma frieza que ronda as ruas, uma sensação de vazio e tensão iminente. Diferente da realidade de muitas cidades brasileiras ou do mundo? Não. Infelizmente percebemos em muitos lugares que a segurança pública é muito falha, e até mesmo ausente, gerando muita insegurança para uma população que dela depende.
Embora pareça senil, Penny Fleck, a mãe do Coringa, tem uma enorme consciência da situação em que se encontram e das condições em que o filho vive. Sua única esperança, contudo, está depositada em enormes ilusões. Situação em que muitas crianças e adolescente se encontram. Pais que querem dar um futuro melhor, mas sem nenhuma perspectiva para isso. Investem muita vez o pouco dinheiro que tem, em loterias e jogos de azar. Pais que usam de violência com seus filhos, causando-lhes traumas terríveis.
São diversos os momentos em que o ator, tenta liberar um animal dentro dele, e que muitos cidadãos hoje também, estão a ponto de uma explosão.
Coringa é uma demonstração crua e visceral do perverso. O maior problema apresentado por ele não é a ideia de um maníaco ser enaltecido por seus atos violentos, mas sim pelo fato de sermos parte de uma sociedade tão doente e afundada na lama que o maníaco acaba sendo glorificado justamente por ser quem é. Ou até mesmo, uma sociedade que possibilita o desenvolvimento de maníacos, por ausência de atenção mínimas, por bulling e outros aspectos em que nada se demonstra um pouco de empatia.
Em que muitas vezes somos cobrados a sermos positivos, motivados, bem-humorados, como o ator que nasceu designado a ter uma cara feliz.
Como se não bastasse de desgraças, Coringa, ainda sofre de uma condição rara, que o faz gargalhar em situações inoportunas, sem ter qualquer controle. Nesses momentos, seus lábios gargalham, mas seus olhos permanecem em uma profunda agonia, revelando todo o abismo que mora dentro da personagem. Conforme ele escreve suas piadas, temos acesso a sua parte mais profunda e essencial e não há dúvidas de que encontramos um homem à beira do colapso. Porém, o que mais chama atenção, são seus esforços para se adaptar e manter o controle da situação. Assim como, milhões de pessoas, lutam diariamente para não colapsar.
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