Resenha Filem Holocauto Brasileiro
Por: OhradioZack . • 19/10/2020 • Resenha • 1.082 Palavras (5 Páginas) • 181 Visualizações
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Saúde mental na rede de atenção psicossocial
RESENHA CRÍTICA E DIALOGADA – NISE – O CORAÇÃO DA LOUCURA
Guilherme Henrique Padula
RA: 20170144
Psicologia – 8º Semestre
Profº Thiago Lusvardi
Americana
12/09/2020
Holocausto Brasileiro
O livro nos traz a história a história de um hospital psiquiátrico, localizado em Minas Gerais na cidade de Barbacena, a autora Daniela de Arbex, tenta nos mostrar essa triste e horrível parte histórica e negligenciada ocorrida no Brasil.
O Hospital de Barbacena era o maior do Brasil, inúmeras pessoas eram encaminhadas para este lugar para tratar suas loucuras, porém, as mesmas eram submetidas as mais terríveis formas de tratamentos a base de choques ou violência, além de abusos físicos e psicológicos, agressões e as maiores formas de negligências possíveis.
Muitas destas pessoas levadas ao hospital nem se quer tinham um diagnóstico de loucura, muitas vezes estavam ali, apenas para limpar a sociedade, onde pessoas que cometiam pequenos crimes, ou até mesmo para abafar escândalos que envolvessem pessoas do alto escalão da sociedade, eram encaminhadas para que elas ficassem ali esquecidas, sem amparo ou voz.
O hospital inicialmente construído em 1903, tinha a intenção de ter apenas 200 pacientes, pois possuíam essa quantidades de leitos, porém o mesmo foi recebendo cada vezes mais internos chegando a casa dos milhares, logo muitos desses internos começaram a dormir em capins, espalhados pelo local e até mesmo no chão, sem qualquer tipo de conforto.
A questão da Higiene era totalmente negligenciada, no local havia presença de baratas e ratos, vivendo ali com os pacientes internados, além disso haviam poucos médicos, poucas roupas, pouca comida para a quantidade de pessoas ali presentes no hospital, mesmo havendo um aporte financeiro, cujo dinheiro provavelmente estava sendo desviado, sendo assim os pacientes eram mal alimentados, passavam frio, e era muito comum encontrar pacientes andando pelo local sem qualquer tipo de vestimenta.
Com o passar dos anos, o encarceramento em massa, o tratamento desumano, as péssimas condições de higiene, e todo aquele contexto de ambiente psicologicamente nocivo, e muito menos um tratamento eficaz para suas doenças, acabavam piorando, isso nos casos de quem realmente tinha uma doença, pois estimava-se que 70% dos internados no Hospital de Barbacena não sofriam de quaisquer doença mental.
Esse alto número de pessoas internadas sem nenhum tipo de adoecimento mental, se deve ao fato, de um interesse da sociedade que tinham ali, uma serie de “indesejados”, que a mesma queria os vê-los afastados do local.
Como não era exigido um diagnóstico mental bem aprofundado, qualquer pessoas podia ser atestada como “louca” e ser encaminhada para o Hospício onde a mesma passaria o resto de sua vida, e a situação acabava se agravando ainda mais, quando as pessoas atestadas eram pobres, mulheres, de origem negra, portanto a grande maioria dos internados no manicômio além dos citados, eram, desafetos de alguém importante, militantes políticos, homossexuais, mães solteira, alcoólatras, moradores de rua, usuários de drogas, pessoas que incomodavam a polícia, pessoas que brigavam seja por qualquer motivos, ou seja, não era necessário diagnósticos de doença mental alguma. Filhos rebeldes eram encaminhados, esposas onde maridos queriam se livrar, delgados de polícia mandavam arruaceiros e ladrões para o local, sendo assim considerado uma sentença perpétua. As pessoas cuja eram enviadas para lá não conseguiam sair, pois o local possuía muros altos e grossos, sem qualquer chance de fuga.
A partir dos anos 60, os administradores do manicômio vendiam os cadáveres dos doentes e pacientes que morriam no manicômio para as faculdades de medicina na região que os conseguiam por um preço “barato”, assim as mesmas não se preocupavam com a origem destes corpos, tendo em visto que haviam em média 16 óbitos por dia, era mais uma forma de lucro sobre os pacientes negligenciados.
Com o passar dos anos houve movimentos, dentro das faculdades de medicina, dentro dos departamentos de psiquiatria que começaram a combater a ideia de manicômio, e a internação forçada de pessoas com doenças mentais, através de décadas de muita luta, hoje em dia pelo menos em grande parte do território não existe mais essa realidade terrível de pessoas amontoadas em um local, sem qualquer perspectiva de melhora.
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