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Trabalho Asdfgdafgadfgdfgadg

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Por:   •  17/9/2013  •  2.049 Palavras (9 Páginas)  •  297 Visualizações

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O pensamento administrativo pode ser conceituado como um enfoque específico a um aspecto particular da organização, ou uma forma peculiar de estudá-la, e a organização desses pensamentos são formadores de teorias a serem estudadas pela Teoria Geral da Administração. Para facilitar o estudo, as teorias são agrupadas em Escolas e essas, como definido por Maximiano (2006), são a mesma linha de pensamento ou conjunto de autores que utilizam o mesmo enfoque. Por meio de uma breve revisão teórica do campo, o presente artigo objetiva um estudo introdutório das Teorias Clássicas da Administração, tidas como mecanicistas e racionalistas, contrapondo-as à prática das indústrias criativas, organizações flexíveis que valorizam a criatividade e conhecimento individuais. A abordagem do tema torna-se relevante devido à importância do mesmo para o entendimento das organizações e para construção do pensamento administrativo atual, exigente de profissionais flexíveis e adaptáveis.

2. DESENVOLVIMENTO

Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma variável, omitindo ou desprezando todas as demais. Segundo Garcia e Bronzo (2000) as teorias são propostas de acordo com os contextos históricos em que estão inseridas, enfatizando os problemas mais importantes enfrentados na época em quem foram fundamentadas. A primeira Escola foi a Clássica que abordou a ênfase nas tarefas por Frederick Taylor, Henry Ford e ênfase na estrutura organizacional por Henri Fayol e Max Weber.

As origens dos métodos do Pensamento Administrativo Clássico

As mudanças ocorridas no início do séc XX, em decorrência da Revolução Industrial, exigiram métodos que aumentassem a produtividade fabril e economizassem mão-de-obra evitando desperdícios, ou seja, “a improvisação deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: a Ciência da Administração.” (CHIAVENATO, 2004, p. 43). Faz-se importante nesse contexto, uma retrospecção histórica, uma vez que, já no séc. XVII Descartes já negava todo saber que fosse tradicional, ou seja, baseado em costumes e crenças, afirmando que esses deviam ser substituídos pelo racional e no séc. XVIII, o Racionalismo passou a ser aplicado às ciências naturais e sociais, porém o trabalho ainda não abandonara as antigas técnicas para adotar “a racionalização da organização e execução do trabalho.” (MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p. 32).

Os princípios e as técnicas das Teorias Clássicas

Frederick Taylor, buscou o desejado aumento produtivo tomando como base a eficiência dos trabalhadores. Analisando esses e seus modos de produção, identificou falhas no processo produtivo geradoras de baixa produtividade, uma vez que, para ele, cada operário produzia um terço do que poderia produzir (processo que ele nomeou “vadiagem sistemática”). Tal fato o fez despertar para a necessidade de criação de um método racional padrão de produção em detrimento das práticas tradicionais, que ainda deixava resquícios nas fábricas. Essa teoria leva o nome de Administração Cientifica “devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos trabalhos operacionais a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos científicos são a observação e mensuração.” (CHIAVENATO, 2004, p. 41).

As estandardizações no processo e nas ferramentas utilizadas no trabalho, permitiram a criação do método ideal de produção (the best way) baseado no estudo de tempos e movimentos (motion-time study) e, conseqüentemente, o surgimento da gerência cujas principais funções eram o planejamento da melhor forma de execução do trabalho e o controle do mesmo. Para possibilitar o gerenciamento efetivo, responsável também pela organização do ambiente, o trabalho foi fragmentado, centralizaram-se as decisões e a magnitude de controle de cada chefe foi diminuída, buscando estruturas e sistemas perfeitos, nos quais as responsabilidades eram bem delineadas. Taylor dissociou os princípios das técnicas, uma vez que “os trabalhadores e seus supervisores imediatos deveriam ocupar-se exclusivamente da produção. Toda atividade cerebral deve ser removida da fábrica e centralizada no departamento de planejamento[...]” (MAXIMIANO, 2006, p.41). O método de Taylor apoiava-se na supervisão funcional, estabelecendo que todas as fases do trabalho devem ser acompanhadas de modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas em conformidades com as instruções programadas e estas instruções devem ser transmitidas a todos os empregados, por meio da descrição detalhada de cargos e tarefas. Em suma, o Taylorismo baseia-se na divisão do trabalho por meio das tarefas: “a questão não é trabalhar duro, nem depressa, mas trabalhar de forma inteligente.” (MAXIMIANO, 2006, p.41-42). Mesmo com esse pensamento e do plano de incentivo salarial (pagamento por produção), Taylor foi considerado o maior inimigo do trabalhador.

