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Teoria Psicogenética De Jean Piaget

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Por:   •  7/10/2014  •  3.762 Palavras (16 Páginas)  •  544 Visualizações

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A busca de uma explicação para a gênese do conhecimento fez com que Piaget formulasse o fundamento básico de sua teoria: o ser humano aprende através das trocas que estabelece com o meio, num processo contínuo de assimilações e acomodações sucessivas,que tendem sempre a um equilíbrio, a uma adaptação.

O ponto de partida de Piaget foi um problema de natureza epistemológica: como conhecemos o que conhecemos? Com essa abordagem ele focalizava as questões do desenvolvimento e da aprendizagem de uma forma diferente da que vinha sendo colocada no campo da Psicologia.

No entanto, outra questão em breve passaria a fazer parte de suas preocupações:como se passa de um menor conhecimento para um maior conhecimento? Ou seja, como o adulto chega a pensar de modo hipotético e dedutivo, quer dizer, criando hipóteses sobre acontecimentos futuros ou planejando mentalmente suas ações antes de serem realizadas? Como a criança deixa de precisar dos sentidos (olfato, visão, tato etc.) ou da experiência direta com os objetos para conhecê-los, podendo fazer isto somente através da sua ação mental? Com essas perguntas, Piaget orientou sua investigação para o campo da Psicologia e partiu para o estudo do desenvolvimento humano.

De acordo com Piaget, no início, para se conhecer um objeto, é preciso manipulá-lo, senti-lo, tê-lo presente. Por exemplo, não é possível para a criança pequena entender quanto é duas laranjas mais três, se não puder tocar e mexer nas laranjas de verdade.Mais tarde, ela não precisará mais lidar materialmente com os objetos para concluir relações entre eles, mas conseguirá mentalmente resolver problemas que envolvem essas relações: a soma, a comparação entre as laranjas etc. Piaget estudou como o homem chega a não precisar dos objetos concretos para extrair deles relações: como faz isso mentalmente, pensando sobre os objetos.

Ele estudou como nasce o conhecimento abstrato, ou seja, um conhecimento independente da ação do homem sobre os objetos e como é gerado o conhecimento lógico mental. Este projeto de estudo piagetiano é denominado epistemologia genética.

Genética significa a gênese, isto é, a origem do conhecimento. Piaget pesquisou a origem do conhecimento científico no homem.

Observe como Piaget, na Epistemologia Genética, aborda essas questões, não apenas do ponto de vista da produção social do conhecimento científico, mas, também, da perspectiva da construção das estruturas individuais que permitem ao ser humano chegar a construir conhecimento científico.

Piaget (1995, p. 96) apóia sua teoria em três grandes eixos:

A inteligência humana representa uma forma de adaptação biológica - do mesmo modo como o organismo e o meio se adaptam um ao outro,no terreno biológico,também no terreno psicológico,o processo de conhecimento e os objetos a serem conhecidos,adaptam-se uns aos outros.

O conhecimento é fruto de um processo de construção.Piaget nega a proposição de que nascemos com idéias prontas,bem como não admite o princípio de que, ao nascer,possamos ser comparados a uma folha em branco.Para ele,o desenvolvimento e a aprendizagem estão em contínuo processo de construção.

O conhecimento nasce e é elaborado através dos intercâmbios que o sujeito estabelece com o meio: conhecer implica atuar sobre a realidade, física ou mentalmente. A atividade do sujeito é a principal fonte do conhecimento.

Esses eixos nos mostram que o ato de conhecer é construído e estruturado a partir daquilo que vivenciamos com os objetos de conhecimento. Mas de que maneira os objetos presentes no mundo podem ser conhecidos?

Para Piaget (1995), isto ocorre por meio da ação do sujeito. Esta ação procura fazer com que o sujeito se adapte ao meio através de dois processos, chamados por ele de assimilação e acomodação.

Para ele, o desenvolvimento cognitivo acontece através de constantes desequilíbrios e equilibrações. A noção de equilíbrio/equilibração é a base da teoria de Piaget. É o fator determinante que permite explicar o desenvolvimento intelectual. Segundo o autor, todos nós temos um tendência a buscar o equilíbrio nas trocas que fazemos com o meio. Isto quer dizer que toda vez que enfrentamos uma dificuldade, nossa capacidade de buscar novamente um equilíbrio é acionada.

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Qualquer mudança que ocorra no meio provoca no indivíduo (no nosso caso, a criança) um desequilíbrio, um rompimento do estado de harmonia. A partir daí, a criança busca novamente um equilíbrio com relação ao meio em que vive. Para se equilibrar novamente, a criança aciona os dois mecanismos, aos quais mencionamos anteriormente: assimilação e acomodação. A interação entre assimilação e acomodação é comum ao longo da vida e está presente em todos os níveis de funcionamento intelectual e comportamental da criança, e, ainda que sejam processos diferentes e opostos, na prática eles ocorrem ao mesmo tempo.

Após este exemplo, concluímos que:

Assimilação é o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento etc.) a um esquema ou estrutura do sujeito. Na assimilação, o indivíduo usa as estruturas que já possui.

Acomodação é a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode ser de duas formas, visto que se podem ter duas alternativas: criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo ou modificar um já existente, de modo que o estímulo possa ser incluído nele (PIAGET, 1975, p. 76).

Após ter havido a assimilação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a acomodação. Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e, sim, pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo. O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.

Para Piaget (1975), o sujeito é ativo em todas as etapas de sua vida e procura conhecer

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