Resenha Sobre Influência Da Propaganda Sobre Crianças

O artigo Children’s understanding of the selling versus persuasive intent of junk food

advertising: Implications for regulation escrito por Owen B. J. Carter, Lisa J. Patterson, Robert J.

Donovan, Michael T. Ewing, e Clare M. Roberts sugere inicialmente que até as crianças

completarem 8 anos de idade não são capazes de entender o propósito da propaganda, sendo

assim, vulneráveis a técnicas persuasivas através dos meios pelos quais a propaganda é

transmitida.

A questão central do artigo é, a partir da noção supracitada, estabelecer uma relação entre os

crescentes índices de obesidade nos Estados Unidos à propaganda de comidas prejudiciais à

saúde (mais especificamente fast foods) vistas pelas crianças na televisão, revistas, nas ruas,

etc.

Crianças abaixo de 8 anos de idade são extremamente vulneráveis de acordo com o artigo pois

elas não seriam capazes de reconhecer que as empresas deste ramo não medem esforços para

vender seus produtos, fazendo-os aparentar o quão desejável forem para elas. O olhar de

crianças muito novas a respeito da propaganda é exatamente aquilo que se mostra, ou seja,

elas acreditam veementemente no que diz a propaganda e será a associação apresentada pela

mesma que elas também farão.

594 crianças foram recrutadas na Austrália para uma pesquisa, onde seu comportamento -

quando expostas à propaganda do Mc Donalds - foi analisado a fim de entender o poder de

persuasão da propaganda do fast food. O resultado do estudo indicou que a idade onde as

crianças se mostraram mais vulneráveis à persuasão da propaganda pode ser maior do que o

originalmente concebido, ou seja, crianças mais velhas do que 8 anos de idade tiveram

dificuldade em apresentar o discernimento para diferenciar a diferença entre a intenção de

vender um produto e a intenção de persuadir o consumidor (no caso, as crianças).

O estudo realizado se mostra como uma importante ferramenta a fim de reconhecer um dos

maiores propulsores da obesidade infantil, tendo dado, inclusive, um respaldo maior para

aqueles que defendem uma restrição à propaganda de comidas prejudiciais a saúde. Este seria

um passo importante na luta contra a obesidade infantil.