A aplicação do método taylorista de maior sucesso conhecido foi a fábrica de automóveis de Henry Ford que adaptou o método e alcançou maior grau de produção em massa, padronizando os veículos, suas peças e especializando o trabalhador, por meio da divisão do trabalho na linha de montagem. Essa aplicação adaptada ficou conhecida como Fordismo.

Henri Fayol, teórico clássico com ênfase na estrutura organizacional, segundo Chiavenato, defendia que:

[...] a eficiência da empresa é muito mais do que a soma da eficiência dos seus trabalhadores, e que ela deve ser alcançada por meio da racionalidade, isto é, da adequação dos meios (órgãos e cargos) aos fins que se deseja alcançar. (CHIAVENATO, 2000, p. 11).

Fayol traz em sua teoria funcionalista a abordagem prescritiva e normativa, uma vez que a ciência administrativa, como toda ciência, deve basear-se em leis ou princípios globalmente aplicáveis. Sua maior contribuição para a administração geral são as funções administrativas – prever, organizar, comandar, coordenar e controlar – que são as próprias funções do administrador ainda nos dias atuais. A função administrativa nesse novo enfoque deixa de ser exclusiva da alta gerência, ficando difundida proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos, quando mais alto o cargo, mais funções administrativas apareciam, mas, ainda assim, os executivos têm maior responsabilidade administrativa, distinguindo-se das funções técnicas, isto é, ainda havia distinção entre princípios e técnicas. Fayol adotou alguns princípios da Administração Cientifica, como a divisão do trabalho e disciplina, abandonando outros e acrescendo os princípios de autoridade e responsabilidade, espírito de equipe e iniciativa, entre outros. Enquanto Ford e Taylor cuidaram da empresa de baixo pra cima, Fayol cuidou da empresa de cima pra baixo.

O quarto integrante da Escola Clássica, Max Weber, buscou sintetizar os pontos comuns às organizações formais modernas em detrimento as organizações primitivas. Weber se assemelhou aos outros Clássicos ao identificar nas organizações as chamadas disfunções burocráticas, isto é, o seguimento rígido das regras, não levando em conta a variabilidade humana, como na abordagem dos outros.

As teorias posteriores ao pensamento clássico

Conforme dito por Maximiano (2000) as pessoas não eram negligenciadas pelas teorias clássicas, mas eram consideradas recursos do processo produtivo. Devido aos problemas enfrentados por tal pensamento, fez-se necessária a adoção de um método que considerasse as pessoas como fator primordial no processo administrativo, ou seja, o enfoque passa a ser comportamental. Esse sistema comportamental pode ser subdividido em dois grandes grupos: o comportamento individual e o coletivo. O surgimento de tal pensamento “surgiu graças ao desenvolvimento das ciências sociais, notadamente a Psicologia e, em particular, a Psicologia do Trabalho.”(CHIAVENATO, 2004, p.80).

Segundo Chiavenato (2004) entre as Teorias Clássica e das Ralações Humanas, surgiram autores que, apesar de defenderem os princípios clássicos, foram pioneiros em revisar, criticar e reformular tais bases administrativas, tais como: Hugo Munsterberg (responsável pela aplicação da psicologia às organizações e testes de seleção de pessoal), Ordway Tead (pioneiro na abordagem da liderança democrática na administração), Mary Parker Follet (introdutora da corrente psicológica na Administração e da lei da situação: o certo e errado são determinados pela situação concreta), Chester Barnard (precursor da teoria da cooperação na organização, visando superar as limitações pessoais).

A primeira Escola com enfoque comportamental foi a de Relações Humanas que surgiu “como conseqüência das conclusões da Experiência de Hawtorne, desenvolvida por Elton Mayo e colaboradores. Foi um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica da Administração.” (CHIAVENATO, 2004, p.83).

A abordagem neoclássica nada mais é do que o resgate da Teoria Clássica atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das organizações de hoje. A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis, muito embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da Administração.

Conseqüências Nos Dias Atuais

Os teóricos clássicos têm importâncias positivas e negativas, até os dias de hoje. Para Chiavenato, Fayol e Taylor têm importância histórica para as organizações:

O pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é considerado – juntamente com Taylor – um dos fundadores da moderna Administração. Definiu as funções básicas da empresa, o conceito de Administração [...], bem como procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de organização ou empresa. (CHIAVENATO, 2004, p.74)

Segundo Morgan (1997), o uso de máquinas reduziu os trabalhadores a autômatos, não sendo permitido ao operário ser humano, isto é, exercer sua capacidade de pensar e se adaptar as diversas situações, além da visão ilusória de que as tarefas enfrentadas pelas organizações podem baseadas naquelas desempenhadas pelas máquinas, inibindo a inovação. Com isso, os empregados perdem oportunidades de crescimento pessoal, despendendo muitas horas por dia em trabalho que não valorizam nem apreciam, enquanto as organizações perdem contribuições criativas e inteligentes que a maioria dos empregados é capaz de fazer, se permitido.

