Resenha Do Livro: Pavlovski, E.;Kesselman, H. Multiplicação Dramática
Artigo: Resenha Do Livro: Pavlovski, E.;Kesselman, H. Multiplicação Dramática. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: analuizacgarcia • 27/1/2015 • 734 Palavras (3 Páginas) • 442 Visualizações
Resenha do livro: Pavlovski, E.;Kesselman, H. Multiplicação Dramática
A fim de propor uma nova forma de pensar o dispositivo grupal, o livro trata a respeito da multiplicação dramática. Para que exista uma multiplicação dramática são necessárias: a) a cena protagonista; b) as improvisações que cada integrante do grupo realizará em forma de cenas pelo efeito de ressonância que a cena incial produz em cada integrante.
Para retratar melhor o termo, o livro traz em sua narrativa cenas e representações. Na primeira cena trazida, o menino dramatiza uma história de infância onde ele, mesmo tendo apanhado de um grupo de meninos, foge e não revida. Ao dramatizar a cena, o protagonista passa a reviver e a reconhecer outros sentimentos que antes não era identificado por ele.
O processo da multiplicação dramática, portanto, percorre os pontos: a) Há um primeiro relato de uma experiência pessoal, b) dramatização do relato da experiência coordenada no grupo, atribuição de papéis entre os integrates e desempenho de papéis sobre a cena original. Insight dramático sobre a cena c) ao escrever o insight dramático revivido e descoberto na cena, abrem-se novas perspectivas na escritura. Dessa forma, é visto que a configuração grupal foi de extrema relevância no que tange a percepção do protagonista da cena e do seu papel.
O imaginário da cena também se torna uma ferramenta na compreensão da cena. Partindo desse ponto de vista, Kesselman, sugere que sejam formados dois grupos entre os integrantes e que ambos inventem “jogos possíveis” inspirados pela cena. Esses jogos, por sua vez, desmitificariam os mitos familiares existentes na cena.
Outro conceito que o livro traz é a noção de rostridade de Deleuze. Segundo Deleuze, rostricidade seria aquela que captura toda a energia circulante e não a expande. Com o intuito de exemplificar o termo, o autor traz o exemplo do rosto de Hitler que captura para si mesmo toda a energia da massa e dispoe dela.
O texto também discute a respeito do grupo como máquina de produção de sentidos, onde há o agenciamento que é uma noção de esquizoanálise e a apropriação de determinadas noções ou conceitos que se põe na própria máquina e a partir dai pode-se pensar uma série de coisas. Vale ressaltar que a noção de agenciamento nada tem a ver com associação livre, pois ela é ordenada e há uma apropriação desejante.
A multiplicação necessita da subjetividade projetiva do integrante. Na ideia de agenciamento ocorre o mesmo: não há possibilidade de entendimento e de pensamento se não nos afetamos de algum modo com aquilo que entramos em contato. Além disso, a multiplicidade dramática permite também a coexistência de dois tempos a) o tempo que se fez dramatização b) o tempo em que se recorda para escrevê-la.
Deleuze e Guattari também subsituiram a noção de máquina pela inconsciente esquizoanalitico que aponta para a utilização de uma noção do inconsciente distinta da do freudiano que, segundo eles, está enredada na noção de representação. Para eles, a máquina é acopladora como se acoplam todas as gerações da familia. Há as máquinas desejantes que engendram-se e geram umas as outras.
A noção de multiplicidade é diferente de multiplicidade dramática. Na mutiplicidade há o respeito, cuidado obsessivo pelo objeto de estudo,
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