TOC Em Crianças
Artigo: TOC Em Crianças. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: izabelgn • 23/4/2014 • 1.811 Palavras (8 Páginas) • 378 Visualizações
TRANSTORNO OBSSESSIVO COMPULSIVO (TOC) EM CRIANÇAS
1- INTRODUÇÃO
TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
.A obsessão é um pensamento desconfortável, recorrente e persistente (mesmo que a pessoa tente ignorá-lo ou interrompê-lo) que causa ansiedade e desconforto sendo que na maior parte das vezes a pessoa reconhece que os pensamentos obsessivos vêem da sua cabeça, mas não consegue pará-los.
Já a compulsão é um comportamento repetitivo impulsionado pela idéia obsessiva que tem por objetivo prevenir determinadas conseqüências ou aliviar o desconforto causado pela obsessão. O comportamento repetitivo consome tempo (+ de 1 hora por dia) atrapalhando o funcionamento do dia-a-dia. (American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. Fourth edition. Washington (DC): American Psychiatry Press; 1994.)
Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.
Existem dois tipos de TOC, o subclínico onde as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa; e o propriamente dito onde as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.
As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não caracterizam o transtorno, o principal sintoma é a presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.
As características essenciais do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) são obsessões ou compulsões recorrentes e suficientemente graves para consumirem tempo ou causar sofrimento acentuado à pessoa. Essa descrição do transtorno serve para adultos e crianças. A maioria tem um curso de vai e vem dos sintomas, variando de acordo com ansiedade, depressão e estresse, por exemplo. (Geller, 2006)
Para se fazer um diagnostico de alguma patologia relacionada ao comportamento frequentemente é muito complicado visto que são questões complexas e multifatoriais. Há uma grande variedade de comportamentos que podem ser observados nos seres humanos e há também a questão cultural, pois alguns podem ser considerados comuns em determinados países, regiões e etc e anormais em outros.
Da mesma forma um comportamento que pode ser considerado esperado na infância, pode ser considerado estranho na vida adulta, como por exemplo chupar o dedo para dormir, ou ter um comportamento adulto na infância.
As crianças, na maioria das vezes, mesmo quando estão em grande sofrimento, não têm uma ideia certa do que está acontecendo. Como regra, são os pais ou os professores, os primeiros a notar que há algo de errado. Muitas vezes por vergonha elas escondem seus sintomas e os pais podem levar muito tempo para perceber o problema.
A avaliação normalmente é feita em uma ou mais entrevistas nas quais além da obtenção de informações são aplicados questionários, escalas, como é o caso da Children’s Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (CY-BOCS), o Inventario de Depressão Infantil (CDI), a Escala de Estresse Infantil (ESI). Em crianças pequenas, a primeira entrevista costuma ser apenas com os pais para colher o maior número de informações possíveis e posteriormente com a criança, através do uso de desenhos, brinquedos e questionamentos adequados para a faixa etária.
Fator agravante é que muitas vezes o comportamento observado em um consultório não é o mesmo que a família apresenta. É um ambiente artificial e o tempo é limitado não permitindo uma observação mais natural de um comportamento. A criança pode ficar intimidada com a presença do terapeuta, ou mesmo querer chamar sua atenção, mascarando o real quadro.
Em crianças maiores que tem boa comunicação, a entrevista pode ser inicialmente com a própria criança ou adolescente, e num segundo momento com os pais que podem trazer informações mais precisas sobre o início dos sintomas, a interferência nos estudos, nas rotinas da família e na vida social da criança e, portanto, é indispensável que em algum momento da avaliação inicial, os pais sejam entrevistados para abordar tais questões.
É muito importante levar em consideração o contexto em que esta criança está sendo criada e compreender a dinâmica daquela família. A mesma coisa acontece em escolas, pois uma criança hiperativa e com tiques motores pode não ter nenhum tipo de problema em uma escola mais liberal com atividades físicas e espaço para que ela se desenvolva, mas pode não se adaptar em um regime mais rígido.
Os critérios do DSM-IV-TR para diagnóstico do TOC em crianças são os
mesmos dos adultos: COLOCAR
com exceção da exigência de que a criança não necessita reconhecer que suas obsessões ou compulsões são excessivas (insight). A não exigência desse critério reflete achados da literatura de que cerca de 30% a 50% das crianças têm a crítica em relação aos sintomas parcial ou totalmente comprometida (Geller et. al., 1996;Allsopp e Verduyn,1989).
Para a confirmação do diagnóstico de TOC é importante avaliar, além da
presença de obsessões e ou compulsões, o quanto os sintomas causam acentuado sofrimento, consomem tempo (por exemplo, o DSM-IV-TR exige
que as obsessões ou os rituais estejam presentes em pelo menos uma hora
por dia) ou interferem de forma significativa nas rotinas diárias, no desempenho escolar e nos relacionamentos sociais ou interpessoais (APA,2002)
Frequentemente o início do TOC infantil ocorre gradualmente, mas em alguns casos pode ser agudo e a média de idade para seu surgimento é de 6 a 11 anos.
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