Resenha filme "Caixa dois"
Por: manuterra • 16/11/2015 • Resenha • 477 Palavras (2 Páginas) • 4.335 Visualizações
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Psicologia e Gestão de Pessoas
Nomes: Emanuella Costa e Jonathan Henrique
Resenha “Caixa 2”
O filme Caixa 2, apesar de ser uma comédia, se articula muito com a realidade dramática da sociedade capitalista, onde o sujeito vende a sua força de trabalho em troca, muitas vezes, de uma recompensa desonesta e injusta por parte dessa organização. Podemos então, ponderar criticamente algumas questões que a trama retrata com muita clareza, sobretudo o domínio que as organizações exercem sobre o trabalhador.
A trama se dá quando o banqueiro Luiz Fernando, recebe uma quantia ilícita e não tem como aplicar esse valor pois seu cumplice, um doleiro que faz lavagem de dinheiro, está em coma. Ele se vê obrigado a usar sua secretária, Ângela, como “laranja” para salvar a situação. Porém, seu assessor, Romero, ao fazer o deposito, deposita o dinheiro na conta de Angelina, a esposa de Roberto, um dos recém demitidos, após 25 anos de prestação de serviço e dedicação como bancário. A fim de sanarem a confusão, eles todos vão para casa de Roberto tentar resolver a situação onde seu filho, Henrique, que possui habilidades no manuseio de computadores, articula uma situação com seu amigo e sua noiva Ângela e, agora, eles que enganam o banqueiro e ficam com os 50 milhões.
Em algumas cenas do filme vemos Roberto na ilusão do envolvimento afetivo com a organização, quando ele diz que Luiz Fernando o chamou pelo nome em um congresso, pedindo a manteiga. Outra cena foi quando Luiz Fernando palestrava dizendo sobre a recompensa que os “colaboradores” teriam ao investirem os tempos deles no banco, deixando os aniversários, almoços de família, etc. Valorizando de certa forma os funcionários, fato esse que ocorre quando o trabalhador adota a empresa como família, se desligando dos acontecimentos sociais e se permitindo criar vínculos com a organização.
O Roberto é o personagem que mais representa esse vínculo que as organizações estabelecem com o funcionário. Ele veste, como que uma segunda pele e cria um estigma de que o banco é como uma mãe. Ele relata, com brilho nos olhos, todo o amor que sente por aquela empresa e no fim das contas ele é demitido sem nenhuma justificativa, afinal, o Luiz Fernando só sabia seu nome por que lia no crachá.
Esse é um dos papéis fundamentais das organizações; tornar o colaborador parte da família organizacional para obter ao máximo a sua mão de obra. A empresa proporcionando lazer, da assistência à saúde e cada vez mais cria vínculos a fim de dominar todo contexto social daquele indivíduo, porém, sem nenhuma piedade, quando ele já não serve mais para organização, ou a mesma precisa reduzir custos, este simplesmente é cortado, se tornando apenas mais um número.
O fato é que essa é a dura realidade do contexto capitalista em que estamos inseridos, onde o sujeito só serve enquanto serve!
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