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Revolução Industrial

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Por:   •  1/9/2013  •  2.039 Palavras (9 Páginas)  •  372 Visualizações

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As grandes mudanças na economia global provocadas pelo uso intensivo da tecnologia de informação caracterizariam uma terceira revolução industrial?

Ela teria as mesmas características das duas primeiras?

Para tentar responder a essa questão precisamos rever o que se definiu chamar de revolução industrial. Não iremos abordar o assunto da forma como tradicionalmente é feita, ou seja, a partir só dos principais avanços tecnológicos como os associados a máquina a vapor, a eletricidade, ao petróleo e a informática.

Para nós é muito mais importante definir os processos pelos quais as empresas tiraram e tiram partido dessas inovações com o objetivo de maximizar seus lucros.

Antes da primeira revolução industrial, o conceito de lucro industrial estava ligado essencialmente a produção de artigos de luxo. Quanto mais caro e exclusivo o produto, maior o lucro. As classes inferiores não faziam parte dos planos dos empreendedores.

Podemos notar que na primeira revolução industrial o objetivo dos empreendimentos mecanizados era criar produtos baratos para atender níveis de demandas até então inexistentes. Isso fica particularmente claro no caso da vedete do período: A indústria têxtil.

Até a invenção do tear mecânico movido a vapor, as roupas eram artigos de luxo. Comprar um casaco para um homem do povo era o mesmo que hoje em dia comprar um automóvel ou uma pequena casa. Assim o lucro das empresas passa a estar ligado a necessidade do aumento da demanda por seus produtos. Numa palavra, aos capitalistas interessava que os pobres se transformassem em consumidores.

Devemos lembrar que a tecnologia revolucionaria da época se destinava a produzir ou a disponibilizar bens de baixo custo. Alem da industria têxtil, a extração de carvão e a revolução dos transportes promovida pelo navio e pela locomotiva a vapor, não visavam obter lucros com produtos de alto valor.

Ao contrário da era das grandes navegações, em que a idéia era obter especiarias e metais preciosos para revender na Europa para uns poucos privilegiados, o objetivo passou a ser vender produtos baratos e em grande quantidade para o máximo possível de pessoas.

A contradição essencial é claro, era a questão de a indústria ainda ser muito dependente de verdadeiros exércitos de empregados agrupados o mais perto possível das fontes de energia que moviam as maquinas. O lucro do capitalista dependia de pagar o mínimo possível de salário, mas suas vendas dependiam de uma população com renda suficiente para comprar seus produtos.

A única solução para essa questão era a exportação dos produtos para países onde houvesse mercado mas não indústrias locais. Disso resultaram grandes conflitos tanto internos quanto externos.

Dentro do país industrializado, o capitalista ficava cada vez mais rico, enquanto fazia de tudo para manter os salários de seus empregados em níveis mínimos. O resultado era a ?luta de classes? com greves e conflitos sociais.

Foi graças ao êxito das classes trabalhadoras da época, reivindicando aumentos de salários, reduções na jornada e melhoria das condições de trabalho, combinado ao fato de serem indispensáveis para a produção, que o padrão de vida subiu bastante nos países industrializados. É muito importante notar esse detalhe.

No exterior, tudo era feito para convencer os governos locais a não tentar incentivar a industrialização. O argumento era que a industria era uma ?vocação natural? de países como a Grã Bretanha enquanto produzir bons vinhos seria a de países como Portugal e Espanha.

É claro que isso não podia ser levado a sério por muito tempo. E não foi, logo a industrialização passou a ser uma bandeira sagrada para todos os elementos progressistas de cada sociedade. De algumas formulações erradas dessa questão, nasceu o conceito geral de que todos os problemas de um país pobre se deviam as manobras dos países industrializados para prejudicar a sua economia.

Na segunda revolução industrial as coisas já tinham mudado muito, a maioria dos países importantes se lançou com o máximo zelo a projetos de industrialização. Todos perceberam que os países com a curiosa ?vocação? para a indústria, logo ficavam mais ricos e poderosos que seus vizinhos dedicados a agricultura ou a pecuária.

Assim, na nova economia baseada na eletricidade e no petróleo, os lucros não podiam mais depender da venda de mercadorias baratas a um pequeno mercado interno e da exportação para países com governos tolos ou incompetentes o suficiente para se manter como nações ?essencialmente agrícolas?.

Era necessário ganhar vendendo em grande escala com margens reduzidas, de maneira a competir com as outras empresas exportadoras do país e do exterior. Para isso era fundamental recorrer a busca de eficiência também na pesquisa e desenvolvimento técnico e em termos de compras de matérias primas, distribuição e propaganda.

A necessidade do domínio de áreas até então desconhecidas pelo empresário tradicional fez surgir a necessidade de recorrer a uma grande número de profissionais e de se criar complexas estruturas administrativas.

Esses profissionais passaram a se constituir numa casta a parte, recebiam salários mais altos e trabalhavam em escritórios limpos e agradáveis. Devido a seu trabalho estar muitas vezes ligado a atividades de gerência e controle, desenvolviam grande lealdade aos seus empregadores. Era a ?classe média? moderna, em formação.

Os novos empregados ?de colarinho branco? raramente tiveram de lutar como os de ?colarinho azul? para conseguir seu status. Quando não vinham diretamente das classes mais privilegiadas, sua luta para estudar e aprender seu oficio era sempre individual e fora do ambiente da empresa. Isso também é um detalhe muito importante.

Como os lucros passaram a depender de escalas cada vez maiores, surgiram duas propostas básicas: o aumento do mercado interno e a conquista de outros mercados mesmo que recorrendo ao uso da força.

Da primeira proposta, surgiram idéias como as de Henry Ford que acreditava que seus operários deveriam ter condições de comprar seus automóveis. Assim, pagar bons salários não era mais um sintoma de loucura nem de vocação filantrópica. Passou a ser política de governo no interesse das próprias empresas.

Da segunda proposta, surgiu a sinistra figura do imperialismo moderno. A idéia não era mais governar colônias com povos exóticos e atrasados. O objetivo era criar ?esferas de influência? onde as empresas do

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