Sexualidade Na Adolescencia
Exames: Sexualidade Na Adolescencia. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: williamgrando • 1/9/2014 • 3.735 Palavras (15 Páginas) • 435 Visualizações
Sexualidade na adolescência
Ministério da Saúde. Saúde do - portal.saude.gov.br
Por: Stella R. Taquette
A sexualidade, uma das características mais importantes do ser humano, está presente
desde os primórdios da vida. O ser humano é movido por suas pulsões libidinais direcionadas à
busca do prazer e estas se manifestam muito precocemente. Manifestações sexuais podem ser
visualizadas em imagens ultrassonográficas de fetos do sexo masculino, como por exemplo a
ereção peniana. Já as meninas desde os primeiros dias de vida apresentam lubrificação
vaginal. Estes comportamentos são uma demonstração da potencialidade biológica para o
desenvolvimento da sexualidade. Sensações sexuais estão presentes durante todo o
desenvolvimento da criança, desde a amamentação até o início pubertário, quando então há
uma intensificação destas sensações. É com a chegada da puberdade, com o desenvolvimento
físico, que o ser humano se torna apto a concretizar a sexualidade plena através do ato sexual
propriamente dito, que permite tanto obter prazer erótico como procriar.
O aumento do interesse sexual coincide com o surgimento dos caracteres sexuais
secundários. Este interesse é influenciado pelas profundas alterações hormonais deste período
da vida e pelo contexto psicossocial. O prazer resultante do ato sexual diferencia o ser humano
do restante dos animais. Ele é o único ser que, objetivamente, pode ter relação sexual só pelo
prazer e não com finalidade reprodutiva (Levin, 1969; Dolto, 1977) e na adolescência isso se
torna evidente (Silber, 1985).
Apesar da sexualidade ser definida como um conjunto de fenômenos que permeia
todos os aspectos de nossa existência ela é vista inicialmente como um fenômeno biológico.
Porém, sabe-se que é também social e psicológico e só pode ser compreendido quando
situado no âmbito e nas regras da cultura em que se vive. Em cada sociedade são diferentes
as proibições e permissividades em relação à atividade sexual. No processo de adaptação
cultural do ser humano, o controle da sexualidade é um dos aspectos centrais. Praticamente
todas as culturas impõem alguma forma de restrição ao comportamento sexual.
A complexidade e ambigüidade da sexualidade residem principalmente no fato da
reprodução não ser seu objetivo primordial. Historicamente podemos observar que a sociedade
humana se iniciou com uma proibição ao livre exercício da sexualidade, o tabu do incesto
(Lévy-Strauss apud Dor, 1989). A religião também exerceu e ainda exerce grande influência no
comportamento sexual dos indivíduos. Segundo a interpretação da igreja católica sobre a
criação do mundo, Adão e Eva foram expulsos do paraíso porque se tornaram sexuados. No
paradigma monástico do início da era cristã, todas as pessoas sexuadas eram consideradas
pecadoras. Só os monges, que viviam isolados no deserto eram puros. Porém, mais tarde, no
século IV, outra interpretação foi dada por Santo Agostinho, que acreditava que o castigo divino
a Adão e Eva deveu-se ao prazer resultante do ato sexual e não ao ato em si. A partir daí, a
concupiscência da carne, passou a ser considerada um pecado (Ariès & Duby, 1995). Em
outras culturas e em outras épocas da humanidade restrições ao livre exercício da sexualidade
foram impostas por motivos econômicos, como por exemplo no desenvolvimento da sociedade
capitalista o sexo foi reprimido porque ser incompatível com o trabalho (Foucault, 1988).
Em nossa sociedade sexo ainda é um tabu e os problemas relativos à sexualidade são
muito freqüentes. Acompanhar desde cedo o processo de desenvolvimento pode ajudar o
adolescente a prevenir problemas futuros como abuso sexual, gravidez não desejada,
promiscuidade ou dificuldades sexuais propriamente ditas como frigidez, impotência sexual,
ejaculação precoce, etc.
Desenvolvimento Psicossexual
Freud, o “pai” da psicanálise, elaborou uma teoria sobre a sexualidade, até hoje
referida pela maioria dos autores. Ele classificou o desenvolvimento sexual em cinco fases:
oral, anal, fálica, latência e genital, conforme a idade do indivíduo e a localização corporal da
principal fonte de sentimentos prazerosos.
Primeiro ano de vida
Nesta etapa da vida, o bebê a princípio não se diferencia de sua mãe, sentindo-se
ligado a ela, como se ambos fossem uma só pessoa. Sua comunicação com o mundo se dá
principalmente através da boca, pela sucção e pelo choro. O bebê sente-se bem quando suas
necessidades orgânicas internas são saciadas através da amamentação. Ele sente-se seguro e
calmo também quando é acariciado e aconchegado ao colo. Esta etapa foi denominada por
Freud de “fase oral”, pois a boca é a parte do corpo onde há primazia dos sentimentos
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