SKINNER E O CONTROMO COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE
Relatório de pesquisa: SKINNER E O CONTROMO COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Carlos.lima2 • 13/10/2014 • Relatório de pesquisa • 3.399 Palavras (14 Páginas) • 428 Visualizações
SKINNER E O CONTROLE COMPORTAMENTAL DE SOCIEDADES
Burrhus Frederik Skinner (1904-1990) nasceu e foi criado numa pequena cidade da Pensilvânia, tornando-se o mais importante e influente behaviorista do mundo contemporâneo. Em sua principal proposição, um reflexo é a correlação entre um estímulo e uma resposta e nada mais. Seu interesse, antes de explicar o comportamento, é descrevê-lo.
7.1. O SISTEMA DE SKINNER E O CONDICIONAMENTO OPERANTE
Skinner defende um sistema estritamente empírico, sem um quadro teórico de referência, partindo de um positivismo estrito através do método indutivo. Trabalha com o comportamento observável: a tarefa da investigação científica consiste em estabelecer relações funcionais entre as condições antecedentes de estímulo controladas pelo experimentador e a resposta subseqüente do organismo.
Na situação de condicionamento proposta por Pavlov, um estímulo conhecido é relacionado a uma resposta, sob condições de reforço. Skinner denominou comportamento respondente a resposta comportamental suscitada por um estímulo específico e observável. Já o comportamento operante ocorre sem quaisquer estímulos externos observáveis. Assim, a resposta é aparentemente espontânea, não se relacionando a qualquer estímulo observável conhecido. Isto não quer dizer, como anota Schultz, que não exista definitivamente um estímulo evocador da resposta, apenas nenhum estímulo é identificado quando ocorre a resposta. A abordagem mais eficiente de uma ciência do comportamento, segundo Skinner, é o estudo do condicionamento e extinção dos comportamentos operantes.
Skinner, no que foi seguido por outros estudiosos, realizou muitas pesquisas sobre problemas de aprendizagem. Seus estudos incluíram, entre outros temas, o papel da punição na aquisição de respostas, o efeito de diferentes esquemas de reforçamento, a extinção da resposta operante, o reforçamento secundário e a generalização. Trabalhou com animais e também com seres humanos, seguindo a mesma abordagem básica da caixa de Skinner.
O comportamento operante no homem envolve a solução de problemas, reforçada por aprovação verbal ou pelo conhecimento de ter sido dada a resposta correta.
7.3. ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO
A pesquisa inicial de Skinner demonstrou o papel necessário do reforçamento no comportamento operante. Na caixa de Skinner, toda vez que o rato aciona a alavanca (resposta correta) tem seu comportamento reforçado com o recebimento de alimento.
Porém, como no mundo dos comportamentos reais nem sempre o reforçamento é tão consistente e contínuo como no “mundo da caixa”, Skinner concentrou seus esforços na influência comportamental exercida pelo reforçamento intermitente. Suas pesquisas demonstraram que quanto mais curto for o intervalo entre reforçamentos, mais rápida é a resposta. Além disso, a freqüência de comportamentos também afeta a extinção da resposta. Além do esquema de reforçamento de intervalo fixado, existe também o reforçamento de razão fixa, em que o reforçamento é aplicado depois de um número determinado de respostas.
7.4. O DETERMINISMO DE UMA SOCIEDADE BEHAVIORISTA
Procurando desenvolver uma “tecnologia do comportamento”, Skinner pretendeu formular um programa de controle do comportamento, transpondo os resultados obtidos em laboratório para a toda a sociedade. Numa visão mecanicista e determinista, em oposição à idéia de livre-arbítrio, apoiada em experimentos de condicionamento, o behaviorismo de Skinner defende a possibilidade de controle do comportamento humano pelo uso apropriado do reforçamento positivo:
“Se quisermos desfrutar das vantagens da ciência no campo dos assuntos humanos, devemos estar preparados para adotar o modelo de comportamento (...) devemos pressupor que o comportamento é ordenado e determinado. Devemos esperar descobrir que aquilo que o homem faz é o resultado de condições que podem ser especificadas e que, uma vez determinadas, poderemos prever e até certo ponto determinar suas ações”.
“não se deve deixar a questão da liberdade pessoal interferir com a análise científica do comportamento humano (...) Não podemos esperar vantagens aplicando os métodos da ciência ao comportamento humano se, por alguma estranha razão, nos recusamos a admitir que o nosso objeto de pesquisa possa ser controlado”.
O programa de Skinner para uma sociedade cujo comportamento é controlado em termos de reforço positivo existe apenas na ficção, mas o controle ou modificação do comportamento de pessoas e pequenos grupos é muito difundido. A propósito, a modificação do comportamento mediante o reforço positivo é técnica usual nas escolas, prisões etc. O objetivo, no âmbito do presente trabalho, é mostrar como o reforço positivo poderia ser usado para transformar comportamentos desviantes indesejáveis (crimes) em comportamentos socialmente aceitáveis. A técnica de modificação do comportamento desviante atuaria nas pessoas da mesma forma como o aparato de condicionamento operante é manipulado para modificar o comportamento de ratos: reforçando o comportamento desejado e não reforçando o indesejado. Convém desde já ressaltar que, no modelo skinneriano, não se usa a punição: ninguém é punido por não exibir o comportamento desejado; as pessoas são reforçadas (ou recompensadas) quando seu comportamento sofre mudanças positivas.
8. BEHAVIORISMO E CRIMINOLOGIA
Historicamente, o principal meio empregado pelo homem para controlar o comportamento dos outros homens, a exemplo do que sucedeu com Adão e Eva ao provarem o fruto da árvore proibida, cedendo à tentação da serpente, é o castigo . Essa tendência permanece uníssona até meados do séc. XX, quando Skinner, publicando Waden Two, esboça, a partir da ficção, uma sociedade modelada pelo apoio positivo. Já em 1971, publica uma proposta para a utilização da tecnologia do comportamento para modelar uma sociedade culturalmente livre de punições: O mito da liberdade (Beyond Freedon and Dignity).
Para Skinner, o mentalismo não somente interfere com a busca de explicações científicas do comportamento como também não é prático, no sentido de que nos impede de solucionar problemas sociais como o crime.
No decorrer dos tempos, instrumentos os mais variados foram e continuam sendo empregados no intuito de modificação, influência, controle ou alteração do homem. Primordialmente, a força; gestos ameaçadores e até a
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