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Saídas do problema da violência

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Por:   •  17/6/2014  •  Artigo  •  552 Palavras (3 Páginas)  •  298 Visualizações

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Embaixador João neves da Fontoura, em Rocha Miranda, e a apresentar uma tristeza profunda, detectada pelos professores. A razão estava dentro da própria sala de aula. X era constantemente ridicularizada pelos colegas por causa do cabelo crespo. O constrangimento, à primeira vista uma inocente brincadeira de criança, passou a prejudicar o desempenho da menina.

A humilhação sofrida por X é um caso exemplar de bullying ? comportamento agressivo apresentado por grupos de alunos contra um ou mais colegas em situação de desigualdade. Esse tipo de situação se tornou alvo de um amplo trabalho realizado por uma equipe da Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência ? ABRAPIA, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Ibope e Petrobrás.

Durante o ano passado, 5875 alunos, entre 10 e 19 anos, da 5ª a 8ª série, de 11 escolas cariocas (nove municipais e 2 particulares), das zonas Sul, Norte e Oeste foram entrevistados. O resultado, segundo os responsáveis pelo estudo, impressionou: 40,5% desses alunos admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de bullying ? 16,9% como alvos, 10,9% como alvos e autores e 12,7% como autores.

A partir do resultado do levantamento ? que acabou transformado no livro: Diga não para o bullying, integrantes da ABRAPIA promoveram encontros com alunos e professores dessas escolas.

Esse tipo de comportamento ocorre mundialmente. Há casos tão graves que resultam até em suicídio, por parte do aluno alvo, ou em reação violenta, com já ocorreu nos EUA, onde alunos invadiram a escola atirando a esmo, como forma de resposta às humilhações ? afirma o pediatra Aramis Neto, coordenador do projeto.

Segundo ele, um dos relatos mais comoventes partiu de uma diretora, que se sentia culpada por não detectar antecipadamente um caso:

O fato só foi descoberto quando o aluno alvo, de 15 anos, considerado introvertido demais pelos colegas, foi espancado dentro do banheiro da escola. As humilhações, até então, não tinham sido percebidas pelos professores, já que, na maioria das vezes, o aluno alvo não busca ajuda, preferindo o silêncio.

Esses atos ocorrem geralmente quando não há adultos presentes. Na escola Thomas Mann, no Cachambi, foi identificado o caso de uma aluna, de 13 anos, que sofria a humilhação de ser chamada de feia e recebia apelidos constrangedores.

As palestras realizadas, pela equipe da ABRAPIA, na escola, serviram para procurar saídas para o problema: foi designado um grupo de alunos para identificar esses tipos de casos.

A aluna apresentava uma infelicidade muito grande. Os professores e orientadores, então, tiveram conversas com os alunos autores do bullying para que entendessem o quanto faziam um colega sofrer e se gostariam de estar no lugar dele. Esse tipo de conversa serviu para melhorar e muito o relacionamento deles.

O motivo do bullying é variado: um comportamento introspectivo, obesidade, um nome curioso, orelhas de abano, cabelos crespos, a cor da pele,...

De acordo com o Dr. Aramis, dos alunos que revelaram no questionário terem sido vítimas de perseguição, 24% revelaram ter conseguido minimizar o problema conversando com os próprios colegas, 11% com os professores e orientadores e apenas 8% levando o problema para a própria família.

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