No outro extremo filosófico existem as Indústrias Criativas valorizam exatamente o desprezado pelas Teorias Clássicas: “a criatividade é o elemento central, sendo percebida como necessária para a geração de propriedade intelectual.” (BENDASSOLLI et al., 2009). As organizações contemporâneas têm percebido a capacidade intelectual e reconhecido a iniciativa de seus funcionários como fundamentais para melhorias no processo produtivo, caminhando em direção à gestão participativa. Essa forma de gestão pode ser entendida como um meio termo entre as Teorias Clássicas e as Indústrias Criativas ou um agregado dessas adotando o que melhor atende às necessidades da organização e, conseqüentemente, ao mercado atendido.

3. CONCLUSÃO

A questão “Administração é ciência ou é arte?” tem sido perpetuada em classes/palestras introdutórias ou livros de teorias da administração com respostas não conclusivas, uma vez que “a Administração ainda se encontra numa fase amalgamada de ciência e arte.” (MATTOS, 2009). Se a Administração encontra-se numa fase interdisciplinar, faz-se interessante pensarmos se seria possível a aplicação de métodos científicos e limitadores da capacidade humana, como Taylor propôs, na Administração contemporânea. Taylor citado por Batista-Dos-Santos e Nepomuceno (2008), já admitia que o trabalhador não era ignorante, ao contrário, reconhecia a inteligência desse, assumindo que as experiências de cada geração constroem melhores procedimentos e métodos práticos, porém, no método Taylorista, não é o operário quem deveria decidir qual método mais adequado para seu trabalho, mas o gerente. Estaria Taylor, ainda que propondo a limitação, reconhecendo que a aplicação integral de seu método não é possível, afinal é a na prática que o operário encontra novas e melhores técnicas, sendo então mais preparado que o gerente para escolher as técnicas?

Analisando os teóricos clássicos, conclui-se que as teorias não são antagônicas, mas se completam. Assim, cada instabilidade encontrada nessas tem sido aprimoradas por novas teorias, desenvolvidas até os dias atuais, adaptadas ao cenário vigente de sua formulação.

O capitalismo moderno exige que as atividades intelectuais e de comunicação integrem crescentemente as atividades produtivas, incluindo os trabalhadores da linha de produção, exigindo que esses sejam polivalentes, ou seja, exige uma aliança entre a produtividade e a capacidade humana dos operários. Atendendo a essa demanda, a gestão participativa surge como um avanço da concepção mecanicista em direção às propostas das organizações flexíveis: unindo a racionalização da produção capitalista (de acordo com as Teorias Clássicas) com as sugestões dadas pelos trabalhadores (criatividade e produção intelectual exigidas pelas Indústrias Criativas).

REFERÊNCIAS:

BATISTA-DOS-SANTOS, Ana Cristina; NEPOMUCENO, Luciana Holanda. O Trabalhador na Teoria Organizacional e Administrativa: uma Revisão Bibliográfica Crítica dos Fundamentos e da Atualidade do Pensamento Taylorista. Disponível em: <anabatistaufersa.googlepages.com/artigocongepemdeTayloraAO.pdf>. Acesso em: 26 set. 2009.

BENDASSOLLI, Pedro F. et al. Indústrias criativas: definição, limites e possibilidades. RAE, São Paulo, v. 49, n.1, jan./mar. 2009. Disponível em: <http://www.rae.com.br/redirect.cfm?ID=5428> Acesso em: 12 ago. 2009.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações: edição compacta. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Cap. 1, 2, 3, 4, 5 e 6, p. 7- 116.

CHIAVENATO, Idalberto. O que é Administração de empresas. In: CHIAVENTATO, Idalberto. Administração: teoria processo e práticas. São Paulo: Makron Books, 2000. Cap. 1, p.1-32.

GARCIA, Fernando Coutinho; BRONZO, Marcelo. As bases epistemológicas do pensamento administrativo convencional e a crítica à teoria das organizações. Disponível em: <http://www.abrad.org.br/eneo/2000/dwn/eneo2000-02.pdf>. Acesso em: 26 set. 2009.

MATTOS, Pedro. L.C. L. de. “Administração é ciência ou arte?” O que podemos aprender com este mal-entendido?, RAE, São Paulo, v. 49, n. 3, jul./set. 2009. Disponível em: <http://www.rae.com.br/redirect.cfm?ID=5472> Acesso em: 10 ago. 2009.

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