Resenha Estamira
Por: Anny Rodrigues • 28/3/2019 • Resenha • 859 Palavras (4 Páginas) • 524 Visualizações
Universidade Paulista – UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia - 7º Semestre
Reflexão sobre o Filme: Estamira
Disciplina: Psicopatologia Geral
Professora: Andréa Poppe
Alunas:
Ariane Rodrigues R.A: D12147-2
Ana Camilla R.A: N948EC-7
Leydiane Fabrino R.A: C89924-0
Taycila Mylaine Silveira R.A: N1073G-4
SANTOS
2019
O documentário nacional “Estamira” foi produzido em 2016, por Marcos Prado, brasileiro, 44 anos, fotógrafo, poeta, musico, ator, jornalista, produtor e diretor de documentários.
O filme nos trás a história de uma senhora, com seus mais de 60 anos, com um diagnóstico de Psicose Crônica.
Estamira vivia e trabalhava no aterro sanitário de Jardim Gramacho (na época em que foi produzido o filme), local que recebe os resíduos produzidos na cidade do Rio de Janeiro.
Quando fazemos uma reflexão de tal documentário à luz das teorias do livro “Encontro marcado com a Loucura” de Tânia Cociuffo, encontramos a semelhante história de Maria e ambas nos trás a pensar: Será que tratar Maria ou Estamira é apenas medicá-las?
Estamira demonstra inquietação e mal estar ao uso dos remédios, hora resistente e hora conformada.
No livro, a autora nos fala da importância de alguém que nos ajude a pensar as questões da vida. Estamira sofrera com dois maridos, estupros, a morte da mãe, a solidão, o abandono de uma sociedade capitalista e excludente e todos os tropeços de uma vida pesada de carregar.
O livro não nega os benefícios do uso de psicofármacos, porém, nos deixa claro que como um recurso isolado não trás mudanças na perspectiva. Faz-se necessário o pensar, ter um projeto de vida.
Eugen Bleuler (1857-1939) contemporâneo de Kraepelin e Freud (1856-1939) vão falar da importância de escutar o paciente na introdução do livro “Tratado de Psiquiatria”:
“Quando um médico se defronta com a grande tarefa de ajudar uma pessoa psiquicamente enferma, vê a sua frente dois caminhos: ele pode registrar o que é mórbido, irá, então, a partir dos sintomas da doença, concluir pela existência de um dos quadros mórbidos impessoais que foram descritos (...) ou pode trilhar outro caminho: como escutar o doente como se fosse um amigo de confiança e, nesse caso, dirigirá sua atenção menos para constatar o que é mórbido, para anotar sintomas psicopatológicos e a partir disso chegar a um diagnóstico impessoal, e mais para tentar compreender uma pessoa humana na sua singularidade e covivenciar suas aflições, temores, desejos e expectativas pessoais.”
Será que se houvesse um profissional para ouvir Estamira e entender suas aflições, o tratamento então, não seria mais eficaz?
Freud considerava os sintomas como uma mensagem a ser interpretada, de um indivíduo que não tem outra forma de expressão a não ser a que se apresenta. Será que a doença de Estamira poderia ser também uma resposta ao seu sofrimento e exaustão?
Estamira demonstra melancolia e até algum desejo de morte, porém ao mesmo tempo proximidade afetiva pelas pessoas. Em uma sena ela diz: “Visivelmente, se eu me desencarnar eu tenho a impressão que serei muito feliz e talvez eu poderia ajudar alguém. Porque o meu prazer sempre foi esse: ajudar alguém.”
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